AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉC. XVII E O PARLAMENTARISMO
1. DINASTIA STUART:
- Os Stuart chegaram ao poder na Inglaterra depois da morte de Elizabeth I, que não deixara herdeiros.
- O poder foi assumido por Jaime I, rei da Escócia e parente da rainha morta.
· Jaime I
- absolutismo anglicano.
- os puritanos, fugindo do absolutismo e da intolerância, deslocaram-se para a América e iniciaram efetivamente a colonização das 13 colônias inglesas: o navio Mayflower e a colônia de Plymouth.
· Carlos I
- tensão entre o rei e o parlamento devido à intenção do rei de criar novos impostos sem a concordância do parlamento.
- o Parlamento impõe ao rei a Petição de Direitos (1628): dava garantias à população contra novos tributos e prisões arbitrárias. O rei jurou em troca da aprovação dos impostos.
- em 1629, o rei dissolveu o Parlamento.
- em 1640, precisando de recursos para sufocar uma rebelião na Escócia, o rei convocou o parlamento: o parlamento não concordou e queria diminuir os poderes do rei.
- o rei tentou fechar novamente o parlamento e deu início a uma guerra civil: rei X parlamento.
2. A GUERRA CIVIL (1641-1649): Revolução Puritana
· Cavaleiros X Cabeças Redondas
- apoiavam o rei. - apoiavam o parlamento.
- latifundiários. - Oliver Cromwell.
- católicos. - burguesia.
- anglicanos. - gentry (parcela da nobreza).
- puritanos (calvinistas ingleses).
Gentry: eram os representantes dos proprietários de médio porte, viviam no campo e dependiam desta propriedade para sobreviver. Passam a investir cada vez mais na propriedade para crescer, por isso querem livrar a economia do mercantilismo, assim no aspecto político, assumem as mesmas posições da burguesia liberal confundindo-se com ela.
· Vitória dos Cabeças Redondas
- execução do rei.
- instalação do regime republicano: pela primeira e única vez na história inglesa.
- Commonwealth: República Puritana.
3. A REPÚBLICA PURITANA (1649-1658):
· Oliver Cromwell:
- No início, governou em conjunto com o Parlamento, mas depois deu um golpe e instalou a ditadura (1653-58).
+ Atos de Navegação:
- incentivaram a construção naval.
- proibição da entrada e saída de mercadorias em navios estrangeiros.
- foi fundamental para o comércio, a burguesia, o capitalismo e a revolução industrial.
- prejudicou os holandeses.
+ Os Niveladores: grupos de artesãos que formavam a base do exército de Cromwell, possuíam idéias radicais sobre democracia, tiveram alguma influência sobre Cromwell.
4. RESTAURAÇÃO STUART:
· Carlos II
- tentou restabelecer o absolutismo.
- simpatia: catolicismo.
+ Divisão do Parlamento:
- Whig: oposição ao rei, burguesia liberal, puritanos, defendiam um governo controlado pelo Parlamento.
- Tory: apoiavam o rei, conservadores, absolutistas, anglicanos.
+ "Bill Habeas Corpus": Carlos II, em 1679 assinou o habeas-corpus, lei que garantia a liberdade dos cidadãos.
· Jaime II
- continua a política de restauração do absolutismo.
- casamento: nascimento de um herdeiro de mãe católica ® provoca a união de Whigs e Tories, temerosos da restauração do catolicismo e do absolutismo.
5. REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688)
· O Parlamento convida Guilherme de Orange para ocupar o trono: aceita, invade a Inglaterra, depõe o rei e assume o poder.
· Guilherme III jura a Declaração de Direitos (Bill of Rights): monarquia constitucional parlamentarista e supremacia do parlamento sobre a monarquia ® “o rei reina mas não governa”.
- A "Declaração de Direitos", assinada pelos soberanos ingleses Guilherme II e Maria, resultado concreto da Revolução Inglesa, comprometia-os com cláusulas, como obrigações de cumprir leis votadas pelo Parlamento, sem ter direito a veto; impedimento de lançar impostos sem a aprovação dos representantes populares; proibição de manter um exército permanente, em tempo de paz, sem a anuência do Parlamento; obrigação de convocar o Parlamento periodicamente e a proibição de criar novos impostos; dava ao Parlamento a supremacia no controle das leis, do Ministério, do Tesouro e do Exército.
· Ato de Tolerância: liberdade religiosa.
· Significados: abriu caminho para a formação de um Estado burguês e para a eclosão da Revolução Industrial. Iniciava a crise do Antigo Regime (absolutismo, mercantilismo, sociedade de ordens, intolerância religiosa).
O ILUMINISMO
1. CONCEITO:
- Movimento intelectual e filosófico iniciado na Inglaterra no século XVII e desenvolvido na França do século XVIII.
- Filosofia (ideologia) revolucionária da burguesia: Ilustração ou Época das Luzes.
2. PRECURSORES:
· Revolução Científica do século XVII
- René Descartes: racionalismo - método experimental - “penso, logo existo”.
- Isaac Newton: mecanicismo - fundamentos matemáticos da lei da gravitação universal - leis físicas/naturais.
3. IDEÁRIO ILUMINISTA:
· “Desejavam abalar os tronos e derrubar os altares”.
- crítica ao Estado absolutista e a teoria do direito divino dos reis.
- crítica aos privilégios de classe (ordens ou estados).
- crítica à postura da Igreja Católica, sustentáculo do Antigo Regime.
- defesa da limitação do poder real.
- defesa da não intervenção do Estado no campo econômico.
- defesa de um sistema constitucional.
- racionalismo.
4. OS FILÓSOFOS ILUMINISTAS:
· John Locke
- “Segundo Tratado do Governo Civil”.
- direitos naturais do Homem: vida, liberdade e propriedade.
- estado de natureza - governo e sociedade civil.
- direito de rebelião.
· Montesquieu
- “O Espírito das Leis”.
- tripartição do poder: executivo, legislativo e judiciário.
- teoria dos “Freios e Contrapesos”.
· Voltaire
- “Cartas Inglesas”
- críticas a Igreja Católica (anticlerical) e aos resquícios feudais (servidão).
- defesa da liberdade de expressão.
· Rousseau
- “Contrato Social”
- críticas ao absolutismo e defesa da liberdade.
- críticas a burguesia e a propriedade privada: infelicidade humana.
- defesa da soberania popular e da vontade da maioria.
- educação - “bom selvagem”.
5. DESPOTISMO ESCLARECIDO:
- tentativa de reformar o Estado absolutista pelo próprio Estado, conjugando absolutismo e iluminismo, sem contudo abandonar as práticas absolutistas ® contradição.
- política de reformas - modernização nacional: racionalizar a administração, a taxação de impostos e incentivar a educação.
- déspotas: soberanos absolutos ® José II (Áustria), Catarina II (Rússia), Frederico II (Prússia), Pombal (Portugal) e Aranda (Espanha)
- foi adotado nos Estados mais “atrasados”: com fortes resquícios feudais.
6. ENCICLOPÉDIA:
- resumo do pensamento iluminista e fisiocrata.
- veículo de difusão das idéias liberais.
- Diderot e D’Alembert
- racionalismo, atividade científica, anticlericalismo, deísmo, contrato social.
- 35 volumes.
7. OS ECONOMISTAS DO ILUMINISMO:
· Fisiocracia:
- Quesnay, Gournay e Turgot.
- a agricultura era a fonte geradora de riqueza.
- defendia a não intervenção do Estado na economia: combatia o mercantilismo.
- “Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même” ® Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo.
· Liberalismo Econômico:
- Adam Smith: fundador da economia moderna (ciência).
- “Riqueza das Nações”.
- ideologia econômica da burguesia e do capitalismo.
- o trabalho como fonte de riqueza.
- condenava o mercantilismo e defendia a concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1. ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO
· Artesanal
· Manufaturas
· Maquinofatura
2. CONCEITO
- Processo de transformações econômicas e sociais geradas pela mecanização iniciado na Inglaterra da segunda metade do século XVIII.
3. PIONEIRISMO INGLÊS
· Estado burguês e liberal: incentivo ao capitalismo.
· Burguesia poderosa
· Acúmulo de capitais: acumulação primitiva de capitais ® comércio marítimo, pirataria, tráfico negreiro, manufaturas, colonialismo, enclosures etc.
· Banco da Inglaterra.
· Existência de mercados consumidores.
· Existência de matérias-primas: carvão, ferro, lã, algodão.
· Existência de mão-de-obra:
+ Enclosures (“cercamento dos campos”): avanço do capitalismo no campo.
- expropriação dos camponeses.
- êxodo rural.
- abundância de mão-de-obra barata: exército nacional de reserva.
4. INDUSTRIALIZAÇÃO
· Máquinas
- máquina de fiar
- tear hidráulico
- tear mecânico
- máquina a vapor
- locomotiva a vapor
- barco a vapor
· Indústrias
- têxtil
- metalúrgica
- transporte
· Energia
- vapor
· Imprensa
- o uso do vapor impulsionou a impressão de jornais, revistas e livros: comunicações e difusão cultural.
5. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1860):
· Expansão da industrialização:
- Bélgica, França, Alemanha, Rússia, EUA e Japão (Revolução Meiji).
· Dinâmica e Inovações Técnicas:
- eletricidade: dínamo.
- aço: processo Bessemer ® transformação do ferro em aço.
- motor a combustão interna
- indústria química.
· Fontes de Energia:
- eletricidade e petróleo
· Meios de Transporte:
- ampliação das ferrovias.
- automóvel.
- avião.
· Meios de Comunicação:
- telégrafo
- telefone
· Métodos de Racionalização (dinamização) da Produção
+ Fordismo: indústria automobilística Ford
- especialização do trabalho
- aumento da produção.
- produção em série
- linhas de montagem: esteiras rolantes
- a empresa deveria dedicar-se a apenas um produto
- a empresa deveria controlar as fontes de matérias-primas.
+ Taylorismo: F. W. Taylor
- controle dos movimentos das máquinas e dos homens no processo de produção para aumentar a produção.
· Concentração de capital
- conglomerados industriais ou financeiros.
+ Holdings: “grandes empresas financeiras que controlam vastos complexos industriais a partir da posse da maior parte de suas ações”.
+ Trustes: “grandes companhias que absorvem seus concorrentes ou estabelecem acordos entre si, monopolizando a produção de certas mercadorias, determinando seus preços e dominando o mercado”
+ Cartéis: “grandes empresas independentes produtoras de mercadorias de um mesmo ramo que se associam para evitar a concorrência, estabelecendo divisão de mercados e definindo preços”.
6. CONSEQUÊNCIAS:
· divisão extrema do trabalho.
· produção em massa.
· separação entre capital e trabalho.
· divisão internacional do trabalho.
· aumento demográfico.
· urbanização: cidades.
· consolidação do capitalismo (industrial e depois monopolista e financeiro) e afirmação do Estado Liberal.
· classes sociais antagônicas: burguesia e proletariado.
· péssimas condições de vida e de trabalho para o proletariado: salários baixos, jornadas altas, trabalho feminino e infantil, insalubridade, sem garantias de trabalho, sem direitos trabalhistas, morando em periferias e em casebres.
· supremacia da burguesia
· abriam-se as condições para o imperialismo colonialista e a luta de classes.
· surgimento de teorias sociais em defesa do proletariado: Anarquismo, Socialismo e Comunismo.
· Reação dos Trabalhadores/operários/proletários:
+ Movimento Ludista (Ludismo):
- Ned ou King Ludd
- destruição das máquinas como forma de eliminar as péssimas condições de vida e de trabalho.
+ Movimento Cartista (Cartismo):
- movimento popular que pregava reformas nas condições de trabalho e direitos políticos.
- Carta do Povo.
+ Movimento dos Sindicatos (Trade unions):
- organizações trabalhistas: catalisar as insatisfações e organizar a luta da classe operária.
A REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799)
1. SIGNIFICADOS:
- revolução burguesa.
- consolidação do Estado burguês.
- teve participação popular.
- tomada do poder político pela burguesia.
- superação do feudalismo.
- queda do absolutismo.
- derrubada do Antigo Regime.
- liquidação dos últimos entraves ao capitalismo.
2. MOTIVOS:
· crise econômica:
- queda na produção agrícola devido aos entraves feudais e a fenômenos climáticos: alta de preços, miséria e fome.
- queda na produção industrial manufatureira: devido ao Tratado Éden-Rayneval ® França (vinhos) e Inglaterra (tecidos) ® baixas taxas alfandegárias.
· crise financeira:
- gastos na manutenção da corte.
- gastos com guerras: Guerra dos Sete Anos e a guerra da Independência dos EUA.
- dívida externa.
- imposição de mais tributos e medidas fiscais e comerciais.
· privilégios de classe:
- o clero e a nobreza não pagavam impostos diretos, ocupavam os melhores cargos na administração e no exército, recebiam rendas do governo e tinham privilégios judiciários.
· absolutismo dos Bourbons:
- insensível às condições sociais e econômicas da maioria da população francesa.
- desde 1614 que não se convocava a Assembléia dos Estados Gerais.
· as idéias iluministas:
- liberdade, igualdade civil e direito de resistência ao despotismo.
· sociedade estamental: ordens, estados ou estamentos.
- 1º Estado: Clero.
- 2º Estado: Nobreza.
- 3º Estado: Povo ® burguesia, artesãos, operários, sans-culottes, camponeses e servos ® sustentavam através de impostos a administração, o exército e os privilégios.
3. O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO:
· crise política:
- sucessivas demissões de ministros: Turgot, Brienne, Calonne e Necker.
+ Calonne:
- Assembléia dos Notáveis: Clero e Nobreza.
- pagamento de impostos.
- revolta aristocrática.
- demissão de Calonne.
+ Necker:
- Assembléia dos Estados Gerais: Clero, Nobreza e Povo.
- o Terceiro Estado conseguiu aumentar o número de deputados.
- o Terceiro Estado exigiu a votação individual (a votação tradicional era por Ordem ou Estado).
- o rei Luis XVI tentou dissolver a Assembléia.
- os deputados do Terceiro Estado ocuparam a sala do jogo da péla e juraram não se dissolver enquanto não fosse elaborada uma constituição: Assembléia Nacional Constituinte.
- o rei procurou reunir forças para reprimir os deputados rebelados na Assembléia.
- demissão de Necker.
4. A REVOLUÇÃO:
· A burguesia organizou a Guarda Nacional para resistir ao rei e comandar a população.
- armas: Arsenal dos Inválidos.
- munição: Prisão da Bastilha.
· Tomada da Bastilha (14.07.1789)
- estopim da revolução.
- derrubada de um símbolo do absolutismo.
· Revoltas Camponesas
- “Grande Medo”
5. AS FASES DA REVOLUÇÃO:
· Assembléia Nacional Constituinte (1789-1791)
+ Abolição dos privilégios feudais.
+ Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
- igualdade civil.
- propriedade privada.
- resistência à opressão.
+ Constituição Civil do Clero:
- confisco dos bens da Igreja: assignats.
- o Estado passava a controlar o clero.
+ Constituição de 1791:
- monarquia constitucional.
- divisão de poderes.
- voto censitário.
- proibição de greves.
· Assembléia Legislativa (1791-1792)
+ Grupos Políticos:
- Girondinos: alta burguesia.
- Jacobinos: pequena burguesia e sans-culottes.
- Cordeliers: camadas mais baixas.
- Feuillants: burguesia financeira.
+ Emigrados:
- migração da nobreza.
- apoio externo para restaurar o Estado absolutista.
+ Fuga do Rei (junho/1791):
- conspiração contra-revolucionária.
- foi preso na fronteira.
+ Dificuldades Econômicas:
- emissão de assignats.
- especulação.
- inflação.
- os sans-culottes exigiam medidas radicais.
+ Ameaça Externa:
- o Exército das potências absolutistas européias avançava sobre a França: prussianos e emigrados.
- para defender a França, foi formado um exército popular: Comuna Insurrecional de Paris ® Marat, Danton e Robespierre.
- o exército absolutista foi derrotado na batalha de Valmy.
- o rei foi acusado de traição.
- foi proclamada a República.
· Convenção Nacional (1792-1795)
+ sufrágio universal.
+ Facções Políticas: conflitos
- Girondinos: direita ® consolidação das conquistas burguesas.
- Planície ou Pântano: representantes da burguesia sem posição política definida.
- Jacobinos (Montanha): esquerda ® aprofundamento da revolução.
+ Convenção Girondina (1792-1793):
- o rei foi guilhotinado.
- foi formada a 1ª Coligação contra a França: Áustria, Prússia, Holanda, Espanha (monarquias absolutistas temerosas dos reflexos da Revolução sobre sua estabilidade política) e Inglaterra (esta, devido a rivalidades econômicas).
- crise econômica.
- divisões políticas.
- insatisfações.
- revolta da Vendéia: levante anti-republicano regional.
- os jacobinos assumem a Convenção.
+ Convenção Montanhesa ou Jacobina (1793-1794):
- adoção de um novo calendário.
- participação popular.
- radicalização política.
- Constituição do Ano I (1793): sufrágio universal e democratização.
- Governo Jacobino: Comitê de Salvação Pública (administração e defesa externa), Comitê de Salvação Nacional (segurança interna) e o Tribunal Revolucionário.
- Medidas populares: Lei do Preço Máximo, venda dos bens da Igreja e nobres emigrados, abolição da escravidão nas colônias, fim de todos os privilégios, ensino público e gratuito.
* Terror (set/1793 a jul/1794):
- Robespierre.
- execuções: guilhotina. Inclusive de Danton e Hébert.
- impopularidade de Robespierre: dificuldades econômicas e militares, ameaças externas e insegurança da população (execuções).
* Reação Termidoriana (jul/1794):
- golpe dos girondinos: Robespierre e Saint-Just são guilhotinados.
- os representantes do Pântano (alta burguesia girondina) assumem o comando da Revolução.
+ Convenção Termidoriana (1794-1795):
- retomada do caráter burguês da revolução.
- anulação das medidas jacobinas.
- Constituição do Ano III (1795): voto censitário e criava o Diretório (poder executivo).
· Diretório (1795-1799):
- supremacia girondina.
- oposição dos jacobinos e dos realistas.
- revoltas populares.
- ameaças externas.
- golpes realistas.
- Conspiração dos Iguais (1796): movimento dos sans-culottes ® Graco Babeuf ® critica a propriedade privada e defesa da igualdade social.
- vitórias do exército francês contra a 2ª Coligação (Espanha, Holanda, Prússia e reinos italianos).
- ascensão da Napoleão Bonaparte
+ Golpe do 18 Brumário (nov/1799):
- Napoleão Bonaparte, representando dos interesses girondinos, dissolve o Diretório e institui o Consulado (Constituição do Ano VIII - 1800) ® fim da Revolução e consolidação do Estado burguês.
A ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815)
1. NAPOLEÃO BONAPARTE:
- o Corso: nascido na Córsega.
- vitórias militares: fama, glória, herói nacional, carreira militar vertiginosa.
+ Campanha da Itália (1797):
- derrotou os austríacos.
- Paz de Campofórmio: vantagens territoriais.
+ Campanha do Egito (1798-99):
- procurava prejudicar a rota comercial da Inglaterra com a Índia.
- vitórias em terra.
- derrota na batalha naval de Aboukir ® almirante Nelson.
- foi encontrada a famosa Pedra de Roseta: escrita hieroglífica.
+ Golpe do 18 Brumário:
- Napoleão foi nomeado cônsul juntamente com Sieyès e Roger Ducos.
- a burguesia estava interessada em paz e estabilidade para garantir crescimento e progresso.
2. BASE SOCIAL:
+ Napoleão tinha o apoio:
- burguesia.
- militares.
- camponeses: posse das terras expropriadas à Igreja e à nobreza emigrada.
3. SIGNIFICADOS:
- consolidação dos ideais liberais da burguesia.
- difusão dos ideais revolucionários franceses pelo continente europeu através das guerras napoleônicas: derrubou as velhas estruturas aristocráticas e as tiranias do Antigo Regime.
4. CONSULADO (1799-1804)
- enfrentar as ameaças estrangeiras e recuperar a economia e a sociedade.
- vitória sobre a 2ª Coligação: derrotou a Áustria.
- Paz de Amiens (1802): trégua com a Inglaterra.
- Banco da França: sanear as finanças, controlado pelo Estado, criação do franco e financiamento da indústria e da agricultura.
- reatou as relações com a Igreja: Papa Pio VII.
- reforma no ensino: responsabilidade do Estado, liceus (militares e burocratas) e ensino superior
+ Constituição do Ano X (1802):
- centralização política e administrativa nas mãos do primeiro cônsul (Napoleão).
+ Código Civil Napoleônico (1804)
- inspirado no Direito romano.
- garantia as conquistas burguesas.
- igualdade civil.
- propriedade privada.
- proibição de sindicatos e greves.
- restauração da escravidão nas colônias.
+ Constituição do Ano XII (1804):
- Napoleão tornou-se cônsul vitalício.
- plebiscito: proclamado Imperador.
- coroação: “Napoleão, ao contrário de Carlos Magno um milênio antes, fez da cerimônia de coroação uma confirmação do seu poder, o qual se sobrepunha ao da Igreja” . “Napoleão, com as próprias mãos, colocou a coroa imperial sobre a sua cabeça. Ao papa coube, apenas, a celebração do ofício religioso.”
5. IMPÉRIO (1804-1815)
+ prosseguimento das guerras externas.
- vitória sobre a 3ª Coligação (Inglaterra, Rússia e Áustria).
- perdeu a batalha naval de Trafalgar para a Inglaterra ® almirante Nelson.
+ Dissolveu o Sacro Império Romano Germânico e instituiu em seu lugar a Confederação do Reno.
+ Bloqueio Continental (1806):
- proibição de relações comerciais entre os paises europeus e a Inglaterra.
- tinha por objetivo prejudicar a industria e a economia inglesa.
+ derrotou a 4ª Coligação e a 5ª Coligação (Inglaterra e Áustria).
+ Resistências Nacionais:
- o Bloqueio Continental prejudicava mais as nações européias do que a Inglaterra e a economia francesa não tinha condições de atender as relações comerciais européias.
- exploração das populações locais e submissão à França.
- Península Ibérica e Rússia: desobediência ao Bloqueio e quebra da hegemonia francesa.
- Portugal: invasão napoleônica de Portugal e fuga da família real (D. João VI) para o Brasil.
- Espanha: Napoleão depôs o rei Francisco VII e impôs José Bonaparte (seu irmão).
- Rússia: os russos adotaram a tática da “terra arrasada” e provocaram a retirada do exército napoleônico.
· Declínio Napoleônico:
+ Batalha das Nações ou Leipzig (1813):
- 6ª Coligação (Prússia, Inglaterra, Rússia e Áustria): Napoleão é derrotado.
- Tratado de Fontainebleau: renuncia ao trono francês e recebe uma pensão.
- exilado na ilha de Elba.
+ Restauração da Monarquia Bourbon: Luis XVIII ® pouco tempo.
+ O Governo dos Cem Dias (1815):
- Napoleão foge da ilha de Elba e recupera o poder.
- 7ª Coligação derrota definitivamente Napoleão na Batalha de Waterloo ® general inglês Wellington.
- Napoleão é exilado na ilha de Santa Helena: morre em 1821.
6. CONGRESSO DE VIENA (1814-1815)
· Conceito:
- convenção internacional das potências européias após a vitória sobre Napoleão Bonaparte.
- Áustria (Metternich), Inglaterra, Rússia, Prússia e a França (Talleyrand) restaurada e outras nações européias.
· Objetivos:
- restaurar a ordem política européia anterior a Revolução Francesa.
- restauração monárquica.
- reinstalar a aristocracia no poder.
· Princípios:
- Legitimidade: restauração das monarquias e das fronteiras.
- Equilíbrio europeu: relações de força entre as potências européias através da divisão territorial do continente europeu e das regiões coloniais.
7. SANTA ALIANÇA:
- liga militar proposta pelo czar russo Alexandre I: braço armado do Congresso de Viena ® reação antiliberal.
- Rússia, Prússia, Áustria, Inglaterra e França.
- objetivos: combater os movimentos liberais e nacionalistas.
- auge: intervenções na Alemanha, Nápoles e Espanha.
- declínio: avanço capitalista, a defesa do principio de não-intervenção pela Inglaterra e a Doutrina Monroe (contrária a medidas recolonizadoras).
O PENSAMENTO LIBERAL E SOCIALISTA (XVIII E XIX)
1. ECONOMIA POLÍTICA:
· Doutrinas Liberais: justificar e regular a ordem capitalista burguesa.
· Teorias Socialistas: reformar, condenar e transformar a ordem capitalista.
2. LIBERALISMO ECONÔMICO:
· Características:
- ideologia econômica da burguesia.
- contestação à política mercantilista.
- propriedade privada.
- individualismo econômico.
- liberdade de comércio e de produção.
- leis naturais em economia
- liberdade de contrato de trabalho.
- economia de mercado.
- livre concorrência e livre cambismo.
- divisão internacional do trabalho.
- não intervenção do Estado na economia.
· Escola Clássica:
+ Adam Smith
- “A Riqueza das Nações”.
- relação capital -- trabalho
- divisão do trabalho ® crescimento da produção e do mercado.
+ Thomas Malthus
- “Ensaio sobre a População”.
- pessimismo.
- teoria da população: a população cresce em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética.
- equilíbrio entre população e produção: guerras, epidemias, fomes e controle da natalidade.
- Lei dos Pobres (1834): centralização da assistência pública.
- Workhouses (casas de trabalho): controle da população.
+ Stuart Mill
- “Princípios de Economia Política”.
- síntese das teorias clássicas.
- preocupação com os problemas sociais: justiça social.
- concilia o individualismo com o intervencionismo.
+ David Ricardo
- “Princípios da Economia Política e Tributação”
- teoria do valor do trabalho.
- Lei Férrea dos salários: o preço da força de trabalho deveria ser equivalente ao mínimo necessário para a subsistência do trabalhador.
3. SOCIALISMO:
- reflexo da reação operária as novas condições de vida e de trabalho da sociedade industrial.
- justiça social: ideologias igualitárias.
- socialismo utópico, socialismo científico ou marxista e anarquismo.
· Socialismo Utópico:
- reação romântica contra os efeitos da industrialização.
- mesclado com ideais liberais.
- não apontava os caminhos (meios, métodos) para se atingir a sociedade ideal (justa).
- modelos idealizados.
+ Saint-Simon:
- condenava a ociosidade (militares, clero, nobreza, magistrados) e a exploração.
+ Charles Fourier
- falanstérios: fazendas coletivistas agroindustriais ® associação e cooperativismo.
+ Robert Owen
- criação de uma comunidade (Escócia) ideal: os operários tinham um alto padrão de vida e instrução ® cooperativa ® “patrão esclarecido”.
- New Harmony (EUA).
+ Louis Blanc
- “oficinas sociais” ou “oficinas nacionais” ® criadas pelo Estado ou pelos patrões.
· Socialismo Científico ou Marxista:
- ideologia revolucionária do proletariado.
- influências da dialética hegeliana, da economia política inglesa e do socialismo.
- Karl Marx e Engels
- “Manifesto Comunista”, “O Capital” e “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”.
- análise dos mecanismos econômicos e sociais do capitalismo ® compreender a realidade para transformá-la.
+ Princípios:
- Materialismo Histórico: a sociedade é determinada pelas suas condições socioeconômicas ® interpretação socioeconômica da História.
- Luta de Classes: agente transformador da história ® antagonismo entre explorador e explorado ® interesses opostos.
- Mais-valia: valor da riqueza produzida pelo trabalhador além do valor remunerado de sua força de trabalho ® exploração do trabalhador.
- Revolução Socialista: atuação política do proletariado ® ditadura do proletariado - socialização - comunismo ® “De cada um segundo sua capacidade e a cada um segundo suas necessidades”. ® “Proletários de todos os países, uni-vos”.
- Método Dialético: desenvolvimento de contrários ® tese - antítese - síntese.
· Anarquismo:
- eliminação de toda forma de governo.
- liberdade geral: comunismo libertário.
+ Proudhon: sociedade sem classes, sem exploração e sem Estado.
+ Bakunin: anarquismo terrorista ® violência como meio de se atingir a igualdade social e a extinção do Estado.
* Semelhança entre Anarquismo e Marxismo:
- atingir o comunismo: sociedade sem classes, sem propriedade, sem exploração e sem Estado.
* Diferença entre Anarquismo e Marxismo:
- o marxismo prega a existência da etapa socialista (ditadura do proletariado ® Estado revolucionário) antes da implantação do comunismo.
- o anarquismo defendia a imediata extinção do Estado e a imediata instalação do comunismo.
® críticas e contestações mútuas entre marxistas e anarquistas.
· Catolicismo Social
- doutrina social da Igreja Católica.
- papa Leão XIII.
+ Encíclica Rerum Novarum
- religião como instrumento de reforma e justiça social.
- apelo ao espírito cristão dos patrões.
- contesta a teoria marxista da luta de classes.
· Sindicalismo:
- movimento operário e as lutas trabalhistas: influência das doutrinas socialistas.
+ Liga dos Justos
- organização socialista.
- influência do marxismo.
- representava os trabalhadores de vários países.
- Manifesto Comunista (1848).
+ Cartismo:
- movimento popular.
- lutavam por direitos políticos e trabalhistas.
+ Internacionais Trabalhistas (ou Socialistas ou Operárias)
- objetivavam organizar os trabalhadores de vários países europeus em suas lutas políticas e sociais.
A EUROPA NO SÉCULO XIX
1. AVANÇO CAPITALISTA:
- desenvolvimento industrial capitalista.
- liberalismo.
- imperialismo e neocolonialismo: disputas por mercados coloniais.
- socialismo.
- nacionalismo.
- Estado liberal e burguês.
- grande urbanização.
- aumento da população.
- grande migração: europeização e globalização econômica mundial.
- hegemonia inglesa.
2. INGLATERRA:
· A era vitoriana:
+ rainha Vitória
- política burguesa e liberal.
- Inglaterra: maior potencia mundial ® apogeu britânico.
- predomínio econômico inglês: crescimento industrial, poderosa marinha mercante e Estado estruturado.
- Pax Britannica: estabilidade, liderança e hegemonia internacional inglesa.
- ampliação do direito de voto.
- partidos: Whig (liberal), Tory (conservador) e Labour Party (Partido Trabalhista).
- a questão da Irlanda: os irlandeses, predominantemente católicos, lutaram contra a submissão à Inglaterra protestante.
3. FRANÇA:
· Restauração da Monarquia Bourbon (1815-1830)
+ Luis XVIII
- assume o poder como determinação do Congresso de Viena.
- Constituição: voto censitário e poder executivo exercido pelo rei e pelo legislativo.
- monarquia moderada: combinação de absolutismo e liberalismo.
* Agitação política: grupos políticos rivais.
- ultra-realistas: retorno completo do absolutismo ® conde de Artois, irmão do rei.
- bonapartistas: retorno de Napoleão ao poder.
- radicais: liberais defensores das conquistas da Revolução Francesa.
+ Carlos X (conde de Artois)
- fase reacionária.
- restabelecimento do Antigo Regime.
- alia-se aos conservadores.
- restauração dos privilégios do clero e da nobreza.
- ativismo político: a oposição dos liberais (Luis Filipe) e da imprensa ® mobilização da população.
· Revolução de 1830:
- Jornadas Gloriosas (ou Jornadas de Julho): barricadas e revolta popular liderada pela alta burguesia.
- fuga do rei.
- eliminava-se a ameaça de restauração do Antigo Regime.
- assumia o trono Luis Filipe de Orléans.
- reflexos: Bélgica, Alemanha, Itália, Polônia e Brasil (Líbero Badaró e Noite das Garrafadas).
· Luis Filipe (1830-1848)
- “rei burguês” ou “rei das barricadas”.
- avanço liberal.
+ Reforma da Constituição:
- liberalismo.
- o rei submetia-se à constituição.
- fortalecimento do legislativo.
- abolição da censura.
- o catolicismo deixava de ser a religião oficial do país.
- voto censitário.
+ Política dos Banquetes:
- reuniões e manifestações populares organizadas pelos opositores do governo.
- socialistas, bonapartistas e republicanos.
- exigia uma reforma eleitoral e parlamentar e o fim do caráter censitário.
· Revolução de 1848:
- o governo proibiu as reuniões (banquetes) dos opositores.
- manifestações populares e apoio da Guarda Nacional.
- fuga do rei.
- ocorrem movimentos liberais em toda a Europa: as massas exigiam mudanças profundas ® “primavera dos povos”.
- tem reflexos também no Brasil: Revolução Praieira (PE).
- assumindo uma conotação socialista, dividiu as forças revolucionárias, atemorizando a burguesia.
- o proletariado fazia sua aparição política com reivindicações classistas e propostas de mudança da ordem social.
- ideais: liberalismo, nacionalismo e socialismo.
- eliminação definitiva do Antigo Regime e do poder aristocrático.
- proclamação da Segunda República na França.
· A Segunda República Francesa (1848-1852)
+ Governo Provisório:
- convocação de uma Assembléia Constituinte.
- extinção da pena de morte.
- instituição do sufrágio universal.
- criação das “oficinas nacionais”: emprego ® resultado das pressões dos socialistas.
- nas eleições para a Assembléia Constituinte os liberais moderados, contrários às medidas de caráter popular e apoiados pelos proprietários rurais, obtiveram maioria.
- polarização entre socialistas e burgueses e novas manifestações populares.
- as manifestações são reprimidas.
+ Constituição Republicana:
- sufrágio universal.
- eleição de presidente: Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão Bonaparte.
+ A presidência de Luis Bonaparte:
- unidade e pacificação nacional.
- ideal de progresso e poderio nacional.
- Golpe (1851): fecha a Assembléia Nacional e institui a ditadura ® 18 de brumário de Luis Bonaparte ® Karl Marx: “Todos os fatos e personagens de grande importância na história ocorrem duas vezes: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
- plebiscito (1852): aclamado imperador ® Napoleão III.
· O Segundo Império Francês (1852-1870)
+ Napoleão III
* Política interna:
- ditadura.
- modernização e desenvolvimento econômico.
- Paris: centro cultural.
* Política externa: ambígua e desastrosa.
- Guerra da Criméia (1854-56): apoiado pela Inglaterra, lutou contra o avanço russo nos Bálcãs, protegendo o Império Turco-Otomano.
- defesa da política das nacionalidades.
- apoiou a autonomia da Moldávia e da Valáquia, regiões do Império Turco-Otomano.
- apoiou o Piemonte-Sardenha na luta pela unificação italiana. Depois, retirou o apoio e passou a defender Roma.
- intervenção no México: derrubou Benito Juarez e colocou como imperador do México o habsburgo Maximiliano ® objetivava proteger o comércio francês na América, diminuir a hegemonia dos EUA e acabar com a instabilidade política no México.
- Guerra Franco-Prussiana: evitar a formação de uma nação forte nas suas fronteiras ® foi derrotado e preso na Batalha de Sedan (1870) ® fim do 2º Império, instituição da 3ª República e unificação alemã.
® Tratado de Frankfurt: entrega da Alsácia-Lorena, indenização e criação do Estado alemão ® provocou o revanchismo francês.
· A Terceira República Francesa (1870-1940)
+ A Comuna de Paris (1871): “o assalto aos céus”.
* Motivos: a derrota na Batalha de Sedan, a humilhação do Tratado de Frankfurt, a crise política e social e a oposição ao governo republicano.
- movimento popular.
- governo autônomo.
- autogestão democrática e popular.
- igualdade civil.
- inspiração socialista
- foi violentamente reprimida.
+ Caso Boulanger
- o militar Boulanger foi acusado de conspiração: teria incentivado o retorno do Império.
- suicidou-se.
- desprestígio dos soldados bonapartistas.
+ Caso Dreyfus
- o militar Dreyfus foi acusado de vender segredos militares para a Alemanha.
- acusado através de documentos falsos.
- vítima de uma campanha nacionalista, revanchista e anti-semita.
- julgado e condenado a prisão perpétua.
- depois, foi absolvido devido à atuação dos escritores Anatole France e Émile Zola (“Eu Acuso”).
- enfraqueceu os monarquistas e abalou o anti-semitismo na França.
A POLÍTICA DAS NACIONALIDADES
1. DEFINIÇÃO:
- movimentos de unificação política de caráter liberal e nacionalista.
2. UNIFICAÇÃO ITALIANA:
· Congresso de Viena:
- dividiu a Itália (expressão geográfica) em sete Estados dominados por austríacos, franceses e pelo papa.
· Carbonários:
- precursores do movimento de unificação.
- reunia monarquistas e republicanos.
· Movimento de Unificação:
+ Correntes:
- republicanos: Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi ® “camisas vermelhas” (forças populares republicanas)
- monarquistas: liberais e burgueses - conde Camilo Cavour - liderança do movimento - reino do Piemonte-Sardenha (Vitor Emanuel II) ® Estado independente, industrializado e progressista.
+ Lutas pela unificação: Risorgimento
- os “camisas vermelhas” conquistaram Parma, Módena, Toscana, parte dos Estados Pontifícios, Sicília e o sul da Itália.
- os monarquistas conquistaram Veneza (Guerra das Sete Semanas: aliança de prussianos e piemonteses contra a Áustria) e, com o apoio francês, os territórios que estavam ao norte do Piemonte e a parte não conquistada dos Estados Pontifícios (com exceção de Roma ® Napoleão III retrocedeu e passou a proteger o papa).
- Em 1870, com a Guerra Franco-Prussiana, as tropas francesas deixam Roma e o exército de unificação piemontês invade Roma: completava-se a unificação e Roma passava a ser a capital da Itália unificada.
· Conseqüências:
+ Questão Romana (1870-1929)
- o papa (Pio IX) não reconheceu o Estado italiano e considerou-se prisioneiro no Vaticano.
- só foi solucionada em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão entre Mussolini e o papa Pio XI: criação do Estado independente do Vaticano dentro de Roma.
+ Províncias Irredentas (setentrionais):
- as províncias de Tirol, Trentino e Ístria, que tinham população majoritariamente italiana, continuavam sob a dominação austríaca ® motivo antecipado da 1ª Guerra Mundial
3.UNIFICAÇÃO ALEMÃ:
· Congresso de Viena:
- criou a Confederação Germânica composta por 39 Estados independentes e sob a influência da Áustria.
· Divergências:
- Áustria: supremacia sobre a Confederação, absolutista e de economia agrária.
- Prússia: desenvolvimento comercial e industrial e almejava a unificação.
· Zollverein (1834)
- união alfandegária: unificação econômica.
- abolição das barreiras alfandegárias entre os Estados da Confederação, com exceção da Áustria.
- dinamizou a economia capitalista na Confederação.
· Movimento Unificador: liderado pela Prússia
- modernização militar prussiana.
- aliança da alta burguesia prussiana com os grandes proprietários e aristocratas (junkers).
- liderança: chanceler Otto von Bismark (ministro rei Guilherme I)
- estratégia: exaltação do nacionalismo alemão através de guerras.
+ Lutas de Unificação:
* Guerra dos Ducados (1864):
- Prússia X Dinamarca
- motivo: os ducados de Holstein e Schleswig, de população predominantemente alemã, estavam sob o domínio da Dinamarca.
- os prussianos contaram com o apoio austríaco: vitória prussiana.
- Paz de Viena: a divisão dos ducados provocou discordâncias e atritos entre a Prússia e a Áustria ® nova guerra.
* Guerra das Sete Semanas (1866)
- Prússia X Áustria
- vitória prussiana com o apoio dos piemonteses.
- Tratado de Praga: dissolveu a Confederação Germânica, a Prússia ficava com os ducados e a Áustria entregava Veneza ao Piemonte.
® Dificuldades da Unificação:
- os Estados do norte formaram, sob a liderança da Prússia, Confederação Germânica do Norte.
- os Estados do sul continuaram autônomos ou sob a influência da Áustria.
- a oposição de Napoleão III ao surgimento de uma nova potência nas suas fronteiras.
* Guerra Franco-Prussiana (1870-71)
- França X Prússia
- motivos: a oposição francesa a unificação alemã, a habilidade diplomática de Bismark e o episódio do Despacho de Ems.
- a França declara guerra a Prússia e isso provoca a união dos estados do sul da Alemanha com os do norte.
- os alemães derrotam a França na Batalha de Sedan: completava-se a unificação alemã.
- Tratado de Frankfurt: a França era obrigada a pagar uma indenização, a entregar as regiões da Alsácia-Lorena e a aceitar a criação do Estado alemão no Palácio de Versalhes.
· Conseqüências:
- revanchismo francês.
- impulso na industrialização alemã.
- a Alemanha passa a exigir uma redivisão colonial.
- motivos antecipados da 1ª Guerra Mundial.
O IMPERIALISMO DO SÉC. XIX
1.CONCEITO:
- processo de expansão (neo)colonialista das potências industriais ocorrido no final do século XIX e início do século XX e que provocou a partilha da África e da Ásia entre essas potências.
2. POTÊNCIAS:
- Inglaterra, França, Rússia, Holanda, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
- EUA e Japão em suas regiões de influência.
3. DIFERENÇAS ENTRE COLONIALISMO E NEOCOLONIALISMO:
· Colonialismo do século XVI:
- capitalismo comercial: mercantilismo.
- especiarias, produtos tropicais e metais preciosos.
- América.
- o Estado impulsionou a expansão.
- justificativa: “levar a fé cristã aos infiéis da América”.
· Neocolonialismo do século XIX:
- capitalismo industrial e financeiro (monopolista)
- mercados consumidores de manufaturados, fornecedores de matérias-primas, áreas para colocação de seu excedente populacional e para investimento de capitais.
- África e Ásia.
- as empresas burguesas (conglomerados econômicos) foram seu principal agente e beneficiário.
- justificativa: “missão civilizadora”.
4. MOTIVOS:
- necessidade de novas fontes de matérias-primas: ferro, cobre, petróleo, manganês, trigo, algodão.
- necessidade de mercados consumidores para a produção industrial.
- o crescimento demográfico europeu.
- a necessidade de áreas para aplicação dos capitais excedentes.
- o interesse no controle de bases estratégicas para o comércio marítimo de cada potência.
5. JUSTIFICATIVAS IDEOLÓGICAS:
- missão civilizadora: humanitária, filantrópica, cultural, altruísta, melhorar as condições de vida das colônias abandonando o conforto da metrópole.
- “fardo do homem branco” ® Rudyard Kipling ® superioridade econômica e cultural.
- darwinismo social: superioridade racial.
- Cecil Rhodes personificou as ambições imperialistas.
6. DOMINAÇÃO IMPERIALISTA:
· Política colonizadora imperialista.
+ intensificação do mecanismo de exploração internacional.
- diplomacia do canhão: a dominação imperialista conseguida pela força.
+ Administração:
- direta: controle dos principais cargos governamentais por representantes da metrópole.
- indireta: aliança com as elites locais.
+ Objetivos:
- exploração de terras e de mão-de-obra.
- controle da produção e do consumo.
7. PARTILHA DA ÁFRICA:
· Conferência de Berlim (1884-1885)
- Participantes: Países europeus, EUA e Rússia.
- Objetivo: delimitar fronteiras coloniais e normas a serem seguidas pelas potências imperialistas.
- não conseguiu eliminar as rivalidades imperialistas: divergências e ambições.
· Canal de Suez
- diminuía a distância entre a Europa e a Ásia através da ligação do mar Mediterrâneo ao mar Vermelho.
- controle: francês e egípcio.
- em 1875 a Inglaterra comprou a parte egípcia: Benjamin Disraeli.
- em 1904 a Inglaterra passa a ter o domínio completo devido a um acordo com a França: os ingleses apoiavam os franceses na conquista do Marrocos.
· Guerra dos Bôeres (1899-1902)
- os ingleses dominavam a Colônia do Cabo (África do Sul).
- os holandeses dominavam as repúblicas livres de Orange e Transvaal.
- intensificação dos atritos entre colonos ingleses e holandeses depois da descoberta de diamante e ouro em Joanesburgo (Transvaal).
- a Inglaterra vitoriosa anexou o Orange e o Transvaal às colônias do Cabo e Natal: União Sul-Africana.
· Alemanha: Camerun, Togo, Sudeste e oriente da África.
· Itália: Líbia, Eritréia e a Somália.
· Bélgica: Congo ® propriedade pessoal do rei Leopoldo II.
Apenas a Libéria e a Abissínia eram livres.
8. PARTILHA DA ÁSIA:
· Índia:
- domínio inglês: protetorado e administração britânica.
+ reflexos da presença inglesa:
- destruição da tradicional indústria têxtil.
- ruína da economia de subsistência.
- fome.
- fomentou o nacionalismo indiano.
* Guerra dos Cipaios (1857):
- movimento nacionalista de resistência à dominação imperialista realizado pelos soldados indianos.
- a revolta foi sufocada e a Índia transformada em colônia britânica e depois em área do Império Britânico.
· China:
- dominada pela Europa, EUA e Japão.
* Reações à dominação imperialista:
+ Guerra do Ópio (1841)
- a grande comercialização do ópio (droga) na China pelos ingleses disseminou o vício e provocou inúmeros malefícios.
- as autoridades chinesas jogaram ao mar um carregamento inglês de ópio.
- a Inglaterra exigiu uma indenização e os chineses não pagaram ® começava a guerra.
- a Inglaterra venceu a guerra.
- Tratado de Nanquim (1842): a China abria mais cinco portos ao livre comércio, extinguia a fiscalização e entregava a ilha de Hong Kong.
- Tratado de Pequim (1860): embaixadas européias e missões cristãs.
+ Guerra dos Boxers (1900):
- movimento nacionalista radical chinês que tinha por meta libertar a China da dominação estrangeira: “punhos fechados”.
- a revolta foi sufocada por uma coligação de vários países imperialistas.
· Japão:
+ isolamento internacional e estrutura feudal:
- dominado por uma aristocracia feudal: daimios.
- guerreiros profissionais: samurais.
- Xogunato: comando político efetivo.
- Micado: o imperador tinha poder apenas formal.
+ abertura comercial (XIX)
- forçada por uma esquadra norte-americana.
- acordos comerciais com vários países.
- europeização do país.
- nacionalismo e oposição ao xogum: acusado de ser o responsável por ter permitido a abertura.
+ Era Meiji:
- os opositores uniram-se ao micado e promoveram a centralização política.
- início do industrialismo, da modernização do Japão e de uma política imperialista.
+ Guerra Russo-Japonesa (1904)
- motivo: a declaração de guerra à China por causa da Manchúria.
- vitória japonesa e supremacia sobre a China.
9. CONSEQUÊNCIAS:
- a maior parte do mundo foi transformada em áreas dependentes.
- as rivalidades e as disputas coloniais entre as potências fomentaram o armamentismo e a formação de alianças militares.
- Iª Guerra Mundial.
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