quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

UFLA PAS II - 2008-2010

QUESTÃO 1
O termo subsaarianos destacado no texto refere-se aos países africanos localizados
(A) na região do Deserto do Saara.
(B) na porção setentrional do continente.
(C) na região oriental do continente.
(D) ao sul do Deserto do Saara.
Resposta letra D.
África negra ou subsaariana, se estende-se do Saara para o sul, onde habitam numerosos grupos raciais, destacando-se sudaneses, pigmeus, etíopes e os bantos. É a porção da África mais populosa, com predomínio dos povos negros e seguidores de ritos fetichistas.


QUESTÃO 2

Tendo como referência o quadro acima, assinale a alternativa que apresenta a distância aproximada, em linha reta, do litoral de São Paulo até o poço Tupi, presente na região do Pré-Sal.
(A) 18,75 Km
(B) 53,33 Km
(C) 300 Km
(D) 150 Km
Sabemos que cada centímetro no mapa equivale a 75km(legenda) e que a distância no mapa é de 4 cm. Logo, D=dxeou seja: D= 4x 75= 300km. Letra C.

QUESTÃO 3


A interpretação conjunta do gráfico e do mapa permitem afirmar que
(A) a cidade de Manaus é influenciada por massas de ar de baixa pressão e baixa altitude.
(B) a cidade de Porto Alegre encontra-se em uma região de maior instabilidade atmosférica.
(C) a cidade de Macapá é influenciada por massas de ar de elevada temperatura e alta pressão.
(D) a cidade de Belo Horizonte encontra-se em uma região com massas de ar de baixa temperatura e alta pressão.
Podemos observar no mapa que a cidade de Porto Alegre está na latitude 30° 01' 59''S e no desenho das células de circulação atmosférica que na latitude 30º é uma zona de alta pressão.Resposta letra B.

QUESTÃO 4
O Domínio Amazônico corresponde a uma superfície de cerca de 3,5 milhões de Km2, englobando tanto a Planície do Rio Amazonas como as depressões e baixos planaltos sobre os quais a planície se encaixa.

Com base nas informações apresentadas acima, assinale a alternativa que demonstra como são conhecidas as matas representadas pelas letras X, Y e Z.
(A) X – Mata de Terra firme; Y – Mata de Várzea; Z – Planaltos alagáveis
(B) X – Vegetação sub fluvial; Y – Planaltos alagáveis; Z – Mata de Terra firme
(C) X – Mata de Igapó; Y – Mata de Várzea; Z – Mata de Terra firme(D) X – Vegetação sub fluvial; Y – Mata de Igapó; Z – Mata de Várzea
De acordo com os diferentes níveis, podemos dividir a floresta Amazônica em: Mata de Igapó, Mata de Várzea e Mata de terra firme.
Nos Igapós encontramos uma floresta muito intrincada, com muitos arbustos, árvores de pequeno porte e cipós, isto devido as constantes inundações que esta região sofre em função de sua baixa altitude.
Nas Várzeas as inundações são menos freqüentes, acarretando uma mata mais densa, com a presença de muitas seringueiras.
A mata de terra firme é livre de inundações, pois situam-se em maiores altitudes, isto proporciona uma enorme exuberância à mata com árvores atingindo facilmente alturas superiores a 50 m. Neste local encontramos a castanheira, o mogno, o guaraná, o cedro, etc...
Resposta letra C.


QUESTÃO 5
Observe as regiões indicadas abaixo.
– Vale do Silício (EUA)
– Tsukuba e Kansai (Japão)
– Baviera (Alemanha)
– Cambridge (Inglaterra)
– São José dos Campos (Brasil)
Assinale a alternativa que caracteriza CORRETAMENTE o conjunto dessas regiões.
(A) Destacam-se como Tecnopolos, ou seja, são regiões que se sobressaem por constituírem pontos de interconexão de fluxos mundiais de conhecimento e informação. São centros irradiadores de inovações tecnológicas.(B) Indicam uma mescla de polos industriais e de metrópoles nos países que os sediam.
(C) Trata-se de grandes regiões mineradoras em seus respectivos países. Destacam-se tanto pela produção mineral quanto pela busca de um menor impacto ambiental nessa atividade.
(D) Destacam-se pela grande produção de eletrodomésticos em seus países. Tal destaque ocorre não somente pela produção, mas também pela alta tecnologia envolvida.
Tecnopólo é um centro que reune, num mesmo lugar, diversas atividades de (alta tecnologia), pesquisa e desenvolvimento, empresas e universidades, centros de pesquisa, etc. que facilitam os contatos pessoais entre esses meios, produz efeito de sinergia de que podem surgir inovações técnicas e novas idéias. Os tecnopólos concentram grande quantidade de mão-de-obra altamente qualificada.
Ligados à 3ª revolução industrial, os tecnopolos representam hoje, o que as grandes regiões industriais representavam na 1ª revolução industrial. Os tecnopolos têm como objetivo a criação e melhoramento de produtos e técnicas. Estes produtos e técnicas serão, por sua vez, absorvidos pela indústria.
Os tecnopólos são originários dos Estados Unidos, quando a Universidade de Stanford, na Califórnia, criou o Silicon Valley e têm espalhado-se em outros lugares como Europa e Japão. Podemos considerar Tecnopólis (cidades tecnopólos): Tsukuba (Japão) e Campinas (Brasil).
Resposta letra A.

QUESTÃO 6

(A) Verifica-se que 5,3% das famílias brasileiras vivem em condições sócio-econômicas próximas da “miséria”.
(B) Mais da metade das famílias brasileiras possui renda declarada inferior a 2 salários mínimos.
(C) Apenas 11,7% das famílias brasileiras possuem renda declarada superior a 3 salários mínimos.
(D) Atualmente, apenas 6,2% das famílias brasileiras possuem renda que varia de R$1.395,00 a R$ 2.325,00 declarada.
Resposta letra A. A observação dos dados não permite inferir os dados citados na alternativa A, por isso ela é incorreta.

QUESTÃO 7
O processo de modernização da economia brasileira subordinou a agropecuária às necessidades do capital urbano-industrial, consolidando os complexos agroindustriais, em detrimento dos complexos rurais.

Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
(A) 2 – 1 – 2 – 2 – 1
(B) 2 – 1 – 1 – 2 – 2
(C) 1 – 1 – 2 – 2 – 1
D) 1 – 2 – 2 – 1 – 1
A partir de 1964 destacou-se a constituição do novo complexo agroindustrial nacional,
caracterizado pela integração da agricultura com a indústria. À agricultura coube o papel de fornecer alimentos para os grandes centros urbanos em formação, produzir matérias-primas industriais e mercadorias destinadas à exportação. Ao setor industrial coube a produção do maquinário agrícola, dos adubos e dos fertilizantes necessários para uma produção em grande escala.
Resposta letra C.

QUESTÃO 8
Abaixo listam-se algumas das principais fontes poluidoras:
– Resíduos de indústrias
– Chorume de lixo orgânico
– Lixo sólido
– Atividades mineradoras
Como “fontes poluidoras”, é CORRETO afirmar que elas dizem respeito
(A) a fatores que determinam o aquecimento global
(B) às principais fontes poluidoras das águas
(C) a agentes do desmatamento
(D) ao lixo industrial como um todo
As principais causas de deteriorização dos rios, lagos e dos oceanos são: poluição e contaminação por poluentes e esgotos. O ser humano tem causado todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle. Resposta letra C


QUESTÃO 9
Se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS estabeleceu-se como potência mundial com a adoção do regime autoritário do Partido Comunista em 1922, ao longo dos anos 80 do mesmo século já dava mostras de sua falência.
As alternativas abaixo indicam fatores que contribuíram para esse fato, EXCETO:
(A) Gastos excessivos na área espacial e bélica, em razão da “corrida espacial” com os rivais norte-americanos.
(B) A indústria de bens de produção nos 10 (dez) primeiros anos do planejamento cresceram oito vezes mais, em comparação com a indústria de bens de consumo, que cresceram três vezes mais nesse período.(C) A estrutura econômica planificada impedia que a produção de bens produzidos competisse em igualdade com aqueles bens produzidos pela economia capitalista.
(D) A estrutura política da URSS era formada por repúblicas anexadas à força, retirando-lhe o sentido de uma unidade nacional.
Alguns dos elementos que aceleraram a crise da União Soviética e o desaparecimento do socialismo burocrático estatal foram a baixa produtividade econômica, a corrupção, a ausência de liberdades, o atraso tecnológico e os conflitos étnicos.Resposta letra B, que é incorreta.

QUESTÃO 10
Entre os anos 60 e 90, países como Singapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan obtiveram uma rápida expansão econômico-industrial que lhes valeu o nome de “tigres asiáticos”.
Nas afirmativas seguintes, há fatores que possibilitaram tal crescimento econômico naquele momento, EXCETO:
(A) Mão de obra barata (se comparada à europeia e norte-americana), abundante, qualificada e disciplinada, o que interferiu diretamente na produção.
(B) Prioridade dada aos investimentos em Educação como elemento de combate ao alto índice de analfabetismo.
(C) O fato de os governos de algumas dessas regiões terem sido autoritários ou ditatoriais garantiu que um amplo leque de mudanças fossem realizadas.
(D) A despeito de possuírem áreas geográficas pequenas, esses países dispunham de excelentes fontes de recursos naturais.
Os chamados Tigres Asiáticos - Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura -, conjunto de países onde o capital estrangeiro, especialmente o japonês, constitui a base da industrialização - representam uma extensão da indústria japonesa, onde são implantados os setores industriais complementares da indústria.
Destacam-se desde as indústrias de bens de consumo (duráveis e não duráveis) até as mais sofisticadas produções industriais, onde se destaca a eletroeletrônica.

Resposta letra D.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

UFLA PAS I -2009-2011

Questão 1

Pela composição apresentada acima, percebe-se um conceito muito importante para a Geografia.
Assinale a alternativa que apresenta esse conceito.
(A) região
(B) país
(C) território
(D) lugar
Resposta letra D.
Lugar é um conceito para a geografia que mostra a importância da noção de relação afetiva, cultural, social, ética e moral que o indivíduo deve ter com aquele espaço, para que ele seja considerado um lugar.


QUESTÃO 2
Observe o mapa.

Com base no mapa, assinale a alternativa INCORRETA a respeito das unidades do relevo brasileiro.
(A) a letra T corresponde à Depressão da Amazônia Ocidental.
(B) a letra X corresponde aos Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba.
(C) a letra V corresponde à Planície e Tabuleiros Litorâneos.
(D) a letra W corresponde ao Planalto da Amazônia Oriental.
Resposta letra B.
A região(X) apresentada no mapa é classificada como Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste. Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba se localizam na região Nordeste.


QUESTÃO 3

Em regiões montanhosas, há uma grande variação altitudinal da vegetação, como nas proximidades do Equador e nas baixas altitudes do sopé da Cordilheira dos Andes. Fonte: Geografia, João Carlos Moreira e Eustáquio de Sene, Ed. Scipione. pág.144-Adaptado
Sobre as formações vegetais apresentadas no quadro e no texto acima, é INCORRETO afirmar:
(A) À medida que aumenta a altitude e diminui a temperatura, os solos ficam mais rasos e a vegetação, mais esparsa.
(B) Podem-se encontrar as áreas de rocha exposta coberta por gelo e neve nos pontos mais altos.
(C) Devido à baixa latitude, há o predomínio de vegetação rasteira, de ciclo vegetativo extremamente curto.
(D) Nas áreas ao sopé das montanhas, surgem as florestas e, nas regiões mais altas, os campos de altitude.
Resposta letra C
Em nosso planeta possuímos diferentes tipos de vegetações. Fatores como altitude, latitude, pressão atmosférica, iluminação e forma de atuação das massas de ar são fundamentais para sabermos qual a espécie de vegetação que se encontra em cada parte do planeta Terra. Nas áreas de baixa latitude encontram-se as florestas equatoriais, como por exemplo, a floresta Amazônica, no Brasil.


QUESTÃO 4
Observe o quadro sobre os tipos de indústrias.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA sobre os tipos de indústrias representadas nas colunas I, II e III, respectivamente.
(A) Coluna I: Indústrias de bens de produção.
Coluna II: Indústrias de bens de capital.
Coluna III: Indústrias de bens de consumo.
(B) Coluna I: Indústrias de bens de capital.
Coluna II: Indústrias de bens de consumo.
Coluna III: Indústrias de bens de produção.
(C) Coluna I: Indústrias de bens de produção.
Coluna II: Indústrias de bens de consumo.
Coluna III: Indústrias de bens de capital.
(D) Coluna I: Indústrias de bens de capital.
Coluna II: Indústrias de bens de produção.
Coluna III: Indústrias de bens de consumo.
Resposta letra A
A indústria de base ou de bens de produção atua na transformação de matéria-prima bruta em produtos a serem utilizados por outras indústrias; Indústrias de bens de capital desenvolvem atividades voltadas para o incremento de máquinas e equipamentos direcionados para outras indústrias; Indústria de bens de consumo divide sua atuação em: Indústria de bens de consumo duráveis (Indústria de automóvel, de eletrodoméstico, de móveis) e Indústria de bens de consumo não-duráveis (confecção de roupas, de cosmético, alimentos).


QUESTÃO 5
Observe o seguinte gráfico:

São análises possíveis, com base nas informações apresentadas no gráfico, EXCETO:
(A) O percentual de crianças/jovens no Brasil apresenta contínua redução no período analisado.
(B) O percentual de mulheres no Brasil, em todas as faixas etárias, vem apresentando constante elevação.
(C) O percentual projetado de adultos no Brasil será superior ao de crianças/jovens e de idosos.
(D) O percentual de idosos no território nacional apresenta uma elevação gradativa.
Resposta letra B
O gráfico não faz referência ao comportamento da população por gênero (homem X mulher) por isso não é possível inferir que o número de mulheres vem apresentando constante elevação.


QUESTÃO 6
Observe os itens abaixo sobre um tipo de trabalhador rural atuante no ambiente rural brasileiro.
* O trabalhador rural faz um acordo com o proprietário da terra para utilizar toda a propriedade e, posteriormente, divide a produção com o proprietário.
* A proporção da produção agrícola destinada ao proprietário pode ser a meia (metade), a terça (terça parte) ou a quarta (quarta parte) da produção.
* Esse tipo de trabalhador atua, predominantemente, nas culturas temporárias, sendo ainda encontrado em certas áreas do Brasil, como, por exemplo, em certas áreas da Região Nordeste.
Assinale a alternativa que se associa a esse tipo de trabalhador rural.
(A) Trabalhador Assalariado
(B) Arrendatário
(C) Parceiro
(D) Agregado
Resposta letra C
O trabalhador assalariado do campo é o chamado “bóia-fria”, morador da periferia das cidades que sai bem cedo para a área rural; Arrendatários são aquelas pessoas que arrendam ("alugam") a terra de um proprietário e pagam em dinheiro; e o agregado é aquele que “vive” e trabalha na propriedade rural .


QUESTÃO 7
Relacione a Coluna II de acordo com a Coluna I, sobre as técnicas de conservação de solos agricultáveis.
Coluna I
Terraceamento (1)
Curvas de Nível (2)
Associação de Culturas (3)
Coluna II
( ) Consiste em arar o solo seguindo as cotas altimétricas do relevo, o que reduz a velocidade de escoamento superficial da água da chuva.
( ) Em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão, plantam-se, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas por exemplo, que recobrem bem o terreno. Além de evitar a erosão, essa técnica favorece o equilíbrio orgânico do solo.
( ) Consiste em fazer cortes nas superfícies íngremes para formar degraus – terraços. Esse procedimento possibilita a expansão das áreas agrícolas em regiões acidentadas.
A associação CORRETA é:
(A) 2 – 3 – 1
(B) 2 – 1 – 3
(C) 1 – 2 – 3
(D) 1 – 3 – 2
Resposta letra A
O objetivo fundamental do terraceamento é reduzir riscos de erosão hídrica e proteger mananciais (rios, lagos, represas); Curva de nível é um sistema de cultivo, seguindo as cotas altimétricas da região em questão. As curvas ajudam a reter os elementos solúveis do solo, permitindo a intensificação da produção. A água das chuvas, ao encontrar os sulcos com as plantas, não escorre e se infiltra no solo, deixando-o úmido e evitando a erosão; A rotação de culturas traduz-se pela sucessão de diferentes culturas num mesmo terreno. A consociação de culturas implica uma associação de culturas no mesmo terreno ou policultura, estando as plantas suficientemente próximas. Algumas vantagens relacionam-se com o melhor combate às pragas e menos ervas infestantes


QUESTÃO 8

Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma característica do país em destaque no texto.
(A) A Índia tem atraído muitos investimentos estrangeiros, devido a um processo de abertura ao capital estrangeiro, combinado com uma política de desregulamentação e de privatização.
(B) Apenas uma pequena parte da população indiana é, de fato, consumidora, já que sua maioria está abaixo da linha internacional da pobreza.
(C) O país, cada vez mais, dispõe de indústrias de alta tecnologia, sendo um dos maiores exportadores de softwares do mundo, além de máquinas, produtos eletrônicos e produtos químico-farmacêuticos.
(D) O país enfrenta a conciliação entre a crescente abertura econômica, embora ainda fortemente controlada pelo Estado, e a manutenção de um regime político fechado.
Resposta letra D
A democracia da Índia é a maior do mundo pela sua população, e o sistema político é parlamentar. Há duas câmaras, a câmara baixa ou "Câmara do Povo" (Lok Sabha) com 544 membros e a câmara alta ou "Conselho de Estados" (Rajya Sabha) co 245 membros, esta última não pode ser dissolvida. Há um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, diversos partidos políticos e sindicatos atuando. Quanto à miséria ela ainda é muito grande, apesar do crescimento da economia do país.


QUESTÃO 9
“O termo globalização é empregado para esconder a realidade das atuais atividades das multinacionais, ou seja, o objetivo de “transnacionalizar” o mundo, em particular, o mundo em desenvolvimento”. Enciclopédia do Mundo Contemporâneo. Ed. Terceiro Milênio. págs. 63 e 64.
Entre as características da globalização apresentadas abaixo, assinale a que se relaciona diretamente com o texto acima.
(A) Fragilização dos Estados Nacionais, isto é, diminuição do papel do Estado como administrador das economias nacionais.
(B) Internacionalização da produção e concentração do capital em conglomerados transnacionais.
(C) Crescimento das discussões internacionais sobre o meio ambiente, em razão da atuação das ONGs e da ampliação da consciência ecológica.
(D) Alteração da divisão internacional do trabalho, com a criação de uma nova divisão da produção dentro das empresas transnacionais.
Resposta letra B
Apesar da evidente concentração das indústrias de maior investimento tecnológico, a industrialização mundial vem vivenciando nas últimas décadas um verdadeiro processo de dispersão geográfica, favorecido principalmente pela abertura de filiais das grandes empresas nos países subdesenvolvidos.


QUESTÃO 10

As coordenadas geográficas funcionam como “endereços” de qualquer localidade no planeta. Sobre esse sistema, julgue as seguintes proposições:
I – As coordenadas geográficas têm origem no encontro entre os paralelos e meridianos.
II – Os paralelos determinam a latitude, que varia de 0° a 90°, tanto a leste quanto a oeste.
III – A longitude é determinada pelos meridianos e tem como referência o Meridiano de Greenwich.
IV – O ponto X, representado no esquema, encontra-se no Hemisfério Norte e no Hemisfério Oeste.
V – O ponto Y apresenta uma latitude de 10° Norte.
Assinale a alternativa CORRETA.
(A) Somente as proposições I, II, III e IV são corretas.
(B) Somente as proposições I, III, IV e V são corretas.
(C) Somente as proposições I, III e IV são corretas.
(D) Somente as proposições I, II e V são corretas.
Resposta leetra C
A afirmativa II corrigida deveria ser assim: Os paralelos determinam a latitude, que varia de 0° a 90°, tanto para Norte quanto para o Sul.

PROVA GEOGRAFIA UFMG 2010 -COMENTADA

QUESTÃO 17
Analise, neste mapa, o trajeto aéreo realizado por um viajante que, partindo de Paris, chegou a Belo Horizonte:

A partir da análise desse mapa e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que o viajante
A) atravessou o oceano cuja origem e evolução estão associadas à fragmentação de um megacontinente, iniciada ainda no Mesozóico.
B) desembarcou em cidade que, na hierarquia urbana brasileira, ocupa posição de metrópole nacional, categoria também alcançada por outras capitais estaduais.
C) partiu da capital da principal potência econômica da União Européia, posição alcançada graças à valorização de sua moeda – o franco – no interior desse bloco.
D) transpôs linhas que, apesar de imaginárias, têm grande importância na localização de um ponto na superfície terrestre  ou seja, meridianos e paralelos.
Paris é capital da França. A França é parte da União Européia que adotou uma única moeda em 01/01/2002, O Euro. Assim, sua antiga moeda, o Franco, deixou de circular. Resposta incorreta, letra C.

QUESTÃO 18
Leia este trecho:
E as mariposas e os cupins-de-asas vinham voar ao redor da lamparina... Círculo rodeando a lua cheia, sem se encostar... E começaram os cantos. Primeiro, os sapos: – “Sapo na seca coaxando, chuva beirando”, mãe Quitéria!... – Apareceu uma jia na horta, e pererecas dentro de casa, pelas paredes... E os escorpiões e as minhocas pulavam no terreiro, perseguidos pela correição das lava-pés, em préstitos atarefados e compridos... No céu sul, houve nuvens maiores, mais escuras. Aí, o peixe-frito pegou a cantar de noite. A casca da lua, de bico para baixo, “despejando”... Um vento frio, no fim do calor do dia... Na orilha do atoleiro, a saracura fêmea gritou, pedindo três potes, três potes, três potes para apanhar água... Choveu.
ROSA, João Guimarães. Sagarana. 27. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983. p. 344.

A partir da leitura e interpretação desse trecho, é INCORRETO afirmar que
A) a chegada de ventos frios, em contraste com o calor do dia, é uma criação do autor, pois é impossível de ocorrer.
B) o autor reuniu, de forma criativa, um grande número de crenças populares sobre a previsão de ocorrências meteorológicas.
C) o comportamento dos animais, para os homens do campo, se altera com a aproximação da chuva.
D) o sertanejo busca, na aparência do céu e dos astros, sinais de mudanças do tempo atmosférico.
Três são os tipos básicos de clima que ocorrem em Minas, conforme a região:
Tropical semi-árido, ao norte; tropical semi-úmido, no centro-sul; tropical de altitude, nas regiões mais altas.” (Perfil de Minas Gerais 2001). A alternativa A é incorreta uma vez que no Sul de Minas é possível, no inverno, a chegada de ventos frios, época em que a mPa (massa polar atlântica) pode atingir a região.



QUESTÃO 19
Analise este fluxograma:

A partir da análise desse fluxograma e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que
A) a inflamabilidade da floresta decorre de ações humanas associadas, direta ou indiretamente, a causas naturais.
B) a redução da cobertura florestal, ao comprometer a evapotranspiração, pode, a longo prazo, acarretar redução das chuvas.
C) o aumento do número e da intensidade das queimadas na Amazônia pode tornar-se, num ciclo vicioso, um processo de retroalimentação.
D) o fenômeno El Niño tem relação direta, mas favorável, com a redução das queimadas na Amazônia brasileira.
A letra D está incorreta. A simples observação do fluxograma, mostra que El Niño provoca diminuição das chuvas na região. Isso favorece as queimadas e não a sua redução.

QUESTÃO 20
Considerando-se as redes que compõem as diferentes modalidades de transporte no Brasil, é INCORRETO afirmar que
A) as ferrovias são, em sua grande extensão, utilizadas sobretudo para o escoamento da produção mineral e subutilizadas no transporte interurbano e interregional de passageiros.
B) as hidrovias tornariam o preço do produto agrícola brasileiro mais competitivo no mercado internacional, mas têm sua implementação dificultada pelo custo e pelos impactos ambientais decorrentes de seus projetos.
C) as rodovias, principal modalidade de transporte do País, assumem, com alto custo, elevada tonelagem no deslocamento de mercadorias diversas e maior percentual de tráfego de passageiros.
D) o transporte aéreo registra um uso mais intenso nas regiões do País onde há grandes distâncias entre os principais centros urbanos e fraca densidade das redes rodoviária e ferroviária.
Estatística dos tipos de transportes no Brasil (1999)
1º Rodoviário – 61,82%
2º Ferroviário – 19,46%
3º Aquaviário – 13,83%
4º Dutoviário – 4,58%
5º Aéreo – 0,31%
Apesar do baixo percentual, o transporte aéreo é mais usado na região Sudeste, área que apresenta densidade demográfica mais significativa. Por isso, a letra D está incorreta.



QUESTÃO 21
Analise, neste mapa de Minas Gerais, a localização das regiões
I e II:

A partir da análise desse mapa e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que,
A) na Região I, a rede hidrográfica é parte integrante da Bacia do Paraná e apresenta caráter perene, enquanto, na Região II, alguns contribuintes do Rio Jequitinhonha são ribeirões e córregos intermitentes.
B) na Região I, o dinamismo econômico é responsável por sua transformação em polo atrativo de população, enquanto, na Região II, o quadro socioambiental é fator de expulsão populacional, em especial, da mão-de-obra masculina.
C) na Região I, o grau de modernização do espaço agrícola é reduzido, enquanto, na Região II, a tecnificação da agricultura, poupadora de mão-de-obra, é empregada no cultivo de grãos destinados ao mercado externo.
D) na Região I, o plantio da soja ocupa posição de destaque na economia, enquanto, na Região II, essa posição é desempenhada pela pecuária extensiva e pela agricultura de subsistência.
A Região I é o Triângulo Mineiro que apresenta espaço agrícola moderno,PIB per capita de 17.690,00 reais (1º lugar de Minas Gerais), bons indicadores sócio-econômicos. A região II é o Vale do Jequitinhonha é uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais e também por ter caracteristicas do sertão nordestino, agricultura tradicional e de subsistência. Assim, a alternativa incorreta é a letra C

QUESTÃO 22
Considerando-se o atual estágio da agricultura mundial, é INCORRETO afirmar que
A) a agricultura voltada para o mercado interno, em países como o Brasil, ao incorporar insumos e tecnologias gerados pelo agronegócio, pode promover elevação dos preços dos alimentos para o consumidor.
B) a maior disponibilidade de terras agrícolas, em escala planetária, é encontrada nas zonas temperadas, onde a fragilidade dos solos constitui obstáculo à expansão de sua exploração.
C) a produção global de alimentos, na atualidade, é capaz de atender ao consumo em escala planetária, embora a ingestão de alimentos por parcela da população mundial ainda se dê de forma insuficiente em quantidade e diversidade.
D) as restrições geográficas impostas, em decorrência de determinadas condições de clima, solo e relevo, a um numeroso grupo de cultivos são, em grande parte, satisfatoriamente contornadas por práticas de manejo modernas.
A maior disponiblidade de terras agrícolas é na Zona Intertropical. Além disso, o solo escuro, rico em matéria orgânica, da Zona Temperada é muito rico em nutrientes devido, sobretudo, ao processo natural de decomposição das folhas que vai enriquecendo o solo em nutrientes. A acumulação de matéria orgãnica dá-se, sobretudo nos primeiros horizontes do solo, que possuem, por isso, uma cor mais escura.
Resposta incorreta letra B.


QUESTÃO 23
Analise, nestes dois planisférios, a evolução da incidência da malária no mundo em cerca de meio século:


A partir da análise desses planisférios e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que
A) a persistência de um alto risco de transmissão da malária nas faixas de baixa latitude do Globo se deve não às características ambientais dessas regiões, mas às condições socioeconômicas das populações.
B) as porções continentais de mais elevada densidade demográfica na zona intertropical são as que apresentam os mais altos riscos de transmissão da malária, porque tornam mais caros os processos de erradicação da doença.
C) o mosquito transmissor sobrevive em ecossistemas tropicais, com temperaturas médias elevadas e alto índice de precipitação, e em ecossistemas temperados sujeitos a uma forte variação sazonal e à ocorrência de neve.
D) o percentual da população mundial exposto, na atualidade, ao risco de transmissão da malária é menor em relação à segunda metade do século anterior, embora abranja um número maior de indivíduos.
A observação dos mapas mostra que a área de maior ocorrência da malária é a chamada "África Subsaariana", nas áreas isoladas, sem assistência e não nas áreas intertropicais de maior concentração populacional. Resposta incorreta, letra B.

QUESTÃO 24
A mídia tem veiculado reflexões, de muitos especialistas, acerca da recente crise econômica mundial, nas quais abordam origens e consequências dela, bem como estratégias que vêm sendo adotadas para enfrentar a situação instalada.
Considerando-se tais reflexões, é INCORRETO afirmar que
A) a América Latina procura criar um ambiente econômico protegido da crise, ao substituir tanto os acordos bilaterais por um bloco regional único quanto as divergências entre governantes por ações conjuntas que visam à retomada da expansão do PIB.
B) a desvalorização do dólar enfraquece as reservas internas de capital estrangeiro de economias que, a exemplo da China, na última década, conseguiram elevados índices de expansão do seu PIB.
C) a reestruturação da economia mundial pressupõe um redimensionamento do papel do Estado, no sentido de afastá-lo dos limites de ação impostos pelo neoliberalismo e de ele exercer controle efetivo sobre os sistemas financeiros e o mercado.
D) o consumismo extremo, em particular nos EUA, alimentou a expansão recente de economias como as do Leste Asiático, mas é ambientalmente insustentável se praticado por um número maior de populações ou se projetado a longo prazo.
A letra A está incorreta. A América Latina realizou,grosso modo, uma abertura econômica nos anos de 1990, período áureo do chamado neoliberalismo. Também rejeitou o bloco regional único (ALCA).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PISM 2008 –2010 2ª ETAPA

Questão 26: Observe os mapas abaixo:

Nos mapas, representa(m)-se:
a) a emissão de gases de efeito estufa no mundo, na era da globalização.
b) a expansão da rede mundial de computadores, nos séculos XX e XXI.
c) as áreas portuárias e o crescimento do comércio, no período de 1988 a 2025.
d) as ecocidades e o crescimento do consumo, nos séculos XX e XXI.
e) as megacidades e o crescimento populacional, no período de 1988 a 2025.
LETRA A
Os principais centros urbanos estão tão grandes que passaram a ser chamados de megacidades, ou seja, agrupamentos com mais de 10 milhões de habitantes, como São Paulo, Cidade do México, Seul, Xangai, Nova Délhi e Londres.
Segundo a ONU, o número de megacidades passou de duas, em 1950 (Tóquio e Nova York), para 20 em 2005. Em 2015 serão 22, sendo que 17 delas no mundo em desenvolvimento. Tóquio já é chamada de metacidade, uma vez que superou os 30 milhões de habitantes.
Cidades com mais habitantes (em milhões)
1. Tóquio (Japão) - 36
2. Cidade do México (México) - 19,4
3. Nova Iorque (EUA) - 18,7
4. São Paulo (Brasil) - 18,3
5. Mumbai (Índia) - 18,2
6. Nova Délhi (Índia) - 15

Cidades com mais habitantes por km2
1. Mumbai (Índia) - 26.650 mil
2. Calcutá (Índia) - 23.900 mil
3. Karachi (Paquistão) - 18.900 mil
4. Lagos (Nigéria) - 18.150 mil
5. Shenzen (China) - 17.150 mil
6. Seul (Coréia do Sul) - 16.700 mil

Cidades com as maiores populações em 2015 (em milhões)*
1. Tóquio (Japão) - 35,5
2. Mumbai (Índia) - 21,9
3. Cidade do México (México) - 21,6
4. São Paulo (Brasil) - 20,5
5. Nova Iorque (EUA) - 19,9
6. Nova Délhi (Índia) - 18,6
7. Xangai (China) - 17,2
8. Calcutá (Índia) - 17,0
9. Daca (Bangladesh) - 16,8
10. Jacarta (Indonésia) - 16,8

* Previsão
Fonte: Divisão de população da ONU

Questão 27: Embora a população mundial seja imensa, ela não está distribuída regularmente na superfície do planeta. As regiões urbanas representam apenas 3% a 4% da área terrestre do planeta, mas concentram cerca da metade de toda a população da Terra.
Preencha a segunda coluna de acordo com a primeira.

Assinale a alternativa que apresenta o CORRETO preenchimento da segunda coluna.
a) II, IV, I, III, V.
b) IV, II, III, V, I.
c) I, II, III, IV, V.
d) III, I, II, V, IV.
e) V, III, II, IV, I.
LETRA D
O crescimento demográfico não é o mesmo para todos países, em geral é bem maior nas áreas de fraca industrialização e grande população rural, e é bem menor nas áreas bastante industrializadas e de grande população urbana. Em outras palavras os países e as regiões mais desenvolvidas crescem populacionalmente bem menos que os subdesenvolvidos.
Países desenvolvidos - Predominam neste grupo de países baixas taxas de crescimento vegetativo, usualmente próximo a zero ou até mesmo negativo caso do continente europeu. A implicação econômica está na baixa capacidade de reposição populacional em diferentes faixas de idade.
Países subdesenvolvidos - Já neste grupo Predominam elevadas taxas de crescimento vegetativo com tendência a redução.

Questão 28: Cientistas vêm alertando que a degradação ambiental e as mudanças climáticas globais podem provocar imensos deslocamentos de populações.
Leia abaixo a descrição da situação de um determinado país.
O desmatamento e a consequente degradação do solo obrigaram muitos habitantes a migrar para a República Dominicana e os Estados Unidos. Esse desmatamento é resultado de duas necessidades vitais dos habitantes: manter as lavouras de subsistência e obter energia com a queima da madeira. A intensificação das tempestades tropicais estimula a migração por motivos ambientais. Com a menor renda per capita de todo o hemisfério ocidental, esse país mal consegue enfrentar essas crises.
O ESTADO do planeta, 2010. Dossiê Terra. National Geographic Brasil, São Paulo, 2009. p.39. Adaptado.
Essa situação ocorre no:
a) Equador.
b) Haiti.
c) Panamá.
d) Senegal.
e) Sudão.
LETRA B
O Haiti (em francês Haïti; no crioulo haitiano Ayiti) é um país das Caraíbas que ocupa o terço ocidental da ilha Hispaniola, possuindo uma das duas fronteiras terrestres das Caraíbas, a fronteira que faz com a República Dominicana, a leste. Além desta fronteira, os territórios mais próximos são as Bahamas e Cuba a noroeste, Turks e Caicos a norte, e Navassa a sudoeste. A capital é Porto Príncipe.A maior parte da população é rural, e no campo as condições de vida são relativamente mais fáceis do que nas cidades superpovoadas. A taxa de natalidade, assim como a de mortalidade infantil, é das mais altas das Antilhas e a expectativa de vida é baixa. Os índices de crescimento são semelhantes à média dos países caribenhos e mais baixos do que a dos países latino-americanos em geral.

Questão 29: Cerca de 46% dos cereais, segundo projeções, serão destinados à alimentação de rebanhos nas regiões em desenvolvimento até 2020; na década de 1980, o percentual era de 22%.
Esses dados indicam:
a) a difusão da agricultura orgânica.
b) a redução dos padrões de vida.
c) o aumento do consumo de carne.
d) o crescimento do oligopólio rural.
e) o incremento de população rural.
letra C
O gado está na ponta da mira dos ecologistas não apenas pelo CO² que emite através de seu sistema digestivo. Também porque para a sua alimentação são desmatadas grandes extensões de florestas.
90% da soja produzida na América Latina é destinada à alimentação animal nos países ricos. Um filé que se come na Espanha, por exemplo, muito provavelmente terá vindo de um boi europeu alimentado com produtos brasileiros, plantados em terras onde antes havia árvores ou floresta.

Questão 30: Leia o quadro abaixo, que representa a Nova Divisão Internacional do Trabalho:


Essa divisão internacional do trabalho diferencia-se da divisão clássica por envolver:
a) a concessão de empréstimos e investimentos sociais.
b) a descolonização dos países do continente africano.
c) as ideias do capitalismo comercial e protecionista.
d) o fluxo de mercadorias e de capitais de ambos os lados.
e) o predomínio da propriedade privada sobre a pública.
letra D
Multinacionais ou transnacionais. É o que explica, fundamentalmente, o fato de alguns países subdesenvolvidos terem se industrializado a partir da década de 1970 do século passado. No entanto, esse processo de industrialização é desigual, uma vez que os tipos de indústria e tecnologia empregados não são os mesmos das matrizes.
Cada vez mais indústrias poluidoras tendem a se instalar nos países subdesenvolvidos, pois elas consomem grandes quantidades de matéria-prima e de energia, além de necessitarem de muita mão-de-obra. Em outras palavras, as empresas transnacionais têm buscado seus próprios interesses, sem considerar as conseqüências sociais, econômicas e ambientais que ocorrem nos países onde suas filiais estão instaladas.

Questão 1: A sete quilômetros do Centro está a maior concentração de riqueza industrial e a principal rota de atração de novos negócios de Juiz de Fora. A Zona Norte concentra 85% do Produto Interno Bruto (PIB) Industrial da cidade, ou R$ 1,2 bilhão, segundo a Fiemg Regional Zona da Mata, com base nos dados do IBGE de 2006.


a) Com base no infográfico, cite um fator que contribui para a atração de novos negócios para a Zona Norte de Juiz de Fora.
Acessibilidade (acesso a rodovias);
Ou Terrenos disponíveis nos distritos industriais;
Ou Infra-estrutura já existente, em função de outras indústrias já instaladas.

b) Qual a função de um distrito industrial na organização do espaço urbano?
Descentralizar o crescimento industrial das áreas centrais das cidades;
Ou Descongestionar o crescimento industrial das áreas centrais das cidades;
Ou Incentivar a localização industrial em áreas previamente planejadas.

Questão 2: Tornamo-nos consumidores interconectados em uma época de mudanças dramáticas e constantes. Talvez a grande mudança tenha sido a rapidez com que centenas de milhões de pessoas passaram a fazer parte da classe média. Países como o Brasil e a Índia são exemplos claros dessa mudança. Essa imensa quantidade de novos consumidores agora tem muitos desejos e necessidades antes típicos dos países mais ricos do planeta.
O ESTADO do planeta, 2010. Dossiê Terra. National Geographic Brasil. São Paulo, 2009. p.49. Adaptado.
a) Durante os próximos 15 anos, estima-se que a classe média indiana salte de 5% da população para 41%, passando a incluir mais 583 milhões de pessoas.
Cite um efeito dessa mudança para a economia indiana.
Aumento do consumo interno;
Ou Aumento do mercado interno;
Ou Aumento da arrecadação de impostos;
Ou Atração de capitais estrangeiros;
Ou Crescimento da indústria;
Ou Crescimento da agricultura;
Ou Crescimento do terciário.
Distrito Industrial é um espaço urbano, de tamanho semelhante ao de um ou mais bairros, que possui incentivos fiscais.
Alguns distritos chegam a ter o tamanho de uma regional ou de uma região administrativa, como é o caso da Zona Franca de Manaus.
Um exemplo típico de um distrito industrial é o Distrito Industrial Fernão Dias, em Betim.

b) “A classe média brasileira chegou a 51,89% do total da população do país em abril de 2008. A parcela que integra a classe C, com rendimento familiar entre R$ 1 064 e R$ 4 591, em média, superou o pico medido em 2004, quando representava 42,49% dos brasileiros.”
Cite e explique um fator que proporcionou o aumento da classe média no Brasil.
A melhora no nível de educação;
Ou A migração de empregos do mercado informal para a economia formal;
Ou Política de transferência de renda para famílias pobres;
Ou Aumento real do salário mínimo;
Ou Crescimento do PIB;
Ou Crescimento do emprego com carteira assinada;
Ou Queda das taxas de juros;
Ou Controle da inflação.

A redistribuição de renda e o aumento da classe média foram as características principais do período de dez anos fechado em 2007. A constatação é do estudo Miséria e a Nova Classe Média na Década da Igualdade, divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As informações são da Agência Brasil.
No período, a classe média cresceu 15 pontos porcentuais. Em 1992, 32,52% da população se enquadravam na classe média e esse contingente chegou a 47,06% em 2007. Nos quatro anos finais do período, o crescimento foi mais acentuado, de 37,06% para 47,06%. Só em 2007, 1,5 milhão de pessoas saíram da linha de pobreza.

PISM -UFJF 1ªETAPA - 2009-2011

Questão 1: Observe a imagem abaixo:

Na imagem, o grupo ambientalista Greenpeace, numa manifestação em Copacabana (Rio de Janeiro, RJ), chama atenção para o efeito de um problema ambiental global.
a) Esse efeito é: Aumento do nível dos oceanos.
O problema ambiental global é o aquecimento global e o seu efeito é o aumento do nível dos oceanos.
b) Por que esse efeito afetará grande parte da população mundial?
Porque grande parte da população mundial está concentrada na faixa litorânea dos continentes.
Aumento do nível dos mares
Um aumento médio global dos mares de 9 a 88 centímetros é esperado nos próximos 100 anos, graças aos gases de efeito estufa que já emitimos e provavelmente ainda emitiremos. Isso acontecerá mais ou menos na mesma medida que o derretimento do gelo e a expansão termal dos oceanos (a água se expande quando aquecida).

Até mesmo essa comparativamente modesta projeção de subida do nível da água provocará destruição. Enchentes na costa e danos causados por tempestades, erosões nas margens, contaminação por água salgada nas reservas de água potável, na agricultura, cheias nos mangues, pântanos e ilhas e acréscimo da salinidade nos estuários são conseqüências reais de um aumento mesmo que pequeno do nível das águas. Algumas cidades costeiras e vilas também serão também afetadas. Recursos vitais para populações costeiras ou em ilhas como praias, água potável, áreas de pesca, habitats, barreiras de coral e atóis estão também sob risco.

Questão 2: Observe as fotografias a seguir, que representam trechos da rodovia BR 040, Próximos a Juiz de Fora, MG.

a) O município de Juiz de Fora localiza-se nos contrafortes da Serra da Mantiqueira. O relevo é predominantemente montanhoso, apresentando formações típicas denominadas: Mares de morro.

b) O processo de ocupação da região resultou no desmatamento quase total da floresta tropical, também chamada de: Mata Atlântica.

Localizado em grande parte da porção leste, o domínio dos mares morro é assim chamado por causa de sua forma, oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.
Encontram-se na região a floresta tropical, Mata Atlântica ou mata de encosta, caracterizada pela presença de uma grande variedade de espécies, a planície litorânea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias, e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.

Questão 26:
Leia o texto abaixo:
Os mananciais são fontes de onde se retira a água para abastecimento e consumo da população e outros usos, seja para indústria, agricultura etc. Segundo a legislação, considera-se como manancial todo corpo de água interior subterrânea, superficial, fluente, emergente ou em depósito, efetiva ou potencialmente utilizável para o abastecimento público.
Não há possibilidade de haver desenvolvimento harmônico sem a recuperação e manutenção da qualidade da água do abastecimento público, pois a disponibilidade desse recurso é um dos principais fatores limitantes do desenvolvimento.
Preencha a segunda coluna de acordo com a primeira, correlacionando a descrição de um importante manancial para o abastecimento de uma região metropolitana com sua localização no mapa.





Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento da segunda coluna.
a) I, IV, II, III, V.
b) II, III, V, IV, I.
c) III, II, V, IV, I.
d) IV, I, II, V, III.
e) V, III, I, IV, II.
RESPOSTA: LETRA B

Questão 27: A Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia) é um tipo de vegetação caracterizado por uma estação chuvosa, seguida de longo período biologicamente seco, quando grande número de espécies vegetais perde suas folhas.
Observe, no mapa abaixo, a área de ocorrência desse tipo de vegetação.



LETRA C
Floresta Estacional Decidual – este tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas. No RS, embora o clima seja ombrófilo, possui uma curta época muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiológica da floresta.
Esta formação ocorre na forma de disjunções florestais apresentando o estrato dominante predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhas no período frio.
Sua ocorrência é destacada na região do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, até as proximidades do rio Itu ( afluente do rio Ibicuí), fazendo limite com os campos da Campanha gaúcha.

Questão 28: Leia o texto abaixo:
Desde a primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, no Quênia, em 1977, os cientistas têm mostrado que o aumento das regiões áridas do mundo não decorre somente da progressão natural dos desertos, em geral resultado de alterações climáticas e fenômenos tectônicos ao longo de milhares de anos. Esse alastramento vem sendo provocado principalmente pelo homem, por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta; da agropecuária predatória, que emprega técnicas inadequadas de cultivo e pastoreio; e de alguns tipos de mineração, como a extração dos cristais de rocha.
Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2009.
Essas atividades praticadas pelo homem aumentam as regiões áridas porque:
a) removem a camada superficial do solo.
b) intensificam a infiltração da água fluvial.
c) promovem a precipitação da chuva ácida.
d) contribuem para o afloramento de turfeiras.
e) diminuem o índice de reflexão da radiação solar.
LETRA A
Desertificação: origina-se pela intensa pressão exercida por atividades humanas sobre ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é baixa.
As causas mais freqüentes da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado.

Questão 29: Leia o texto abaixo:
A superfície da Terra está em constante transformação. As transformações lentas ficam registradas nas características das rochas que encontramos na crosta terrestre. Por exemplo, antigas cadeias de montanhas, já desaparecidas pela erosão causada pelas chuvas, rios, ventos e geleiras, deixam seu registro em rochas metamórficas que se formaram abaixo das grandes massas elevadas, e antigos vulcões, extintos há centenas de milhões de anos e já sem expressão topográfica, podem ser revelados pelos produtos que expeliram: as rochas vulcânicas formadas pelo resfriamento das lavas. Mas há certas áreas da superfície da Terra que se tornam nossa maior fonte de informação sobre as diversas paisagens que existiram na superfície do planeta.
Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2009. Adaptado.
Essas áreas são:
a) as bacias sedimentares.
b) as cadeias montanhosas.
c) as calotas polares.
d) as fossas abissais.
e) as regiões temperadas.
LETRA A
As bacias sedimentares são um elemento importantíssimo do relevo terrestre, pois constituem a maior fonte de informações sobre o passado da Terra, principalmente no que diz respeito aos tipos de fauna e flora e constituições do relevo que já existiram na superfície.

Questão 30: Um mapa ou carta, dependendo dos seus objetivos, só estará completo se trouxer os elementos naturais e artificiais devidamente representados.
Determinados acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada, pois tornar-se-iam imperceptíveis, no entanto são acidentes que, por sua importância, devem ser representados nos documentos cartográficos.
A solução para esse problema é a utilização de:
a) escalas numéricas.
b) projeções cartográficas.
c) sensoriamento remoto.
d) símbolos cartográficos.
e) sistemas de coordenadas.
LETRA D
A representação dos diversos aspectos físicos e humanos nos mapas pode ser feita por meio de vários processos: graduação de cores, linhas, hachuras, sombreamento e sinais gráficos. Para facilitar seu manuseio,todo mapa deve conter uma legenda, que explica o significado dos símbolos utilizados.

Como funciona a biopirataria

O conceito de biopirataria foi lançado em 1992, com a assinatura da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da Organização das Nações Unidas. Neste tratado, que circulou pela Rio-92, foi estabelecido que os países têm soberania sobre a biodiversidade de seus territórios.

A palavra se popularizou e espalhou-se como uma mensagem de alerta. sobre os perigos que passam o conhecimento tradicional das comunidades dos que vivem em áreas de rica biodiversidade e os recursos biológicos apropriados indevidamente e patenteados por empresas multinacionais e instituições cientificas. Tais comunidades, que geraram estes conhecimentos sobre o uso da biodiversidade ao longo dos séculos, são lesadas pela biopirataria porque não participam dos lucros produzidos com seus conhecimentos pelas multinacionais.
Estas empresas ou instituições passam a ter controle exclusivo sobre o conhecimento e os recursos sem autorização desses grupos ou do país de onde foram extraídos.

Apenas doze países em todo o mundo são considerados megabiodiversos, ou seja, possuem 70% de todas as espécies de vertebrados, insetos e plantas pesquisadas pelo mundo. Cinco deles estão na América Latina.

O Brasil lidera o ranking dos megabiodiversos. Estima-se que seja o país que tem a maior biodiversidade do planeta com cerca de 150 mil espécies já pesquisadas e catalogadas ou 13% de todas as espécies de flora e fauna que existem no mundo. Ainda faltam identificar 90% deste potencial. A Amazônia abriga a maior parte desses recursos, com mais de duas mil e quinhentas espécies de árvores, liderando ainda o “ranking” de peixes de água doce do planeta, de acordo com pesquisa feita pela Universidade de Campinas (Unicamp), coordenada pelo ecologista Thomas Lewinsohn. O pesquisador estima um total de espécies entre 1,4 milhão e 2,4 milhões.

Mas a abundância de vida na Amazônia e no Brasil em geral é também um ponto vulnerável, porque a grande maioria dessas espécies ainda não foram reconhecidas pelos pesquisadores locais. O que as torna presas fáceis para laboratórios, empresas e instituições de pesquisas internacionais virem, pesquisarem e se apropriarem deste conhecimento, por meio de patentes que são pedidas no mercado internacional.
O fenômeno já aconteceu com várias espécies nativas e a única maneira de deter seu avanço é investir muito em pesquisa, catalogação de espécies e também em biotecnologia e no desenvolvimento de uma indústria farmacêutica brasileira forte, capaz de ser uma usina de patentes de drogas e princípios ativos tirados da mata e dos conhecimentos tradicionais de índios e outros povos da floresta. Só desta maneira será possível barrar os danos causados pela biopirataria ao Brasil.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito da Biopirataria, em 2003, foi feita uma estimativa de que o país perde por ano, mais de US$ 5,7 bilhões, com o tráfico ilegal de animais de sua fauna e de conhecimentos tradicionais e remédios das suas florestas. Cálculos feitos há três anos pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indicavam que o Brasil já tinha um prejuízo diário da ordem de US$ 16 milhões por conta da biopirataria internacional, que leva as matérias-primas e produtos brasileiros para o exterior e os patenteia em seus países sedes. O que impede as empresas brasileiras de vendê-los lá fora e as obriga a pagar royalties para importá-los em forma de produtos acabados.

O mercado mundial de medicamentos feitos de plantas alcança valores de US$ 400 bilhões por ano, sendo que 40% dos remédios vêm direta ou indiretamente de fontes naturais. Esta CPI também apurou que cerca de 20 mil extratos de plantas nativas indispensáveis à fabricação de remédios saem ilegalmente do Brasil por ano e que institutos estrangeiros de pesquisas, em parceria com organizações não-governamentais ambientalistas, colhem diariamente até 45 amostras sem qualquer
controle ou autorização do governo brasileiro.

Na prática, não há como proibir que pessoas e empresas patenteiem recursos biológicos e conhecimentos tradicionais a respeito da fauna e da flora dos lugares. Mas existem normas que, regidas por leis internacionais, deveriam ser seguidas, como aquela estabelecida na CDB que orienta a repartição dos lucros gerados pela utilização de técnicas tradicionais e de recursos naturais por meio do pagamento de royalties às comunidades ou aos países de onde foram apropriados, o que na maioria das vezes não acontece.

Tráfico de animais

Segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas, o tráfico de animais é a terceira maior atividade ilícita no mundo, depois apenas do tráfico de drogas e armas. Estima-se que este mercado movimente algo em torno de U$ 20 bilhões por ano. Dos animais silvestres comercializados no Brasil, estima-se que 30% sejam exportados.

O principal fluxo de comércio ilegal nacional dirige-se da região Nordeste para a região Sudeste, principalmente o eixo Rio - São Paulo. Grande parte da fauna silvestre é contrabandeada diretamente para países vizinhos, através das fronteiras fluviais e secas. Destes países fronteiriços seguem para países do primeiro mundo e seus laboratórios de pesquisa, onde são analisados como potenciais detentores de recursos que podem ser usados pela indústria farmacêutica.

História de biopirataria

A linha entre biopirataria e desenvolvimento de tecnologia é tênue. Mas o que caracteriza a biopirataria é a apropiação indébita. A legislação que existe hoje é muito burocrática, o que prejudica as atividades de pesquisa e acaba deixando-as sem a devida regulamentação. Mas o fato é que muitos historiadores datam a biopirataria no Brasil logo após a "descoberta" do país pelos portugueses, em 1500.

Os colonizadores tiraram vantagem da ingenuidade dos índios e descobriram como extrair o pigmento vermelho do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata). A árvore quase sumiu das matas brasileiras. Chegou perto da extinção para ir tingir tecidos que embarcavam para a Europa e faziam fortunas de portugueses, que trocaram o conhecimento dos nativos por pequenos espelhos, facas e armas de fogo, em um tipo de relação comercial muito desigual chamada de escambo.

Outro caso de biopirataria que abalou fortemente o Brasil foi o contrabando de sementes da árvore de seringueira em 1876, pelo inglês Henry Wickham. Essas sementes foram levadas para a Malásia. Após algumas décadas, aquele país passou a ser o principal exportador de látex mundial.
O norte do Brasil tinha sua riqueza inteiramente produzida pela borracha extraída do látex. Com a ascensão da Malásia e outros países asiáticos, esta afluência acabou no País. Atualmente os países asiáticos Camboja, Indonésia, Malásia, Myanmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã são os maiores produtores do mundo. A produção total de borracha natural no mundo em 2000 foi de 6,7 milhões de toneladas, das quais 4,8 milhões produzidas por aqueles países. Apenas 149 mil toneladas foram extraídas pela América Latina no mesmo ano.

Mas, a biopirataria é global. Commodities que têm a cara do Brasil e das quais o país é um dos maiores produtores mundiais, como o café e a soja, não são nativas. No século 17, os colonizadores portugueses trouxeram o café da Etiópia. Da China, em meados do século 20, foi trazida a soja. Itens importantíssimos para as exportações brasileiras hoje.

De qualquer modo, com a tentativa de mudar essa conduta e regularizar a situação, é importante perceber que o Brasil tem as quatro importantes biomas na rota da biopirataria, atualmente: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal e Caatinga.
Patentes e o desenvolvimento da biotecnologia

O Brasil é o quarto mercado do mundo em vendas unitárias de medicamentos, de acordo com Lauro Moretto, diretor executivo em técnicas regulatórias da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). No mercado mundial de medicamentos 30% dos remédios são de origem vegetal e 10% de origem animal. “A biodiversidade do Brasil certamente é fonte de farta riqueza para o país se houver bastante pesquisa”, analisa Moretto e diz que o Brasil desenvolveu produtos biotecnológicos de ponta, como as vacinas e soros do Instituto Butantã, em que, segundo ele, o país é precursor.

Moretto tem uma visão diferente sobre a biopirataria. Ele afirma que, nem sempre, a prática é nociva ao conhecimento humano e à sociedade, que acaba se beneficiando como um todo. “O Brasil se beneficiou de descobertas e conhecimentos produzidos por laboratórios estrangeiros para combater o câncer e a Aids. Doença na qual somos referência no combate, por causa da quebra de patentes autorizada pelo governo”.

Para Moretto, o mundo é um só. “Economicamente é importante ter descobertas, mas ainda somos um país em desenvolvimento por isso é muito difícil fazer pesquisa no Brasil. Para a ciência e o conhecimento, não há fronteiras”. Ele acredita que em um período de duas décadas, o Brasil será uma potência em termos de conhecimentos de biotecnologia aplicada. “Teremos grandes e gratas surpresas”.

Nos casos de conhecimento de ponta em biotecnologia, Moretto cita o exemplo da descoberta do médico pesquisador Sergio Ferreira, do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (USP). Nos anos 1960, este pesquisador conseguiu isolar agentes no veneno da jararaca que estimulavam a vasodilatação. Publicou os resultados de sua pesquisa, que eram de domínio público. O laboratório norte-americano usou a pesquisa como base para desenvolver um medicamento chamado Captopril, para tratar derrames e problemas cardíacos. Patenteou a droga e ganha cerca de U$ 5 bilhões por ano com a venda desse medicamento. Sergio Ferreira nunca recebeu um centavo pela sua pesquisa, mas Moretto também não acredita que este tenha sido um caso de biopirataria. “O laboratório tinha condições para investir e transformar a pesquisa pura em conhecimento aplicado. Isto é o que falta às nossas instituições de pesquisa aqui no Brasil”.

Nos casos de plantas e princípios ativos tirados da biodiversidade brasileira para virarem drogas e patentes no exterior que rendem milhões de dólares aos laboratórios estrangeiros que os patentearam o rol é imenso. Em muitos casos, os biopiratas se infiltram em comunidades tradicionais para pesquisar os hábitos e depois, levar aquelas plantas, extratos, ou produtos de origem animal para o laboratório, onde os princípios ativos são pesquisados, isolados e descobre-se um modo de produzi-lo em escala.

É o caso do jaborandi (Pilocarpus microphyllus), planta nativa da Amazônia brasileira, utilizada por tribos indígenas no preparo de chás diuréticos e expectorantes. Hoje, o laboratório Merck detém a patente sobre o isolamento de substâncias da planta. Desde o início da década de 90, a multinacional farmacêutica é dona de um terreno de 2.250 hectares no Maranhão, voltado para o cultivo de jaborandi, planta cujo princípio ativo, a pilocarpina, é utilizada em tratamentos de calvície e no controle do glaucoma. Existem outros 20 registros de patente no mundo com princípios ativos do jaborandi.

O laboratório Merck alega que sua patente sobre o jaborandi não pode ser classificada como fruto de biopirataria, pois o conhecimento na obtenção de seu princípio ativo teria passado a domínio público antes da instituição da legislação brasileira que regulamenta o acesso ao patrimônio genético, que desde 2001 prevê a necessidade de autorizações.

Carlos Alexandre Geyer, diretor presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), conta que, “quando uma empresa farmacêutica acessa o conhecimento tradicional de comunidades no uso das plantas, ela economiza anos de pesquisa na busca por princípios ativos e sua aplicação. Se o trabalho for feito dentro da lei, os lucros originados das pesquisas são divididos com a comunidade detentora do conhecimento. Como não vemos nenhuma dessas comunidades participando dos enormes lucros da indústria farmacêutica, fica óbvio que, na maioria das vezes, os caminhos corretos estão ignorados”.

Geyer tem estimativas de que os laboratórios chegam a ter custos 50% menores de desenvolvimento de produtos para transformar conhecimento tradicional em conhecimento científico e depois em produtos. “Sem descobertas nacionais, seremos sempre um País periférico", diz Carlos Geyer e reforça que 95% dos medicamentos fitoterápicos consumidos no Brasil são de plantas de origem estrangeira. “Precisamos investir pesado na cadeia produtiva brasileira de fitoterápicos para reverter este quadro”.

O Aché é maior laboratório brasileiro e já investiu US$ 10 milhões em busca de novos remédios gerados a partir de plantas. Esse tipo de droga está na moda, sobretudo na Europa. Só na Alemanha, 40% de todos os medicamentos prescritos são fitoterápicos. O Aché tem uma briga com a empresa japonesa Nippon Mektron por causa da patente do princípio ativo da espinheira-santa.
Em 1990, um estudo da ação antiúlcera gástrica da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) feita por grupo de pesquisa brasileiro mereceu uma publicação da Ceme (Central de Medicamentos) do Ministério da Saúde. O material foi divulgado pelo Journal of Ethnofarmacology e despertou o interesse dos japoneses, que saíram na frente e depositaram uma patente com a planta brasileira. A empresa japonesa Nippon Mektron detém uma patente de um remédio que se utiliza do extrato da espinheira santa (EP 776666).

"A parceria é a melhor saída tanto para as universidades como para os laboratórios", constata Lauro Moretto. Em sua opinião, o financiamento da iniciativa privada é o caminho para viabilizar as pesquisas, além de ser uma alternativa mais econômica para as empresas. Ele afirma que o Brasil tem potencial gigantesco de biodiversidade e dentro de uns 20 anos, com o esforço que tem sido feito pelo governo, instituições de pesquisas nacionais e os laboratórios, o País deve ser tornar um líder em inovação biotecnológica.
Propriedade intelectual x conhecimentos tradicionais

De acordo com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), o conceito de propriedade intelectual é uma expressão genérica para garantir a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto, nos domínios industrial, científico, literário e artístico, o direito de receber, pelo menos por um determinado período de tempo, recompensa pela própria criação. Segundo definição da Ompi, constituem propriedade intelectual as invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes, imagens, desenhos e modelos utilizados pelo comércio.

Por enquanto, os conhecimentos tradicionais ainda não têm propriedade intelectual. Portanto, ficam de fora da legislação e normas de Direito Autoral. O que significa que os conhecimentos tradicionais ainda não possuem uma definição no atual sistema de proteção da propriedade intelectual.

Isto é objeto de discussão entre juristas, comunidades locais e organizações mundiais de proteção da propriedade intelectual a adequação desse tema ao sistema patentário atual. A OMPI trata conhecimentos tradicionais como um novo tema a se definir e instituiu um comitê para esta tarefa.

Enquanto esta questão não se resolve, empresas e instituições de pesquisas exploram plantas, animais e os conhecimentos de comunidades tradicionais sem levar em consideração o que dispõe a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU. A partir disso, elas elaboram novos produtos e passam a deter, por meio de patentes, toda a renda da comercialização.

Um exemplo disso é o cupuaçu, planta amazônica da mesma família do cacau, um alimento tradicional indígena. Seu nome foi patenteado em 1998 por empresa japonesa. Em 2004, o registro da palavra foi cancelado no Japão por pressão de organizações não-governamentais amazônicas, mas ainda está sendo contestado na Europa e nos Estados Unidos. Para os ambientalistas, o combate à biopirataria só será efetivo quando a Convenção sobre Diversidade Biológica, que continua sem a assinatura dos Estados Unidos e de outros países detentores de grande número de patentes, entrar em vigor. Veja alguns casos de briga de patentes de espécies brasileiras.
Espécies brasileiras patenteadas por empresas estrangeiras
Açaí
Ou juçara é o fruto da palmeira Euterpe oleracea da região amazônica que teve seu nome registrado no Japão, em 2003, como marca de propriedade da empresa K.K. Eyela Corporation. Por causa de pressão de organizações não-governamentais da Amazônia, o governo japonês cancelou esta patente.
Andiroba
A árvore (Carapa guianensis) é de grande porte, comum nas várzeas da Amazônia. O óleo e extrato de seus frutos foram registrados pela empresa francesa Yves Roches, no Japão, França, União Européia e Estados Unidos, em 1999, e pela empresa japonesa Masaru Morita, em 1999.
Copaíba
A copaíba (Copaifera sp) é uma árvore da região amazônica. Teve sua patente registrada pela empresa francesa Technico-flor, em 1993, e no ano seguinte na Organização Mundial de Propriedade Intelectual. A empresa norte-americana Aveda tem uma patente de Copaíba, registrada em 1999.
Cupuaçu
Fruto da árvore (Theobroma Grandiflorum), que pertence à mesma família do cacaueiro. Existem várias patentes sobre a extração do óleo da semente do cupuaçu e a produção do chocolate da fruta. Quase todas as patentes registradas pela empresa Asahi Foods, do Japão, entre 2001 e 2002. A empresa inglesa de cosméticos “Body Shop” também tem uma patente do cupuaçu, registrada em 1998. O proprietário da Asahi Foods, Nagasawa Makoto é ao mesmo tempo titular da empresa americana "Cupuacu International Inc", que possui outra patente mundial sobre a semente do Cupuaçu.
Espinheira Santa
A espinheira santa (Maytenus ilicifolia) é nativa de muitas partes da América do Sul e sudeste do Brasil. A empresa japonesa Nippon Mektron detém uma patente de um remédio que se utiliza do extrato da espinheira santa, desde 1996.
Jaborandi
Planta (Pilocarpus pennatifolius) só encontrada no Brasil, o jaborandi tem sua patente registrada pela indústria farmacêutica alemã Merk, em 1991.
Veneno da jararaca
A jararaca (Bothrops jararaca) é uma espécie nativa de cobra da Mata Atlântica. O laboratório Squibb usou uma pesquisa que havia sido desenvolvida no Brasil e patenteou a droga Captopril, contra hipertensão, nos anos 70.

O que tem sido feito?

A biopirataria é facilitada por uma legislação que é excessivamente rígida, ou omissa, como é o caso da Medida Provisória (MP) 2.186, que regulamenta os pontos da Convenção sobre Diversidade Biológica e determina que o acesso aos recursos genéticos depende de autorização da União. Pela MP, os pesquisadores não podem coletar uma folha sequer, sem a autorização do poder público.

Esta MP foi editada depois da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre biopirataria ter sido concluída em 2003, sem determinar precisamente os culpados e o conceito de biopirataria. Por isto, a MP não determina que a exploração ilegal desses recursos é crime, nem estabelece penalidades para os infratores, que acabam sendo punidos, quando muito, como traficantes de animais.

Desde 2003, o Comitê de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), órgão do Ministério do Meio Ambiente criado pela MP para regular as pesquisas com a biodiversidade discute um projeto de lei definitivo sobre o assunto. A idéia é estabelecer regras para beneficiar as comunidades com o uso comercial de seus conhecimentos e definir a biopirataria como crime, impondo punições. Mas não existe uma agenda para a votação deste projeto de lei pelo Congresso Nacional.

Além da falta de uma legislação no Brasil, existe o conflito de regras internacional, com o tratado TRIPs de um lado, que prevalece sobre a CDB e propõe uma divisão mais justa dos lucros gerados com pesquisa genética. Este conflito de regulamentação, na prática, incentiva as empresas de países ricos a continuar com a biopirataria.

Sylvia Estrella. "HowStuffWorks - Como funciona a biopirataria". Publicado em 12 de fevereiro de 2008 (atualizado em 16 de junho de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/biopirataria4.htm (21 de dezembro de 2009)

Triângulo das Bermudas


Desde meados do século 19 uma área no Oceano Atlântico em forma de triângulo, com seus vértices na Flórida (EUA), em Porto Rico e na ilhas Bermudas, é considerada o local do misterioso desaparecimento de 50 navios e 20 aviões. As ocorrências naturais (ou sobrenaturais) atribuídas à região levaram os mais crentes a denominarem o lugar de “Triângulo do Diabo”.
Embarcações totalmente abandonadas, sem sinal dos corpos de seus ocupantes, e navios e aviões que sumiram sem deixar rastros são as principais evidências que sustentam as teorias sobrenaturais sobre o que acontece por lá. Na verdade, características geofísicas da região e fatores climáticos são provavelmente as principais causas dos desaparecimentos. Além disso, há a possibilidade da corrente marítima, muito rápida e turbulenta, e falhas na correção da navegação levarem as embarcações a se perderem e envolverem-se em catástrofes.

Sílvio Anaz. "HowStuffWorks - 10 lugares mais misteriosos do mundo". Publicado em 16 de dezembro de 2009 http://pessoas.hsw.uol.com.br/10-lugares-misteriosos2.htm (20 de dezembro de 2009)

As crianças Lobo*

Luca Rischbieter
A triste história das crianças lobo ou Nem só de genes e cérebro vive o homem

O desenho animado "Mogli, o Menino Lobo", de Walt Disney, é bastante conhecido. Inspirado no "Livro da Jângal", de Rudyard Kipling, o desenho conta a história de uma criança que, ainda bebê, perde-se de sua família e é adotada e criada por lobos, no coração da selva da Índia. Na história original, Mogli cresce interagindo e conversando com os bichos e, quase adolescente, reintegra-se facilmente ao seu grupo humano antes de ser expulso como "bruxo", devido ao seu poder sobre os bichos.

Kipling (1865-1936), que nasceu na Índia, inspirou-se em histórias contadas nesse país sobre crianças que se perdiam na selva e acabavam vivendo com os bichos. E, de fato, existem registros claros, especialmente na Índia e na Europa, de alguns casos de crianças "selvagens". Elas se perderam muito jovens de suas famílias, que viviam à beira de florestas, e cresceram sem contato com os humanos, antes de serem encontradas e trazidas para a "civilização".

Infelizmente, em todos os casos conhecidos, as coisas se passaram de forma muito diferente do que na criação genial e romântica de Kipling:

Uma das histórias mais bem documentadas envolvendo "crianças lobo" é a de duas meninas completamente selvagens, resgatadas por uma expedição que massacrou os lobos com quem elas viviam, perto de um vilarejo no norte da Índia, em 1920.

O comportamento das duas crianças causou espanto, pois "quando foram encontradas, as meninas não sabiam andar sobre os pés, mas se moviam rapidamente de quatro. É claro que não falavam, e seus rostos eram inexpressivos. Queriam apenas comer carne crua, tinham hábitos noturnos, repeliam o contato dos seres humanos e preferiam a companhia de cachorros e lobos".

Amala, a menina mais nova, parecia ter um ano e meio e morreu pouco menos de um ano depois. Kamala, a outra irmã, tinha mais de oito anos quando foi encontrada e sobreviveu por nove anos, morrendo em novembro de 1929.

A evolução de Kamala, registrada pelo casal de missionários que cuidava dela em um orfanato, foi significativa, porém limitada. Ela conseguiu aprender a caminhar só com as pernas e mudar seus hábitos alimentares, aprendeu muitas palavras e sabia usá-las, embora nunca tenha chegado a falar com fluência. Apesar dos progressos de Kamala, "a família do missionário anglicano que cuidou dela, bem como outras pessoas que a conheceram intimamente, nunca sentiu que fosse verdadeiramente humana".

O processo de educação ao qual Kamala foi submetida pode ser extremamente criticado, do ponto de vista do que sabemos hoje, pois houve uma grande ênfase na imposição de hábitos "civilizados" e, apesar do carinho dos que cuidaram dela, nenhuma preocupação com os aspectos traumáticos que toda a experiência certamente tinha para ela.

Assim, ficamos sem saber até que ponto Kamala poderia ter evoluído, se tivesse passado por um processo mais terapêutico e menos didático de reintegração ao mundo. O mesmo pode ser dito em relação a outras crianças selvagens que ficaram famosas, como Victor de Aveyron, encontrado em 1798 na França e que o francês Jean Itard tentou educar de forma muito interessante, porém extremamente diretiva.

Como não temos mais notícias de crianças selvagens desde a década de 20, não podemos fazer novas experiências de reeducação, e temos que nos consolar com os poucos dados que a história nos oferece. Resta-nos a constatação de que, depois de anos de esforços pedagógicos intensos, algumas delas chegaram a humanizar-se um pouco, mas, desprovidas por anos da riqueza das interações que levam as crianças ao domínio da linguagem e dos símbolos, jamais chegaram sequer perto de poder ser comparadas com crianças normalmente socializadas.

Para Lucien Malson, que escreveu em 1963 um belíssimo livro sobre as crianças selvagens, a conclusão é clara: "Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas".

A triste e comovente história das crianças selvagens, que sobreviveram quase milagrosamente entre os bichos e penaram para alcançar apenas as mais básicas marcas de uma existência "civilizada", deixa uma lição que não pode ser ignorada: sem o denso tecido de interações sociais do qual participa toda criança, simplesmente não há humanidade.

Um bebê sem outros humanos é algo tão impensável como peixes sem água, como uma planta sem terra nem sol. A psicologia, ciência dos indivíduos, só pode existir se reconhecer o paradoxo em sua base: sem os outros, não há indivíduo. Teorias que esquecem ou ignoram essa idéia básica deveriam ser relegadas às selvas do esquecimento...

Fonte:www.aprendebrasil.com.br
1. Humberto Maturana e Francisco Varela. "A Árvore do Conhecimento". Editora Psy, Campinas, 1995, página 159.
2. Em "A Árvore do Conhecimento", página 161.
3. Uma ótima discussão sobre Victor de Aveyron pode ser encontrada em: Luci B. Leite e Izabel Galvão (org.). "A Educação de um Selvagem". Editora Cortez, São Paulo, 2000.
4. Traduzido de: Lucien Malson. "Les Enfants Sauvages". Editora 10/18, Paris, 1964, página 55.