terça-feira, 29 de maio de 2007

Questões sobre o Mundo Globalizado

1 - (UNIUBE) Durante a década de 90, observamos uma elevação impressionante do volume de investimentos diretos estrangeiros
destinados a países em desenvolvimento.
Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO está relacionada com este fenômeno.
a) Redução das barreiras legais e tarifárias a investimentos estrangeiros em diversos países.
b) Avanço nas reformas institucionais no sentido de liberalização da economia.
c) Fortalecimento das ditaduras em diversos países, que beneficiam o capital em detrimento do trabalho.
d) Restauração da credibilidade que havia sido perdida em 1982, quando diversos países declararam moratória.
e) Estabilização de preços e de taxas de câmbio, o que reduz o risco dos investimentos estrangeiros.

02) (UERJ) Como as situações se alteram rápida, repentinamente e de forma inesperada, o território, sobretudo nas áreas mais
afetadas pela modernidade globalizadora, torna-se instável, nervoso e, também, ingovernável. As crises territoriais revelam,
brutalmente, as crises (...) da economia, da sociedade e da política. O caso brasileiro ilustra de forma explícita essa entrega ao
privado da regulação dos usos do território, sobretudo naquelas suas fatias, pontos e articulações essenciais. (...) Impõe-se de
fora do país o que deve ser a produção, a circulação e a distribuição (...).
(SANTOS, Milton. "Folha de S. Paulo", 08/08/99.)
Um aspecto relativo ao Brasil que interfere na organização espacial e que melhor sintetiza as idéias centrais do texto tem relação
com:
a) a organização social, que promove a distribuição igualitária do emprego e do poder
b) o interesse nacional, que estimula o controle das empresas públicas e privadas
c) a divisão internacional do trabalho, que comanda as condições de produção e exportação
d) a crise financeira, que impõe a privatização dos setores de transporte e de comunicação

03 - (UFMG) Visto, hoje, como uma alternativa para a sobrevivênciadas economias no mundo globalizado, o processo de integração regional, a despeito de resultados positivos comprovados,
é responsável pelo aparecimento ou pelo aprofundamento de problemas de ordem econômica nos países-membros dos diferentes blocos.
No caso do Mercosul, todos os seguintes problemas acompanham o processo de integração regional, EXCETO
a) A crise econômico-financeira enfrentada pelo Brasil no primeiro semestre de 1999 contribuiu para o desaquecimento da economia da Argentina, provocando o fechamento de unidades produtivas e a elevação dodesemprego neste país.
b) A integração econômica pressupõe uma integração política,que, entre outras conseqüências, limita a soberania do Estado, tendo-se em vista a adoção de políticas comuns de defesa externa frente aos interesses do bloco.
c) A sobrevalorização do Real, até os primeiros meses de 1999, abriu o mercado consumidor brasileiro aos produtos agrícolas e industriais dos demais países membros desse bloco econômico, em detrimento da produção nacional.
d) As multinacionais, beneficiando-se das facilidades conferidas pelo processo de integração regional, concentram suas atividades produtivas em um ou outro paísmembro,afetando os mercados de trabalho à revelia das decisões nacionais.

04 - (UFV) A partir do ano 2000, a Europa deu mais um passo em direção à sua unificação econômica. Esse passo foi:
a) a implantação da moeda única pela maioria dos países membros.
b) a livre circulação de pessoas, principalmente de mão-deobra, entre os países membros.
c) a unificação de taxas alfandegárias e o crescimento do controle dos gastos públicos e de políticas sociais.
d) a eliminação de barreiras comerciais entre os países membros.
e) a superação das desigualdades sociais e econômicas entre os países mais pobres e os mais ricos do continente europeu.

05 - (PUC-MG) Entre os fatores determinantes do MERCOSUL, é INCORRETO afirmar que:
a) é a mais recente tentativa de integração econômica entre países latino-americanos.
b) integra países com níveis de desenvolvimento bastante homogêneos.
c) constitui-se de países que ocupam posições periféricas na divisão internacional do poder.
d) é uma das maiores economias do mundo, envolvendo a produção e as exportações.
e) tem dependência comercial, tecnológica e financeira de instituições transnacionais.

06 - (PUC-MG) Em relação aos Mercados comuns:
I. Fortaleceram-se com a nova ordem mundial que estimula a formação de blocos internacionais de poder.
II. Há uma progressiva consolidação entre grupos de países com interesses comuns, acontecendo a fusão de mercados nacionais, que usufruem entre si da livre circulação de mercadorias e serviços.
III. Ocorre uma redução ou eliminação de tarifas alfandegárias, favorecendo as relações comerciais e financeiras.
a) se todas as afirmativas estiverem corretas
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas
d) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
e) se nenhuma afirmativa estiver correta

07 - (UNIBH) Na década de 90 do século XX, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai criaram o Mercosul, que vem enfrentando problemas para se consolidar. Pode-se afirmar que o objetivo
fundamental do Mercosul é constituir
a) uma unificação política dos quatro membros.
b) uma união aduaneira, com a eliminação das barreiras alfandegárias.
c) um mercado comum dos países membros.
d) uma associação de livre-comércio, nos moldes do Nafta.

08 - (UNIMONTES) Em relação ao Mercosul, marque a afirmativa CORRETA.
a) Trata-se de um bloco econômico formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, países sul-americanos com grandes assimetrias econômicas.
b) Foi a única tentativa de integração econômica realizada pelos países latino-americanos, desde a Segunda Guerra Mundial.
c) Será instituída, nos próximos anos, uma moeda comum, conforme consta nos acordos de criação desse bloco econômico.
d) Constitui apenas um acordo de livre comércio, que tem por objetivo criar uma zona livre de barreiras alfandegárias na América Latina.

09 - (UNIMONTES) Em janeiro de 2001, a imprensa divulgou, intensamente, a disputa comercial entre o Brasil e o Canadá, envolvendo as empresas EMBRAER e a BOMBARDIER, fabricantes de aviões. Após várias tentativas de acordo, a questão foi levada à Organização Mundial de Comércio (OMC), instância superior competente para julgar o conflito.
Dentre as afirmativas abaixo, assinale aquela que NÃO corresponde aos objetivos da OMC.
a) Promover o comércio internacional e fixar normas que deverão regê-lo.
b) Dar subsídios financeiros para os programas de exportações das regiões periféricas.
c) Dar assistência técnica e cursos de formação para os países em desenvolvimento.
d) Estabelecer cooperação com outra organizações internacionais.

10 - (UFMG) A Organização Mundial do Comércio - OMC tem sido o fórum de discussões que envolvem interesses comerciais conflitantes entre países pobres e ricos.
Considerando-se esses conflitos comerciais, é INCORRETO afirmar que
a) os países pobres enfrentam barreiras comerciais, impostas por países ricos, sob a acusação de devastarem o meio ambiente, o que reduz a entrada de recursos necessários à modernização da exploração das riquezas naturais.
b) os países pobres vêm elevando as tarifas alfandegárias impostas aos produtos industriais dos países ricos, como forma de estimular o desenvolvimento da tecnologia nacional.
c) os países ricos, de modo geral, concedem subsídios a seus produtores agrícolas, mas rechaçam atitudes semelhantes dos países periféricos em relação a produtos industriais de exportação.
d) os países ricos impõem restrições às exportações dos países pobres, como forma de retaliação contra a suposta exploração da mão-de-obra infantil e do trabalho em regime de semi-escravidão.

domingo, 27 de maio de 2007

EXERCÍCIOS GLOBALIZAÇÃO

1. Que elementos contribuíram para a aceleração econômica e tecnológica no pós-guerra? Quais os seus efeitos no espaço geográfico da produção, da circulação e consumo da atualidade?
2. As tecnologias desenvolvidas durante a II Guerra Mundial (nuclear e espacial) condicionaram o desenvolvimento das indústrias eletrônica e de informação, de que resultaram os computadores digitais, o transistor, os circuitos integrados e os raios laser. Os seus efeitos: a) novo padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e posterior automatização das indústrias; b) O espaço tornou-se cada vez mais artificializado; c) As relações econômicas também se aceleraram em face da automação industrial, informatização dos escritórios, rapidez nos transportes e comunicações, fazendo o capitalismo ingressar numa fase de grande desenvolvimento. D) A competição por mercados consumidores estimulou mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, especialmente nos EUA, Japão e nos países da Comunidade Européia.
3. Como se deu a internacionalização do capital no pós-guerra? Cite suas consequências.
· Para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários conquistados pelos trabalhadores dos países desenvolvidos - após mais de um século de lutas reinvidicatórias - as grandes empresas industriais optaram pela estratégia de, em vez de apenas continuarem exportando seus produtos, também produzí-los nos países subdesenvolvidos, até então importadores de produtos industrializados. Assim, barateando custos, graças à mão-de-obra mais barata, aumentaram lucros e puderam praticar altas taxas de investimentos e acumulação. Opera-se, pois, uma profunda alteração na divisão internacional de trabalho.
4. Que fatores nos levam à conclusão de que os maiores beneficiários da industrialização de certos países subdesenvolvidos da América Latina foram os países centrais?
· As empresas cresceram enormemente, contribuindo de modo decisivo, através de remessa de lucros de suas filiais para as matrizes, para o sustento do Estado do Bem-Estar Social e a invejável elevação do nível de vida das populações dos países desenvolvidos, que passaram a controlar ¾ da produção mundial e 80% do comércio internacional.
5. De que maneira as corporações transnacionais aumentaram ainda mais sua lucratividade?
· A lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, para o que é necessário oferecer ao mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto, urge reduzir custos de produção, seja mediante ganhos de produtividade, via aprimoramento tecnológico, seja através de menores preços de matérias-primas e da mão-de-obra empregada.
6. Cite os efeitos do processo de globalização no tocante às empresas industriais, à mídia, à cultura e ao emprego, contemporâneas à Revolução tecnocientífica de que somos protagonistas.
· As grandes corporações adotaram um procedimento - a estratégia global de fabricação, graças aos avanços tecnológicos nos transportes e comunicações; a eliminação de barreiras alfandegárias entre as nações melhorou a fluência do capital sem obstáculos; a informatização e robotização aumentou o problema do desemprego. Na informação, poucas e poderosas agências (Reuters, AP, France Presse) decidem quais as informações devem ser “mundializadas”. Na cultura, somente determinados valores são eleitos para serem “universalizados”.
7. A globalização provoca uma homogeneização do espaço geográfico? Justifique.
· A globalização é seletiva, pois escolhe alguns lugares, certas atividades, determinados setores e alguns grupos ou segmentos sociais para serem mundializados e desfrutarem de inegáveis benefícios. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros, às vezes, bem próximos, ficam excluídos do processo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes ou segmentos sociais.
8. O que representa a aldeia global? Ela resulta de quê?
· Reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação que resultou dos avanços da mídia eletrônica, como o rádio e a televisão e, mais recentemente, dos sistemas de informática, como a Internet. Os avanços tecnológicos possibilitaram a criação de uma opinião pública mundial.
9. Quais os agentes do sistema-mundo, ou economia mundo? Como atuam no processo de globalização?
· As grandes empresas e bancos internacionais (além dos fundos de pensão e de investimentos) movimentam recursos, estabelecem alianças e fusões, fazem aplicações, decidem sobre a produção e o comércio de forma independente dos governos nacionais dos países em que as subsidiárias estão instaladas. Atuam segundo um planejamento próprio, que considera seus interesses econômicos e geopolíticos, e seu capital é deslocado para os lugares mais distantes, independentemente de fronteiras, culturas ou regimes políticos.
10 - Por que a padronização que se opera com a globalização da economia é parcial.
A padronização técnica significa aumento de competitividade, mas a padronização cultural representa a perda de identidade dos valores nacionais (tradições, folclore, língua); esta, porém, é parcial ora em virtude da conscientização das comunidades em relação a estes valores histórico-culturais, ora pela exclusão social, ora pela ação de grupos fundamentalistas religiosos.

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

1. Justifique e relacione o espaço geográfico com a natureza e o trabalho.
O trabalho é uma atividade física ou mental pela qual o homem transforma a paisagem natural em segunda natureza; além disso, historicamente o trabalho se realiza socialmente sob a forma de cooperação ou competição através das forças de produção (ferramentas) e dentro de determinadas relações de produção (entre donos dos meios de produção e a força de trabalho).

2. Como o espaço geográfico retrata a sociedade em que vivemos?
Em sociedades mais justas, como nos países desenvolvidos, o espaço geográfico da produção, da circulação e consumo apresenta maior intensidade e modernidade de suas relações e menores contrastes sociais e urbanos; enquanto isto, nos países periféricos ocorre uma segregação espacial urbana (contrastes entre setores urbanos modernos e periferias marginalizadas) como reflexo das desigualdades sociais, além de menor intensidade das relações entre produção-circulação-consumo.

3. Que repercussão teve a Revolução Industrial sobre o espaço geográfico?
Após a Revolução Industrial a cidade começou a organizar o espaço geográfico e se transforma a natureza e o trabalho em mercadorias. O espaço geográfico fabril comanda a cadeia produtiva: consome cada vez mais matérias primas, fontes de energia para fabricar máquinas (para outras indústrias e para a agricultura (espaço geográfico da produção) e bens úteis aos consumidores; paga a força de trabalho; aumenta as relações entre produtores e consumidores através do comércio, meios de transportes (espaço da circulação e consumo) e a propaganda (espaço da mídia).

4. Faça a distinção entre técnica e tecnologia.
A técnica representa a habilidade ou conjunto de processos para se executar uma atividade – existe desde que o homem é um animal racional. A tecnologia iniciou-se no século XVIII, com a Revolução Industrial, representando a aplicação de conhecimentos científicos às atividades humanas, conferindo-lhe maior produtividade (eficiência); quem aplica a tecnologia sem se preocupar com os problemas sociais chama-se tecnocrata.

5. Esquematize os modelos de industrialização desde o século XVIII até hoje.
A) Industrialização clássica ou original – assim chamada porque se iniciou nos séculos XVIII - na Inglaterra, e XIX – em outros países europeus, como a França e Alemanha, e se difundiu para a América do Norte – Estados Unidos e para o Japão.
B) Industrialização socialista ou planificada – cujas características são a propriedade coletiva dos meios de produção e a planificação econômica, como ocorreu na ex-União Soviética, de 1920 a 1989 e nos países da Europa Oriental sob sua influência desde a II Guerra Mundial.
C) Industrialização Tardia, Periférica ou Retardatária – assim denominada porque ocorreu em países subdesenvolvidos da América Latina, como o Brasil, o México e a Argentina, depois da II Guerra Mundial com a entrada de transnacionais produzindo bens de consumo duráveis e de um volume enorme de capitais estrangeiros, tornando-os mais dependentes econômica e tecnologicamente que os demais países subdesenvolvidos. Os chamados “tigres asiáticos” sofreram uma industrialização tardia depois da década de 60, no entanto não se encontram numa situação periférica na divisão internacional de trabalho da atualidade.
D) Modelo flexível ou descentralizado de industrialização – representado pelas deseconomias de aglomeração e pelo “outsourcing”. No primeiro ocorre simultaneamente a centralização do gerenciamento e tecnologia nos países centrais e a descentralização do processo produtivo, ora através da criação de filiais em outros lugares, ora através da terceirização em que se contratam empresas para fabricar seus produtos (ex.: Nike). O “outsourcing” representa a transferência de serviços (de baixa ou alta tecnologia) através da Internet dos países centrais para países emergentes. Ambos os modelos buscam vantagens comparativas maiores (ou custos diferenciais menores), mas acarretam desemprego nas áreas de origem das empresas.
6. Compare as 3 fases da Revolução Industrial quanto à época e às técnicas que as desencadearam.
A) I Revolução Industrial – no século XVIII, utilizando-se a máquina a vapor especialmente em industriais têxteis, convergindo o capital e o trabalho na sua matriz energética que era o carvão mineral e estabelecendo a hegemonia britânica até a I Guerra Mundial.
B) II Revolução Industrial – na segunda metade do século XIX até a II Guerra Mundial, protagonizada por outros países europeus além da Inglaterra (como a França e Alemanha), pelos Estados Unidos (que tornaram-se hegemônicos após a I Guerra Mundial) e o Japão, tendo como matriz energética especialmente o petróleo, além da eletricidade e outras invenções como o telefone, o telégrafo; usa mão de obra especializada (fordismo) e tem na indústria automobilística o seu principal símbolo depois da década de 20 do século XX.
C) III Revolução Industrial ou Revolução Tecnocientífica – originária no pós-guerra com as Eras Espacial e Nuclear (nos EUA, gerando as tecnologias de ponta da informática e das telecomunicações e da energia atômica), protagonizando a “economia do conhecimento” com sua mão-de-obra muito qualificada, criando o meio técnico-científico artificial e virtual através da Internet e do uso de “high-tec” do espaço geográfico globalizado contemporâneo.

7. A Revolução Tecnocientífica protagoniza a “economia do conhecimento”. Justifique.
A economia do conhecimento ou nova economia ou ainda economia da informação é produto da Revolução Tecnocientífica,pois ela repousa na qualificação da mão-de-obra resultante de maior escolaridade, apresentando uma enorme eficiência e flexibilidade (pós-fordismo). Esta economia se caracteriza pela enorme capacidade de armazenamento e distribuição de dados (informática), pelos processos de automatização (robótica), pela instantaneidade propiciada pelas telecomunicações e telemática, pela manipulação genética (bioengenharia) e por outras tecnologias de ponta – fonte de poder e supremacia dos países desenvolvidos.

8. O que representam as tecnopólos da atualidade? Exemplifique.
A Revolução tecnocientífica nos países centrais enseja a criação de cidades científicas, ou tecnópolis onde se desenvolvem atividades quaternárias (ou do terciário superior) de pesquisa em laboratórios de grandes empresas e universidades integradas localmente como com o resto do mundo, através dos fluxos telemáticos ou infovias (a mais formidável rede de comunicação do espaço geográfico terrestre). O exemplo mais ilustrativo de tecnopólo é o Vale do Silício (perto de S. Francisco da Califórnia), além da Route 128 (próximo de Boston), a de Tsukuba (no Japão), a de Paris-sud (França), o corredor M4 (próximo de Londres)...

9. Demonstre como o Estado organiza o espaço geográfico.
Mesmo o Estado capitalista onde impera a livre iniciativa e os meios de produção são, em sua maior parte, de propriedade privada, é de sua competência a construção da infra-estrutura econômica ( redes de água, luz, esgoto, estradas), da qual se incumbem empresas estatais, além de investimentos sociais em educação e saúde. Como o espaço geográfico da produção, circulação e consumo e das idéias é resultante da ação humana, esta é controlada direta ou indiretamente pelo Estado, ora pela emissão de documentos, ora pelo recenseamento, ora pela cobrança de impostos, ora pela censura dos meios de comunicação e assim por diante.

10. Esquematize as características principais da Velha e da Nova Ordem Mundial.
A Velha Ordem Internacional se prolongou desde a I Revolução Industrial até a II Guerra Mundial – ela foi multipolar, na medida em que disputavam a hegemonia mundial a Inglaterra, a Alemanha, a França, os Estados Unidos – estes últimos superando a supremacia britânica após a I Guerra Mundial. A Velha Ordem foi marcada pelo neocolonialismo europeu na Ásia e África, pelos norte-americanos no Caribe e pelos japoneses no Oriente; além disso o capitalismo passou a ser financeiro e monopolista desde fins do século XIX até hoje.
A Nova Ordem Mundial se inicia nos anos 40 do século XX (após II Grande Guerra) e mantém sua vigência até hoje; apresenta uma primeira fase bipolar da Guerra Fria entre as superpotências – EUA capitalista e democrático x URSS socialista e ditadura – desde a II Guerra Mundial até 1989. Daí em diante ocorre um equilíbrio geopolítico chamado de unimultipolaridade. Nesta Nova Ordem Internacional impera a globalização do espaço geográfico.

11. A bipolaridade da Guerra Fria findou com o esgotamento da ditadura stalinista soviética. Justifique.
As razões do esgotamento da ditadura stalinista soviética nos anos 80 do século XX se encontram na incapacidade do modelo centralizador da burocracia do Partido Comunista em acompanhar os avanços tecnológicos (com exceção do setor aeroespacial), em atender às demandas da população pela falta de liberdade e ineficiência de produzir bens de consumo pelos planos qüinqüenais, em gastar demais na corrida armamentista e na manutenção de suas bases militares no mundo todo.
12. Por que a Nova Ordem Mundial é unimultipolar?
Inicialmente a Nova Ordem Mundial vigente depois da Queda do Muro de Berlim era multipolar; entretanto, atualmente a maioria dos especialistas afirma que o equilíbrio geopolítico atual é unimultipolar, pois coexistem uma superpotência militar – os EUA – que apresentam uma hegemonia militar sem competidores (apenas em tese a Rússia é uma superpotência militar); enquanto, de outro lado, o Japão, a União Européia e os Estados partilham uma supremacia tecnológica e econômica.

13. Por que e como o espaço geográfico atual é cada vez mais globalizado e representa o neocolonialismo?
Os agentes do neocolonialismo e da globalização são os mesmos: as transnacionais – aumentando sua competitividade pela sua fusão e associando tecnologias entre si; os bancos internacionais e fundos de pensão e de investimentos – com seus ativos financeiros investindo em bolsas de valores e de mercadorias em ações e títulos da dívida pública. Os três agentes da globalização se valem das redes de telecomunicações produzidas pelo meio técnico-científico informacional da III Revolução Industrial.

14. O que representam os modos de produção e os meios de produção, que mudam conforme a evolução histórica e tecnológica do espaço geográfico?
Os modos de produção se constituem pelas relações de produção – entre proprietários dos meios de produção e o trabalho – e pelas forças produtivas (o homem e suas ferramentas). Os meios de produção se relacionam tanto aos meios de trabalho – como ferramentas e máquinas, quanto os objetos de trabalho – como as matérias primas.

15. Diferencie a atitude do homem diante do meio ecológico antes e depois da Idade Moderna com a introdução do capitalismo.
A interação homem-natureza (ou meio ecológico) nas sociedades tradicionais até a Idade Moderna era de integração e respeito; no entanto, a partir do capitalismo passou a ser uma relação de posse e domínio, pois a natureza é considerada uma mercadoria.

16. Quanto mais desenvolvido é o país, mais intensa é a divisão local de trabalho. Explique esta frase.
A divisão local de trabalho ocorre pelas relações de produção entre campo – produzindo gêneros do setor primário – e cidade – fabricando produtos do setor secundário e vendendo serviços. O campo perdeu sua mão-de-obra pelo êxodo rural, mas aumentou sua eficiência pela compra de máquinas e tecnologia urbanas. Quanto mais forte o mercado interno, mais intensas são as relações de produção entre campo e cidade.

17. Como se opera a DIT na Nova Ordem Mundial após 1989.
Cada vez mais se acentuam as disparidades entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido, visto que este exporta produtos primários de baixo valor agregado, além de uma soma considerável de juros – relativas às suas dívidas externas - e de lucros remetidos pelas transnacionais nele estabelecidos, sangrando cada vez mais sua combalida economia.

18. Relacione a III Revolução Industrial com o processo de globalização.
O setor terciário superior de pesquisas exige muito capital, de que apenas o Estado e grandes empresas dispõem – daí a necessidade de mundializar a economia, a fim de se obter um retorno mais rápido dos altos investimentos. Por outro lado, a modernização das redes materiais de transportes e imateriais de telecomunicações decorrentes da III Revolução Industrial facilitaram a circulação de capitais e serviços. Além disso as pesquisas trouxeram maior competitividade (lucratividade e produtividade) às empresas.

19. Como se explica a ocorrência contemporânea dos processos de globalização e de fragmentação política?
A fragmentação política ocorre por causa de nacionalismos e fundamentalismos, sobretudo o islâmico, que se opõem à padronização cultural decorrente da globalização. Por outro lado, a pobreza, a flexibilização do mercado de trabalho, o desemprego provocam a fragmentação social que exclui a maioria da população mundial dos efeitos modernizantes da globalização.

20. Por que a padronização que se opera com a globalização da economia é parcial.
A padronização técnica significa aumento de competitividade, mas a padronização cultural representa a perda de identidade dos valores nacionais (tradições, folclore, língua); esta, porém, é parcial ora em virtude da conscientização das comunidades em relação a estes valores histórico-culturais, ora pela exclusão social, ora pela ação de grupos fundamentalistas religiosos.

CORÉIA E CHINA

Situado no leste da Ásia, o país tem relevo montanhoso e é uma das nações asiáticas mais ricas em recursos minerais: possui cerca de 50% da reserva mundial de magnésio e grandes depósitos de carvão, ferro, tungstênio e grafite.
üAo longo dos anos, o governo priorizou o desenvolvimento da indústria pesada e a mecanização da agricultura.
Sem a ajuda da ex-URSS desde 1991, a economia norte-coreana está estagnada e a população enfrenta racionamento de comida.
A ameaça de um confronto com a Coréia do Sul alimenta um dispendioso programa nuclear.

Em 1910, o Japão anexa o país, após uma guerra prolongada em que derrota chineses e russos.
A dominação japonesa é marcada pela brutalidade, com esforços para suprimir a língua e a cultura coreanas.
Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), dezenas de milhares de coreanos são levados para trabalhos forçados no Japão e em países sob ocupação japonesa.
Com a rendição do Japão, em 1945, a Coréia é dividida em duas zonas de ocupação – uma norte-americana, ao sul, e outra soviética, ao norte –, refletindo a Guerra Fria.
Dirigentes do PCC, até então exilados na URSS, assumem posições de comando na zona soviética. As negociações para a unificação das Coréias fracassam e, em 1948, são criados dois Estados distintos: a Coréia do Norte e a Coréia do Sul.
É oficializado o regime comunista na Coréia do Norte, sob a liderança de Kim II-Sung, que governa o país com mão de ferro até sua morte, em 1994.

Em 25 de junho de 1950, tropas da Coréia do Norte invadem o sul, numa tentativa de unificar o país sob o regime comunista.
O Conselho de Segurança da ONU decide enviar tropas à Coréia. Integradas majoritariamente por soldados dos EUA, elas lançam um contra-ataque em setembro de 1950 e ocupam rapidamente a Coréia do Norte, atingindo a fronteira com a China em novembro.
A entrada dos chineses, em socorro aos norte-coreanos, altera a situação e os norte-americanos recuam. Em 4 de janeiro de 1951, os chineses conquistam Seul, capital da Coréia do Sul.
Uma nova ofensiva norte-americana, entre fevereiro e março, empurra as tropas chinesas e norte-coreanas de volta ao Paralelo 38 – a linha imaginária que separa as duas Coréias.
Uma trégua, assinada em julho de 1953, estabelece uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias.

A Coréia do Norte reconstrói-se com a ajuda da URSS e da China, mas sua economia entra em estagnação a partir da década de 70.
No plano político, o regime caracteriza-se pela intolerância a qualquer tipo de oposição e pelo culto a Kim II-Sung, idolatrado pela propaganda do governo.
Kim II-Sung opõe-se à política de abertura implementada pelo presidente soviético Mikhail Gorbatchov no final da década de 80 e a diminuição da ajuda econômica da URSS obriga a Coréia do Norte a romper seu isolamento, iniciando o comércio com Formosa (Taiwan) e com o Japão em 1991.

Em julho de 1994, morre Kim II-Sung, aos 82 anos. Seu filho e sucessor, Kim Jong-II, assina em outubro um acordo com os EUA para a desnuclearização da Coréia do Norte.
O pacto prevê que ela interrompa a construção de dois reatores nucleares e os substitua por reatores fabricados na Coréia do Sul.
Os EUA comprometem-se a prestar assistência tecnológica para suprir eventuais faltas de energia.
O pacto promove uma tímida distensão entre as duas Coréias e, em novembro, a Coréia do Sul anuncia o fim do embargo comercial à Coréia do Norte.
No início de julho de 2006, o ditador norte-coreano Kim Jong Il realizou testes com mísseis, apesar das advertências internacionais, fazendo com que o Conselho de Segurança da ONU impusesse sanções sobre aquele regime.

A Coréia do Norte é dos Estados mais fechados e autoritários do mundo.
Seu governante, Kim Jong-il, está à frente de um dos regimes mais repressores do mundo, que é acusado, regularmente, de gritantes violações dos direitos humanos.
A vida é difícil no país, que tem 23 milhões de habitantes, com uma grande proporção ainda vivendo na zona rural - onde a população ainda tenta se recuperar da escassez de alimentos que gerou crises ao longo da década de 90.
O país é profundamente isolado do exterior, tanto do ponto de vista econômico como cultural.
O povo norte-coreano tem pouco contato com o mundo exterior: eles não têm acesso à televisão, ao rádio ou a jornais internacionais". Eles têm imprensa estatal doméstica, mas nada muito controvertido é noticiado.
CHINA

Área: 9.536.499 km². Hora local: +11h.
Cidades: Xangai (aglomerado: 13.659.000 em 1996; Pequim (Beijing) (aglomerado: 11.414.000 em 1996;
POPULAÇÃO – 1,285 bilhão (2001);
Densidade: 134,75 hab./km² (2001). Pop. urb.: 32% (2000).
Cresc. dem.: 0,71% ao ano; fecundidade: 1,8 filho por mulher;
Expectativa de vida M/F: 69,1/73,5 anos; mort. infantil: 36,5‰ (2000-2005).
Analfabetismo: 15% (2000).
ECONOMIA – Moeda: iuan; cotação para US$ 1: 8,27 (jul./2001). PIB: US$ 989,5 bilhões;
Renda per capita: US$ 780 (1999). Força de trabalho: 751 milhões (1999).

A China tem aproximadamente 9.572.900 km2 de área e é o terceiro maior país do mundo.
Em muitos aspectos, o desenvolvimento do país foi determinado pela sua geografia.
A China tem desertos, montanhas e bacias hidrográficas férteis, assim como possui alguns dos pontos mais altos e mais baixos da Terra.
A maior parte dos recentes avanços econômicos ocorreram nas províncias da costa leste do país, enquanto muitas áreas rurais do interior ainda vivem na pobreza.


Com 1,3 bilhão de habitantes, a China possui 20% da população mundial. Mas regras rígidas e mudanças no estilo de vida têm feito a taxa de crescimento populacional cair.
A maioria dos casais das grandes cidades está sujeita à conhecida "política do filho único". Na zona rural, as famílias podem ter uma segunda criança se a mais velha for uma menina.
A China também está vivendo uma enorme corrente migratória interna, de pessoas que deixam o interior rumo às cidades da costa leste.
Em 1950, a população urbana representava menos de 13% do total. Agora, está em 40%, e deve chegar a 60% em 2030.

Os chineses han representam até 92% da população da China, que também abriga outros 55 grupos étnicos.
Essas minorias em geral vivem nas áreas de fronteira.
O governo chinês enfrenta dois conflitos separatistas no oeste do país, com os tibetanos e os uighur.
Além disso, uma onda de violência na província de Henan, em 2004, criou temores de que as relações entre os grupos minoritários e a maioria han se deteriorem.

O crescimento econômico rápido e desordenado tem provocado sérias desigualdades sociais agravando as disparidades regionais.
Em 1997, a China começou um dos maiores processos de privatizações de suas 300 mil estatais (JIANG ZEMIN).
Província de GUANDONG vem apresentando notável crescimento industrial devido aos investimento feitos por empresas de Hong Kong e Taiwan;
Criação da bolsa de valores de Pequim e Xangai, a ampliação da produção de bens de consumo, a entrada de capital estrangeiro e outras medidas econômicas.
Uma das principais mudanças no setor agrícola é o estímulo à formação das COMUNAS POPULARES que apresenta uma administração integrada ao Estado.

Desde que o regime comunista decidiu abrir a China para investimentos estrangeiros, em 1978, o país se tornou uma das economias que mais cresce no mundo, além de estar entre as dez maiores.
Mas com as taxas de crescimento em cerca de 9%, alguns analistas alertam para um superaquecimento e para o fato de que o resto do mundo pode sofrer o impacto de possível recessão no país.
Nos últimos anos, a China também se tornou um gigante do comércio, conquistando o quinto lugar em exportações.
O crescimento econômico, no entanto, trouxe ao país problemas sociais e na área de meio ambiente.

A China afirma que o número de pessoas pobres na zona rural caiu de 85 milhões, em 1990, para 29 milhões.
Apesar disso, a maneira como o país calcula a pobreza é polêmica, e o Banco Mundial diz que esse número é muito maior.
O país está assistindo ao surgimento de uma nova classe de despossuídos – os pobres das grandes cidades. Isso se deve às demissões em massa nas estatais e à migração interna.
A nova economia também levou ao aumento da desigualdade de riquezas.

O crescimento econômico da China – e o aumento da demanda por energia – gerou um forte impacto no meio ambiente. Um relatório do Banco Mundial, de 1998, mostrou que 16 das 20 cidades mais poluídas do mundo ficam na China, que também é culpada por parte da poluição atmosférica no Japão e nas Coréias.
A China é o segundo maior emissor de gás carbônico (CO2) do planeta e, como é considerada uma nação em desenvolvimento, ainda não tem que respeitar as exigências de redução.
A água também é outro motivo de preocupação no país. Os rios do norte estão secando, uma situação atribuída ao uso abusivo de suas águas e à profusão de represas. Por outro lado, a urbanização é tida como culpada pelas recentes enchentes que assolam o país.

A sociedade chinesa tem passado por profundas transformações nos últimos anos. Cada vez mais pessoas estão se mudando para os centros urbanos, deixando para trás seus costumes e seu estilo de vida.
Em muitas cidades, arranha-céus dominam a paisagem e marcas ocidentais conhecidas povoam shopping centers recém-inaugurados.
A venda de celulares e computadores disparou, e estima-se que a China tenha 90 milhões de pessoas conectadas à internet – quatro vezes mais que em 2000.
Mas a modernização da China também torna visível um país cheio de contrastes, com milhões de pessoas à margem da prosperidade.


Há 18 anos, a Praça da Paz Celestial, no centro de Pequim, serviu como cenário de grandes manifestações pró-democracia que culmiram com uma forte repressão e a morte de centenas de pessoas.
Os protestos não tinham precedentes na China.
Eles começaram em 15 de abril de 1989 quando o líder reformista Hu Yaobang morreu repentinamente de um ataque do coração em Pequim.
A sua morte comoveu os chineses, que ocuparam as ruas de todo o país para protestar contra a corrupção dentro do Partido Comunista chinês e atacar os conservadores.
Apesar de o governo chinês negar até hoje a existência do massacre, as mortes e as imagens dos tanques nas ruas ainda são lembradas em todo o mundo.



quinta-feira, 17 de maio de 2007

segunda-feira, 14 de maio de 2007

CRISE DA URSS

Após a II Guerra Mundial, a URSS converteu-se, lado a lado aos EUA, numa das maiores potências mundiais.Tem início um período de tensão mundial que ficou conhecido como Guerra Fria, que contrapôs por quase 45 anos os dois maiores arsenais do mundo, o norte-americano e o soviético. Ao mesmo tempo em que essas forças antagônicas se confrontavam internacionalmente, dentro da URSS, o final dos anos 50 e início dos anos 60 presenciaram alguns dos momentos mais prósperos do país.

Ocorreram sérias melhoras na oferta de produtos para o consumo da população (nada comparável aos níveis de consumo do mundo capitalista ocidental, mas para os níveis soviéticos, um grande progresso):aumento da oferta de moradias; saída na frente na corrida espacial: o lançamento da primeira nave espacial não tripulada (o Sputinik), o lançamento do primeiro ser vivo no espaço (a cachorrinha Laika) e, pouco depois, o lançamento do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin.

Na política mundial, a URSS mostrava seu poderio militar e a capacidade de influência ideológica, opondo-se aos EUA onde quer que a Guerra Fria assim demandasse.
Dessa forma, assiste-se à Guerra da Coréia, à Crise dos Mísseis em Cuba, à construção do muro de Berlim e ao recrudescimento do conflito do Vietnã.
A indústria bélica soviética, impulsionada pela corrida com os EUA, crescia a passos largos, desenvolvendo armas, bombas atômicas e de hidrogênio cada vez mais poderosas e sofisticadas.

Esse desenvolvimento militar não foi, entretanto, acompanhado pela indústria de consumo civil, que na década de 70 se viu ultrapassada em qualidade e oferta pelos produtos do mundo capitalista ocidental.
Em outra frente, a agrícola, as coisas iam de mal a pior: por ineficiência técnica e problemas climáticos (invernos rigorosos), as colheitas soviéticas declinavam vertiginosamente.
Em meados dos anos 70, a URSS foi obrigada a importar trigo do ocidente, com produtos vindos da Europa, EUA e até Argentina.

O governo soviético de Leonid Brezhnev, ciente da necessidade de direcionar para o setor civil parte do desenvolvimento obtido na indústria bélica, tentava esvaziar a corrida armamentista, assinando com os EUA vários acordos para redução da fabricação de mísseis, como os acordos SALT.
Entretanto, a envelhecida liderança soviética não era capaz, por comodismo ou ineficiência, de promover as mudanças radicais de que a URSS precisava.
üAssim se passam os anos 70. As coisas se aceleram na década de 80.
Do outro lado do Atlântico, chega ao poder dos EUA Ronald Reagan, que, como presidente do conservador Partido Republicano, vê na URSS um mortal inimigo a ser combatido em todas as frentes.
O governo norte-americano passa a armar as guerrilhas afegãs, afundando a URSS numa guerra de desgaste violento.
Por sugestão do presidente, a indústria de guerra americana começa a desenvolver um sistema de defesa espacial antimísseis, que ficou conhecido como “Guerra nas Estrelas”.

Isso era muito para a indústria bélica soviética e as velhas lideranças do PC. Em 1982, morre Leonid Brezhnev, substituído por Yuri Andropov. Dois anos depois Andropov também morre e é substituído por Constantin Tchernenko, que em menos de um ano também falece. Estava aberto o caminho para a nova liderança. Sobe ao poder em 1985, como secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev.
Pela primeira vez a URSS tem um líder que não havia participado da Revolução Russa ou da II Guerra Mundial, alguém que havia feito carreira dentro das universidades soviéticas, que havia participado do governo, como Ministro da Agricultura, e conhecia de perto os problemas que a URSS vinha enfrentando.
Sua primeira proposta, ao assumir o governo, foi promover uma tentativa de reestruturação do socialismo soviético, injetando maior dinamismo à economia. Essa proposta, conhecida como perestroika, pregava maior liberdade no funcionamento das empresas, maior liberdade para as iniciativas privadas e a possibilidade, se bem que limitada, de investimentos externos.

üComo tal proposta não surtisse alterações, apesar de aplaudida pelos líderes do partido, Gorbachev tenta uma segunda proposta: a glasnost. A palavra russa, que significa “transparência”, queria dizer que eram necessárias críticas ao sistema para que este se reestruturasse.
A glasnost propunha, então, maior liberdade de expressão, maior possibilidade para que as pessoas manifestassem suas insatisfações, o que favoreceria a busca de soluções para os problemas.
Se, por um lado, a glasnost permitiu realmente maiores críticas ao sistema, por outro lado, diversas pendências que se arrastavam pelos anos de fechamento político começaram a vir à tona: a insatisfação de membros do Partido Comunista diante da falta de oportunidades políticas dentro do PC, entre eles Boris Yeltsin, ex-prefeito de Moscou, que sai do partido para fundar outra agremiação política (mais tarde seria eleito presidente da República da Rússia, ainda dentro da URSS); o desejo de independência por parte de nacionalidades descontentes dentro da União etc.

As reformas que eram encaminhadas por Gorbachev, e eventualmente aprovadas pelo Congresso, não surtiam efeito. Aumentava a insatisfação popular.
üNa véspera da votação de um nova lei sobre a estrutura da federação, membros conservadores do Partido Comunista promovem um golpe contra Mikhail Gorbachev.
Ele foi preso em uma casa de campo na Criméia, enquanto os golpistas promulgavam na televisão um retorno aos antigos princípios da URSS. Os golpistas conclamam o povo e as Forças Armadas a apoiá-los.
üEntretanto não há reação, nem do povo, nem do Exército. Isso dá oportunidade a que os grupos que haviam conseguido destaque durante os tempos de glasnost promovessem um contragolpe.
Liderados por Boris Yeltsin e com o apoio dos presidentes de outras repúblicas, os contragolpistas libertaram Gorbachev e prenderam os líderes reacionários do PC.

Quando do final da URSS, em 1991, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia tentaram criar uma nova organização que, respeitando a independência política de cada uma, mantivesse o funcionamento da economia dos países.
Assim surgiu a CEI, Comunidade dos Estados Independentes, que enveredava pelo sistema econômico capitalista.
Essa organização recebeu a adesão relativamente rápida das outras repúblicas, compondo 12 países no final de 1993.
EXERCÍCIOS

(Mackenzie-SP) “Quando, em agosto de 1991, os conservadores tentam derrubar Gorbatchev, Yeltsin intuiu o momento político e colocou-se à frente da resistência aos golpistas.”
História Moderna e Contemporânea – Alceu l. Pazzinato e Maria Helena Senise
O texto acima relaciona-se exceto com:
a. o contexto de estruturação da Nova Ordem Internacional e fim da URSS;
b. a desintegração da URSS e o surgimento de quinze estados independentes;
c. substituição da URSS pela CEI;
d. insatisfação da população soviética com o desequilíbrio entre produção e consumo;
e. desintegração da Rússia e criação do COMECON.

(Fuvest/2001) Após o término da bipolaridade, característica do período da Guerra Fria, os conflitos armados
a) aumentaram, devido à inegável supremacia militar dos Estados Unidos no mundo.
b) diminuíram, devido ao surgimento de outros pólos de poder no mundo.
c) diminuíram, devido à derrota do socialismo soviético.
d) aumentaram, devido à retomada de antigas diferenças étnicas e religiosas entre povos.
e) aumentaram, devido ao crescimento de países que detêm armas nucleares.

(Mackenzie - 2004) No mundo “globalizado”, sem as grandes oposições ideológicas que permeavam o período da Guerra Fria, ainda se verificam diversos conflitos sangrentos por territórios, que se embasam em questões religiosas, étnicas e nacionalistas. Dentre esses conflitos, a Questão da Chechênia coloca a população local contra o governo russo, que teme, entre outros fatores, que:
a) as manifestações pró-socialismo na região desestabilizem o atual governo, de Vladimir Putin.
b) o fundamentalismo islâmico se alastre por outras regiões, encorajando o separatismo regional. c) as jazidas de urânio e a Usina Nuclear de Chernobyl caiam nas mãos dos fundamentalistas islâmicos que vivem na região.
d) haja desestabilização das instituições russas pré-estabelecidas, em virtude das lucrativas atividades ligadas ao narcotráfico na região.
e) as jazidas de petróleo e os oleodutos existentes na região fiquem sob o controle das Sete Irmãs Petrolíferas, empresas que financiam os movimentos separatistas.


(Cásper Líbero 2005) Foi durante a Guerra Fria que surgiram as expressões Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. Embora questionadas quanto à sua real validade, elas permaneceram até o fim desse período de bipolaridade político-ideológica. O novo período que se inaugurou na década de 1990 trouxe uma “nova classificação” para distinguir os países quanto à riqueza: as expressões Norte e Sul. Sobre a divisão Norte e Sul, pode-se afirmar que
a) é mais precisa do que a anterior, pois permitiu distinguir com relativa precisão que os maiores problemas de ordem socioeconômica, atualmente, estão concentrados nas áreas ao sul do Equador.
b) representa um avanço em termos de regionalização do espaço mundial porque localiza espacialmente a ocorrência da pobreza permitindo ações concretas dos órgãos supranacionais como a ONU ou o FMI.
c) é genérica e simplificadora, pois a pobreza não se restringe somente aos países subdesenvolvidos, uma vez que mesmo nos países do Norte, considerados ricos, o número de indigentes tem gradualmente aumentado.
d) permite analisar com rigor os efeitos da descentralização da economia mundial que contribuiu para a formação de pólos de poder independentes dos tradicionais centros de decisão situados na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos.
e) é arbitrária, pois a globalização difundiu avanços técnicos e intensificou a industrialização pelo mundo todo e, portanto, reduziu as diferenças socioeconômicas existentes anteriormente.

sábado, 12 de maio de 2007

A nova China.

A China é hoje um país que possui dois sistemas econômicos controlados por um único sistema político. Esse sistema é definido como economia “socialista de mercado”. A China é a economia que mais cresceu no mundo, e os seus produtos invadem todos os mercados. Para entender melhor é preciso fazer uma rápida retrospectiva na historia.

HISTÓRICO

A China é um país milenar, que foi governado por varias dinastias. No inicio do século XX, governado pela dinastia, o país decrescia. O país estava partilhado por várias potencias estrangeiras.

Mas, no começo do século XX, surgiu um movimento nacionalista, não a favor da dinastia Manchu é a dominação estrangeira. Sob a liderança de Sun Yat essa revolução atingiu várias cidades do país, e pôs fim ao império e instaurou a republica, em 1912. Foi organizado o partido nacional chinês, sob a liderança de Sun Yat-sem.

Apesar da proclamação da republica, o poder permaneceu fragmentado, e o país continuou sofrendo com o caos político, econômico e social. Pequim controlava apenas uma parte do país e mantinha laços com as potencias estrangeiras.

Nessa época surgiu uma iniciante industrialização, que com a ajuda de capitais estrangeiros se aproveitava da mão-de-obra barata e abundante. Com a invasão do Japão e a guerra civil esse processo de industrialização foi interrompido. Na primeira guerra mundial os japoneses com apoio de potencias ocidentais, ocupavam a região nordeste do território chinês.

As forças revolucionárias ganharam forças e, além de receberem influência da revolução Russa, essas idéias juntaram-se agora aos sentimentos nacionalista e anticolonial que fez surgir, o partido comunista chinês, era 1921, tendo como um dos fundadores Mao Tse-tung.

Em 1925, Sun Yat-sem morreu e o partido nacional chinês passou a ser controlado por Chiang Kai-schek. Depois de uma breve convivência pacifica, em 1927 iniciou uma guerra civil entre comunista e nacionalista. Depois de ocorrer a unificação do país em 1928, Chiang Kai-shet passou a liderar o governo nacional da china com mão de ferro. Em 1934, os japoneses depois da invasão na Manchúria, implantaram Manchwero, um país formalmente independente. Pu Yi era imperador desse reino Manchu. Na verdade ele era apenas um imperador fantoche, quem mandava de fato em Manchukuo eram os japoneses, que se beneficiavam de uma das regiões mais ricas em minérios e combustíveis fosseis de toda a china.

Em 1937, os japoneses declararam guerra total contra a china. Chegaram a ocupar cerca de dois terços do território chinês. As cidades mais importantes estavam sob o controle do Japão. Neste curto período de tempo os comunistas e os nacionalistas se empenharam em derrotar os invasores japoneses. Assim, após a rendição do Japão na segunda guerra mundial, as guerras civis voltaram a se agravar severamente. Em outubro de 1949, depois de 22 anos de guerra, os comunistas do Espírito de Libertação Popular saíram vitoriosos, liberados por Mao Ise-tung, foi proclamado a Republica Popular da China. Surgiu então a China Comunista. Os nacionalistas se refugiaram na ilha de Formosa, e fundaram a República da China Nacionalista, também conhecida como Taiwan.

A china passou a seguir o modelo político-econômico da ex-União Soviética. Politicamente implantou-se um regime político centralizado sob o controle do Partido Comunista Chinês, cujo líder Maximo era o secretário-geral Mao Tse-tung. O estado passou a controlar as fabricas e recursos naturais. No entanto, é bom lembrar que a revolução chinesa foi essencialmente camponesa, visto que na época os operários equivaliam a apenas 0,6% da população. Assim após a revolução a china começou seu processo de industrialização.

PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

Inicialmente a china seguiu o modelo soviético, e passou a planejar a economia. Em 1957, Mao lançou um plano conhecido como o “Grande Salto à Frente”, que se estendeu até 1961. Em plano visava implantar um parque industrial diversificado e amplo. Para isso, a china priorizou investimento na industria de base na bélica e em outras de infra-estrutura que ajudasse a sustentar o processo de industrialização. Mas, o grande “Grande Salto à Frente” mostrou ser um fracasso.

Ao tentar seguir o modelo da União Soviética, a china acabou também sofrendo dos mesmos problemas: baixa produtividade, baixa qualidade, concentração de capitais no setor armamentista e burocratização.

O que também ajudou na crise econômica foi a Revolução Cultural maoísta, que consistia em um esforço de transformação ideológica contra o revisionismo soviético, uma perseguição dos contras revolucionários, além de isolamento econômico em relação ao exterior.

Após o rompimento entre a União Soviética e a China, houve a aproximação dos Estados Unidos, que foi iniciada com a viagem do presidente norte-americano, Richard Nixon, a China em 1972. Foi nessa época que a republica popular da china entrou na ONU, tornando-se membro permanente do conselho de segurança.

Com a morte de Mao tse-tung, em 1976, um novo líder entra no poder, Deng Xiaoping. Os donos deixaram os conceitos de Mao de lado, e iniciou-se um processo de abertura na economia chinesa.

UMA NOVA ECONÔMIA

A china depois de passar décadas em estado de “Sono Profundo”, resolveu acorda. Sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se, a parti de 1978, uma reforma na economia, paralelamente a abertura da economia chinesa ao exterior.

Os chineses no poder queriam fazer reformas econômicas para o regime chinês e também justificar ideologicamente a simbiose da economia de mercado com a economia de planificação sob o controle do estado. Era uma tentativa de perpetuar a hegemonia do PCC.

Num país em que 70% da população são camponeses, as reformas começaram, é claro na agricultura. Cada família poderia cultivar o que desejassem, embora as terras continuariam pertencendo ao Estado. Depois de entregar uma parte que produzisse ao Estado, poderia vender no mercado o restante. As restrições impostas impediram relações capitalistas de produção, e os preços pagos aos agricultores foram elevados, incentivando aos camponeses. Ao mesmo tempo os consumidores passaram a receber subsídios para adquirir produtos agrícolas. E o resultado foi um notável crescimento na produção agrícola chinesa.

Com a reforma na agricultura disseminou-se a iniciativa privada e o trabalho assalariado no campo, aumentando a renda dos agricultores. Houve também uma expansão do mercado interno.

A parti de 1982, após o XII Congresso N acional do PCC, iniciou-se a abertura no setor industrial. As industrias do Estado tiveram que se enquadrar à realidade e foram incentivadas a adequar-se aos novos tempos, melhorando a qualidade de seus produtos e abaixando seus preços. O governo também permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas, atraindo o capital estrangeiro.

A grande revolução, porém, veio com a criação de zonas especiais em várias províncias litorâneas. As primeiras foram implantadas em Shezen, Zhuhai, Xiamen. Essas zonas econômicas tinham como objetivo atrair investimentos de empresas estrangeiras, que trariam além de capital, tecnologia e experiência de gestão empresarial. Numa tentativa de ampliar suas exportações, a china concedeu quase total liberdade ao capital estrangeiro nessas zonas econômicas, espécie de enclaves capitalistas dentro da china.

Em resultado disso tudo, a economia da china cresceu uma taxa media de 9% ao ano nas décadas de 80 e 90. E a província de Guangdond, localizada próxima a Hong Kong, a mais dinâmica do país, crescia em uma media de 12,5% ao ano desde 1979. No período a taxa mais alta do mundo.


Mas apesar de ter ocorrido esse “milagre chinês”, nem tudo tem só coisas boas. É preciso também falar da outra face do “milagre chinês”. Além da libertação econômica, um fator fundamental que está atraindo capitais para a china, é o baixo custo de mão-de-obra muito disciplinada e trabalhadora. O Salário mínimo na china é de 25 dólares por uma jornada de trabalho de 12 horas diárias. Na província de Fuyian o salário médio de um operário é 65 dólares, em media por mês, era cerca de trinta e cinco avos do salário médio nas fabricas japonesas.

Uma outra face desse “milagre” é o agravamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado as migrações internas. A cidade de Shenzen, por exemplo, cresceu de 100 mil habitantes em 1979, para mais de três milhões em 1999. Todos queriam ir para as zonas econômicas especiais e as cidades livres de melhores salários.

Assim, com base em uma abertura econômica e baixos salários, o mundo foi invadido por produtos chineses. Em 1980, período de inicio das reformas econômicas, a China ficou em 25º no ranking de exportadores, exportando 18 bilhões de dólares. Em 1997, porém o país exportou 183 bilhões de dólares, tornando-se o 10º maior exportador do mundo.

A china tem atualmente um parque industrial muito diversificado. Entretanto, tem apresentado um crescimento bem desigual territorialmente, e também setorialmente. As zonas especiais e as cidades abertas crescem muito mais rapidamente, e as empresas privadas e mistas crescem muito mais que os outros.

Um dilema chinês é como manter uma irrestrita economia, fortemente controlada pelo Estado e, ao mesmo tempo, um regime fechado politicamente. Essa questão só com o tempo poderá ser resolvida.

Exercício

Responda.

1) Em que resultou as guerras civis entre comunistas e capitalistas?


2) Com o plano “Grande salto à frente”, o que a China priorizou, e com que resultado?


3) O que mudou com a criação de zonas econômicas especiais?


4) O que também contribui para os produtos chineses se espalharem rapidamente pelo mundo?

Exercícios: meio ambiente.

1 - Demonstre as razões do verdadeiro desastre ecológico que ocorreu na área do Mar de Aral e seus efeitos.
Devido ao cultivo irrigado do algodão nesta região semi-árida. Para isto, foram canalizados os rios Amu-Darya e Sir-Darya, que desembocam no Mar de Aral. Em face da diminuição do débito fluvial destes rios no mar e da maior evaporação da água canalizada para irrigação, o Mar de Aral está secando e assim diminuindo em extensão e profundidade. Suas águas estão mais salgados e estão morrendo os peixes.

2 - Demonstre como o desmatamento DA AMAZÔNIA pode iniciar um processo futuro de desertificação.
O ciclo hidrológico torna-se mais rápido , já que ocorre mais evaporação que infiltração de água nos solos (antes usada pelas plantas ao longo do tempo na medida de suas necessidades) e mesmo a água em circulação diminui na área desmatada, pois ela foi escoada para os rios e daí para os oceanos e mares. As chuvas tornam-se mais escassas e irregulares.

3- Como se pode explicar a sobrevivência das árvores e a perenidade dos rios do cerrado, durante o período da prolongada estiagem (seca)?
Nos cerrados as árvores e arbustos apresentam galhos e troncos retorcidos – para diminuir a ação do calor do Sol; as raízes profundas – em busca de água nos lençóis freáticos, são, também, adaptações à pobreza dos solos. Podem apresentar xeromorfismo com as folhas cobertas de cera, a fim de diminuir a evapotranspiração durante o inverno seco. Durante o inverno ocorrem incêndios naturais que não destroem as plantas - sua casca grossa de cortiça é como um escudo protetor - a planta fica apenas chamuscada pelo fogo.

4 - Identifique e explique a causa principal e conseqüências do aquecimento global.
Causa principal do efeito-estufa: aumento de dióxido de carbono (CO2). Conseqüências: dificulta a dispersão do calor emitido pela superfície terrestre e aumentando a temperatura no planeta. O nível do mar está subindo lentamente; descongelamento anormal dos glaciares;o campo de gelo que recobre a Antártida diminui; desaparecimento de áreas urbanas e agrícolas próximas ao litoral.

5 - Identifique e, em seguida, justifique os condicionamentos do efeito-estufa ao nível de microclima urbano.
ilhas de calor: As construções urbanas (edifícios e ruas pavimentadas), a ausência de biomassa (áreas verdes), o maior uso de combustíveis fósseis (pelos veículos automotores) e concentração de gases e de material particulado (fumaça, pó, fuligem) na área central das metrópoles faz com que se absorva mais insolação (calor do Sol) e a irradie mais do que nas áreas periféricas.

6 - Demonstre um dos motivos da semiaridez do Sertão do Nordeste do Brasil.
Os ventos alíseos de sudeste se carregam de umidade no Oceano Atlântico; as nuvens, ao subir as encostas do Planalto de Borborema, deixam a umidade em suas encostas (de barlavento, voltadas para o mar) – são as chuvas orográficas. Aí está a Zona da Mata com clima tropical úmido. No alto da Borborema situa-se uma área de transição, o Agreste. Do outro lado da Borborema, na encosta de sotavento, as nuvens já perderam quase toda a umidade contida em seu interior, daí o clima ser o semi-árido, com chuvas escassas e irregulares e a vegetação espinhenta da caatinga no SERTÃO.

7 - É paradoxal a Bacia Amazônica constituir o maior potencial hidrelétrico do Brasil, mas seu rio principal ser um autêntico rio de planície. Comente geograficamente as razões deste paradoxo.
Devido aos seus afluentes, sobretudo os da margem direita (ao sul do Amazonas) que, ao descerem dos planaltos formam cachoeiras e corredeiras. O rio Amazonas é um autêntico rio de planície – o Baixo Amazonas é uma hidrovia natural.

8 - A Floresta Amazônica não é singular, mas plural pela sua diversidade florística e pela tripla morfologia, conforme o relevo e a hidrografia regional, em 3 matas diferentes. Identifique e localize estas três matas.
No Baixo Amazonas, constantemente inundada, situa-se a Mata de Igapó; só inundada durante as cheias, está a Mata de Várzea. A parte da floresta nunca inundada é a Mata de Terra Firme.

A nova ordem mundial


A NOVA ORDEM INTERNACIONAL

Quando o “Modelo Socialista Soviético” se vira esgotado, após as mudanças estruturais promovidas por Gorbatchev e continuadas pelos diversos novos países adentrados no Sistema de Mercado, acreditou-se, a princípio num aumento da hegemonia dos EUA. Posteriormente, viu-se que o “modelo” de dominação com base no uso de força militar, empregado em grande volume pelos EUA, não estava lhe rendendo os resultados políticos esperados. Bem ao contrário disso, criava-se um certo antagonismo aos métodos truculentos estadunidenses e ressurgiam potências adormecidas diplomaticamente por todo o período de Guerra Fria. Pode-se notar o fim da bipolaridade mundial (EUA x URSS) e o surgimento da multipolarização das decisões.
O fim do mundo bipolarizado da Guerra Fria não significou a eliminação automática dos conflitos e atritos internacionais. Hoje esse confronto se reveste de um conteúdo muito mais econômico-comercial do que político-ideológico.
Com isso, podemos afirmar claramente que o mundo substituiu um tipo de “guerra” por outro.
Entretanto, embora se dê a entender que este tipo atual é menos maléfico do que o primeiro, trata-se apenas de ilusão, pois os efeitos catastróficos sobre os países pobres pioram, principalmente por causa das “novas” regras “mundializadas”, que expuseram as nações de economias frágeis à perversidade dos interesses individuais dos grandes empresários e donos do capital de financiamento internacional, que geram crises, miséria, desemprego e violência de compatriotas, “simplesmente” para defenderem os seus investimentos e lucros.
Nesse estágio do desenvolvimento produtivo, em que predomina a internacionalização do capital, consolida-se a interdependência crescente das grandes transnacionais, ultrapassando suas fronteiras de origem e colocando as questões nacionais em segundo plano. Os interesses dos Estados ficam, mais do que nunca, atrelados aos interesses do capital internacional.
O fim do Século XX será lembrado como um período de muitas transformações no mundo. Elas impressionaram pela forma inesperada e veloz com que ocorreram e pela divulgação que tiveram. Isso aumentou as incertezas sobre a ordem mundial em que vivemos. Afirma-se com freqüência que o planeta atravessa, agora, uma “desordem” mundial. Vários livros didáticos e atlas geográficos sofreram reformas para atualizar suas análises e descrições e seus mapas. No entanto, essa tarefa de acompanhamento parece inglória, já que nada indique qualquer tipo de estabilidade no nosso conturbado planeta. Algumas questões imediatamente se impõem. Essa insegurança se justifica? Os fatos que se precipitaram apontam rupturas radicais? Acreditamos que a discussão exige que trilhemos outros caminhos. Não será o caso de repensarmos os próprios métodos de análise até aqui utilizados? Afinal eles, em geral, se mostram incompatíveis com os rumos dos acontecimentos. O maior exemplo era a crença na existência de uma sólida ordem mundial, sustentada na oposição entre socialismo e capitalismo. Crença essa que se mostrou, com rapidez incrível, ser infundada.
Há quanto tempo são usadas as mesmas classificações sobre a organização ou regionalização dos espaços internacionalizados – capitalismo x socialismo; países desenvolvidos e subdesenvolvidos; Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo; centro e periferia; divisão internacional do trabalho; ordem mundial e outras mais – sem que se questione seus fundamentos?

A REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO
As diferentes classificações regionais do mundo que apontamos anteriormente (países do Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos, desenvolvidos, subdesenvolvidos, etc.) são tentativas de agrupar os países segundo características comuns. Por exemplo, os países desenvolvidos teriam particularidades que os tornariam distintos dos subdesenvolvidos.
Essas classificações convencionais que procuram entender a divisão regional do mundo têm validade, mas nos parece claro que todas elas merecem uma rediscussão profunda e não apenas uma simples atualização. E nada melhor do que aproveitar um período agitado por transformações para revermos os métodos de interpretação do mundo moderno.
Vejamos algumas modificações no mundo em que vivemos.
O chamado bloco socialista revela uma crise de morte, com a falência e desmembramento da URSS e dos regimes da Europa Oriental, contrariando as análises anteriores. A Europa Ocidental unifica-se de forma ousada, criando a União Européia (EU). O Japão assume o papel de 2ª grande potência econômica e influencia decisivamente o Extremo Oriente, onde investe nos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong), China e Austrália. Os EUA, a grande nação deste século, têm sua hegemonia econômica e político-militar contestada e também conduzem um processo de unificação regional através do NAFTA (North American Free Trade Association) com o México e Canadá.
No chamado Terceiro Mundo, o panorama de pobreza e degradação social se agrava, desmentindo a ilusão do progresso constante e irreversível da humanidade. A América Latina debate-se contra dificuldades econômicas e a miséria social. O continente africano sucumbe diante da fome, guerras e epidemias. No Oriente Médio as reações contra a expansão do mundo ocidental intensificam-se. A ameaça se expressa com o crescimento e fortalecimento dos regimes fundamentalistas antiocidentais, com destaque para o estado Islâmico do Irã. Todos esses fatos, lembrados rapidamente, de uma forma ou de outra causam problemas aos critérios de classificação regional adotados habitualmente.
Países com situações tão diversas como Brasil, Argentina, México, Egito, Índia, Coréia do Sul, Tailândia, Irã, Iraque, etc. cabem na idéia de Terceiro Mundo ou de países subdesenvolvidos ou ainda países em desenvolvimento? Como avaliar o fenômeno do desenvolvimento econômico dos Tigres Asiáticos, considerados até recentemente como explorados e condenados ao subdesenvolvimento, passaram por duas décadas de crescimento, sofrendo grande Crash, no final de 1997, início de 1998? Não há respostas simples para essas questões.

ORDEM MUNDIAL

A idéia de ordem mundial tem tido um uso cada vez mais freqüente. Os eventos mundiais dos anos 80 são os responsáveis pelo uso constante da expressão. É bom começar lembrando que essa idéia sempre esteve mais ligada à dimensão política das relações entre os países. É no quadro da idéia de ordem mundial que se abordava o confronto, que muitos consideram o mais importante do século, capitalismo x socialismo, além dos conflitos bélicos (guerras) e das relações de poder entre as nações.
As decisões políticas, contando também com as forças das armas, seriam as principais responsáveis por uma dada ordem mundial, superiores nesse caso aos fatos econômicos. Assim, seriam os Estados nacionais mais poderosos (como os EUA e a URSS) os atores fundamentais dessa ordem. Suas atitudes refletiriam mais do que simplesmente a defesa de interesses materiais de cada um. Corresponderiam à defesa de visões diferentes de mundo, em todos os planos da vida social.
A idéia de ordem mundial tem sua validade. Seu principal mérito é o de incluir a política (as relações de poder, as guerras) como elemento de entendimento do mundo moderno e de sua diferenciação regional. Porém, atualmente, baseada na idéia mundial, surge em contrapartida a idéia de “desordem” mundial, que refletiria de forma mais justa o final do Século XX. Afinal, a ordem mundial baseava-se no equilíbrio de forças das duas potências mundiais e esse equilíbrio não existe mais. Assim, pelo menos transitoriamente, estamos numa situação de desordem, em que estaria sendo gestada uma nova ordem mundial.
Estaríamos de fato vivendo essa situação? Eis mais uma resposta que não pode ser simplificada. Mas alguns acontecimentos recentes contribuem para se pensar na questão.
Por ocasião da Guerra do Golfo, ocorrida no inicio de 1991, a ousadia de Saddam Hussein estaria ameaçando a ordem mundial e não foi longe de seu intento, já que feria interesses ocidentais.
Desse modo, parece ter havido uma mudança de atores, sem que o roteiro (nesse caso a ordem mundial) tenha apresentado mudanças significativas. Mas o número de atores (países) que se envolveram em questões de âmbito internacional, a partir dessa Guerra, aumentou consideravelmente, demonstrando que, daí em diante, as decisões passariam por outras esferas, que não só a soviética e a estadunidense.
A nova ordem internacional parece caminhar para uma divisão do mundo em três grandes áreas sob hegemonia da tríade formada por Estados Unidos, Japão e Comunidade Econômica Européia. Segundo o FMI, em 1980 esse conjunto de países era responsável por 50% do total dos investimentos mundiais diretos; hoje eles controlam 81% destes investimentos. Observados os investimentos regionais, verifica-se que cada membro da Tríade investe mais nos países que compõem sua área de hegemonia. Na América Latina, 61% dos investimentos foram realizados pelos Estados Unidos. Na Ásia, 52% pelo Japão e, no Leste Europeu, 64 % pela UE.

MUNDO DOS BLOCOS/ OS BLOCOS ECONÔMICOS


A formação de blocos econômicos não é um fenômeno que surgiu do nada. Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, muitos organismos internacionais (entre nações) vêm sendo articulados, com o objetivo de aumentar os mercados e os laços de cooperação econômica entre os países membros.
Alguns exemplos podem ser citados:

· CEAO (Comunidade Econômica da África Ocidental), formado por Benin, Costa do Marfim, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Burkina Faso;
· BENELUX Associação que reproduz o nome de seus componentes: Bélgica, Holanda e Luxemburgo;
· ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), cujos os membros são: Cingapura, Filipinas, Indonésia, Malaísia e Tailândia;
·AELC (Associação Européia de Livre Comércio), que reúne Áustria, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Suíça;
·ALADI (Associação Latino-americana de desenvolvimento e Intercâmbio), cujos os membros são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela;
·APEC (Associação de Cooperação econômica da Ásia e do Pacífico), que reúne EUA, Canadá, México, Chile, Japão, china, Tigres Asiáticos, Austrália, Nova Zelândia, Brunei e países da ASEAN.
Esses são organismos regionais. As formas de cooperação em cada um dessas organizações e a intensidade de relacionamento entre seus membros variam muito. Algumas delas só existem no papel, outras já expiraram com o tempo.
Formalmente trabalham para ampliar a cooperação no futuro, mas pouco realizam atualmente. É o caso, por exemplo, da ALADI, instituída em 1960.
Porém foi no interior da ALADI que se gestou algo que se apresenta muito promissor: é o MERCOSUL, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Visa constituir-se em um mercado comum, com a queda de barreiras alfandegárias e a livre circulação de mercadorias, capitais e trabalhadores.
Foi na Europa que concretamente esses esforços de cooperação regional vingaram. Já havia algum tempo funcionava o BENELUX. Posteriormente o MCE – Mercado Comum Europeu, que preparou a atual UE – União Européia. Em 1957 foi firmado o tratado de Roma, que fecundou a idéia de unificação européia no então MCE. Outro organismo poderoso que foi criado é o NAFTA – North American Free Trading Association –, o mercado comum norte-americano, como veremos a seguir.


OS NOVOS BLOCOS COMERCIAIS E A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

Muitos analista se perguntam onde estaria a novidade dos blocos comerciais, se o mundo está repleto de organismos de cooperação econômica em cada região já há algum tempo.
Uma primeira resposta destaca que a qualidade do que ocorre neste final de século é superior. Da cooperação caminha-se para unificação. Os laços se estreitam em todos os níveis – não só no econômico. As dimensões desses novos blocos são bem maiores.
Porém, qual seria a relação desse fenômeno com a crise da economia mundial? Seria apenas um aperfeiçoamento natural das regras de intercâmbio mundial, como muitos defendem, ou na verdade resultaria de esforços para superar a crise ou se proteger dela?
Parece haver um pouco de tudo, mas a crise tem sido o fator preponderante, pois a própria constituição desses blocos tem gerado novas tensões e está longe de ser harmoniosa.
Como se fosse apenas um aperfeiçoamento, qualquer iniciativa seria aplaudida pela comunidade internacional. Mas não é o que ocorre. Há muito temor que a situação mundial se agrave e que muitos saiam perdendo. Vejamos o caso a seguir.
Em agosto de1992, EUA, Canadá e México assinaram um acordo para criação de zona norte-americana de livre comércio – o NAFTA. Imediatamente o Japão (e sua área de influência) e a UE (União Européia) reagiram, declarando que saúdam o acordo, mas desde que respeite as regras do comércio internacional. Condicionaram seu apoio, pois desconfiam que o acordo signifique a construção da “Fortaleza América”, que se fecharia ao comércio mundial.
A expressão “Fortaleza América” é irônica e uma provocação aos EUA, que constantemente manifesta seu temor de que a UE significaria uma “Fortaleza Europa” fechada ao comércio mundial, tal o volume de medidas protecionistas (que protegem produtos locais, taxando fortemente os produtos estrangeiros).
Dentro dessa tendência de constituir blocos ou associações comerciais para vencer a crise econômica, a UE é o exemplo que está mais próximo de consolidar-se.


UNIÃO EUROPÉIA: UMA CLARA REALIDADE EM CONSOLIDAÇÃO

A liderança americana foi sofrendo uma erosão progressiva ao mesmo tempo que a economia capitalista mundial se tornava mais complexa e multipolarizada.
A reconstrução européia, impulsionada pelos dólares do Plano Marshall, apoiou-se no conceito de tamanho do mercado. Na nova economia capitalista mundializada, a fragmentação política européia representava um limite muito estrito para a expansão das empresas industriais financeiras do continente.
Esses limites foram sendo paulatinamente ultrapassados pela formação de organizações econômicas supranacionais.
A Europa já vinha de experiências anteriores, como a CECA – Comunidade Européia do Carvão e do Aço –, criada em 1951 e integrada pela antiga Alemanha Ocidental, França, Itália e os países de outra instituição de cooperação econômica, o Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo).
Em 1957, a então Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda assinaram o Tratado de Roma, criando o CEE – Comunidade Econômica Européia – ou MCE – Mercado Comum Europeu. Em 1973 entraram Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda. Em 1981, a Grécia e, em 1986, Portugal e Espanha.
O Tratado de Roma (MCE), tinha o ambicioso objetivo de suprimir todas as tarifas sobre circulação de mercadorias, serviços e capitais e todas as restrições à movimentação dos cidadãos no interior do espaço comunitário, criando uma União ou talvez um Superestado. Contudo, só nos anos 90, quase 30 anos após sua criação, foram dados os passos mais significativos nessa direção..
A Comunidade Européia (CE) nasceu no cenário bipolar da Guerra Fria, e cumpriu um papel essencial para hegemonia norte-americana sobre a Europa Ocidental. Entretanto, ela sobreviveu ao cenário geopolítico que lhe deu origem. A desagregação da União Soviética, a derrocada do socialismo na Europa e a reunificação alemã, processos ocorridos entre 1989 e 1991, redefiniram o papel da CE. Lastreada no sucesso econômico da Alemanha, a Europa comunitária emerge na ordem mundial pós-Guerra Fria como um dos mais poderosos blocos econômicos supranacionais, destinado a rivalizar com os Estados Unidos e com o Japão.
Em dezembro de 1991, na pequena cidade holandesa de Maastricht, deu-se o passo mais ambicioso no sentido da unificação. O Tratado de Maastricht substituiria o Tratado de Roma, a Comunidade Européia passou a ser denominada União Européia (UE).
O Tratado de Maastricht definiu os novos passos que deveriam ser dados rumo à integração econômica e política. Entrou em vigor em 1º de janeiro de 1993.

Entre os pontos principais estão os seguintes:
· unidade política: cria a figura do cidadão europeu. Esse cidadão poderá morar e trabalhar em qualquer país membro, assim como votar e candidatar-se em eleições municipais (um grego pode vir a ser prefeito numa cidade italiana, por exemplo) ou ao Parlamento europeu;
· união econômica e monetária: prevê a criação, em várias fases, de uma moeda única e um Banco Central único. A moeda única seria adotada em 1º de janeiro de 1997 – se não houvesse problemas de ajustes. De outro modo, será adotada de qualquer modo em 1º de janeiro de 1999;
· igualdade social: a comunidade compromete-se a diminuir as diferenças sociais nos padrões de vida dos povos dos países membros, através da canalização de recursos extras para os países pobres;
·área de interferência: a UE ganha autoridade para atuar em área como assuntos externos e de segurança, comércio, agricultura e pesca, transporte, meio ambiente, indústria, pesquisa e desenvolvimento, saúde, justiça, educação, proteção ao consumidor, energia e turismo.
Além disso, a UE nasceu junto com um amplo esforço de alargamento das fronteiras de integração, passando englobar, desde 1995, países que adotaram uma postura geopolítica de neutralidade durante a Guerra Fria: Suécia, Finlândia e Áustria. O seu poder de atração se manifesta tanto entre os países da Europa Oriental que fizeram parte do antigo bloco soviético como entre países da Europa Mediterrânea.
Embora seja este o melhor exemplo de grupo ou Bloco Econômico em funcionamento na atualidade, existem muitos assuntos pendentes, como o crescente desemprego, os grupos de reação à presença de imigrantes pobres em “seus” países, gerando sangrentos atentados ligados à xenofobia.
Além disso, a euforia inicial de conquista de mercados em todos os continentes, já fora abandonada.
Esta fugaz euforia colocou no poder governantes que preconizavam ao mundo uma política neoliberal, visando quebrar possíveis resistências que, por ventura, viessem existir em relação aos demais países do planeta, como a forte ex-Primeira Ministra inglesa Margareth Thatcher. Entretanto, essa política vem causando danos a várias camadas de países, tanto entre os subdesenvolvidos, quanto entre os desenvolvidos.
São os mega grupos empresariais ou mega investidores, como o estadunidense G. Soros, que estão passando a controlar a economia mundial e, por extensão, influenciando nas decisões de políticas internas de países pobres e ricos.
Ainda não existem regras claras, que limitem a ação individual sobre a coletiva. O Estado tende a ser minimizado, relegado a um plano secundário, em alguns casos, desmantelado.

JAPÃO: A ATUAÇÃO NA BACIA DO PACÍFICO

Assim como a Europa – e, em especial, a Alemanha –, o Japão emergiu da Segunda Guerra Mundial virtualmente arrasado. Nesse caso, a estratégia de reconstrução envolveu dois elementos básicos: a formação de poupança interna e a conquista dos mercados externos. Ao contrário da Europa, a trajetória da reconstrução japonesa realizou-se quase que à margem dos capitais americanos.
A capitalização dos conglomerados industriais apoiou-se no baixo custo da força de trabalho e na fragilidade do movimento sindical. Além disso, eles contaram com um imenso volume de poupança popular, garantido pela debilidade do sistema de previdência social e pela carência habitacional e canalizado para os investimentos empresariais por meio de um poderoso sistema financeiro. O consumo comprimido transformava-se em capital e o capital, em tecnologia. Vultuosos investimentos em educação (que já se encontrava como prioridade de governos nipônicos desde a chegada ao poder da Dinastia Meiji –1868-1912) fortaleceram a competitividade da economia japonesa.
A conquistas dos mercados externos apoiou-se numa política agressivamente exportadora, fundada na subvalorização do iene: produtos japoneses deveriam ser baratos fora do Japão, e produtos estrangeiro deveriam ser caros dentro do Japão. A força do dólar fez o resto. Na década de 60, o Japão começava a registrar saldos positivos no comércio com os Estados Unidos, enchendo as lojas americanas de relógios, carros, aparelhos de som e televisores. De exportador a investidor foi um pulo: logo, fábricas japonesas começaram a ingressar nos EUA. Na década de 70, a informática e microeletrônica assumiram a primazia entre as manufaturas de exportação. Foram ainda mais popularizadas com o advento da miniaturização da produção, o que reduzia os custos com matéria-prima e barateava o preço final, aumentando bruscamente as vendas.
O crescimento econômico japonês alastrou-se para muito além das fronteiras do arquipélago. A crise do petróleo dos anos 70 acelerou um amplo deslocamento de indústrias tradicionais – de consumo intensivo de trabalho e de energia – em direção à periferia do Japão, dinamizando o crescimento econômico do leste e do sudeste asiático (Coréia do Sul, Hong Kong, Formosa, atual Taiwan, Cingapura, Indonésia, Malaísia e Tailândia). O megabloco transnacional da Bacia do Pacífico começava a ganhar corpo.
A polaridade exercida por esse bloco atraiu até mesmo a Austrália, tradicional parceiro econômico da Europa Ocidental. Fruto da colonização de povoamento européia, a Austrália foi colônia Britânica e tornou-se depois membro da Comunidade Britânica. Nas últimas décadas, o Japão vem paulatinamente substituindo a Grã-Bretanha como principal parceiro comercial do país. Os vastos recursos minerais e as potencialidades agropecuárias transformaram a Austrália em uma promissora fronteira de recursos para o capitalismo japonês.
Desde a década de 70, mas com maior intensidade nos anos 80, as liberalizantes reformas ocorridas na China Popular abriram um novo espaço de desenvolvimento industrial na Bacia do Pacífico. Japão e Formosa assumiram a liderança das “Zonas Econômicas Especiais” criadas no litoral chinês com objetivo de atrair investimentos estrangeiros e diversificar as bases tecnológicas do país.
O bloco econômico liderado pelo Japão não tem estruturas institucionais oficiais. Apoia-se na rede de fluxos de capitais emanada da poderosa economia do arquipélago, que começa a transformar a Bacia do Pacífico numa zona econômica mais importante que o Atlântico Norte.
É certo que o Japão passou (e ainda sofre com as seqüelas deixadas) por crise econômica que vem se arrastando desde o início dos anos 90, pois reduziu sua base de maior lucratividade, que são as exportações, revertendo boa parte de sua produção para o mercado interno.
Vale ressaltar, também, a recente crise financeira que desbancara os famosos Tigres, mostrando a fragilidade de uma economia neoliberal, que não se protege das mazelas da globalização.
Contudo, este ainda é o espaço (Bacia do Pacífico) visto como o mais promissor no âmbito de produtividade e comércio no mundo.

O NAFTA: TODO ESFORÇO DOS EUA PARA A CRIAÇÃO DA ALCA

O término da Guerra Fria e a consolidação dos megablocos regionais na Europa e no Pacífico impuseram aos Estados Unidos uma revisão de sua inserção na economia mundial. A ampliação do tamanho dos mercados e a constituição de espaços econômicos supranacionais parecem definir as novas regras da competição em escala global. A potência americana se curvou a essas novas regras.
A Iniciativa para as Américas, lançada pelo Presidente George Bush em junho de 1990, se insere nesse contexto. Sem fixar prazos ou cronogramas rígidos, tentava estabelecer como meta a formação de uma zona de livre comércio em todo o continente americano – “do Ártico até a Terra do Fogo”.
A criação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, North American Free Trade Agreement) é a primeira das realizações concretas dessa estratégia. Assinado em agosto de 1992, esse tratado prevê a abolição progressiva das tarifas alfandegárias e a criação de um mercado comum entre o EUA, o México e o Canadá. As negociações de cada um dos parceiros do Nafta com outros países do continente podem, na prática, ampliar em futuro próximo a área de abrangência do acordo.
Tendo como vértice a economia americana, o Nafta integra em um mesmo um mesmo espaço econômico parceiros desiguais econômica, política e demograficamente, cujas as relações históricas com os Estados Unidos são bastantes diferenciadas. O Canadá apresenta economia desenvolvida e diversificada, baixo crescimento vegetativo e elevados níveis de vida. Entretanto, a prosperidade canadense oculta um alto grau de dependência do país com relação aos capitais e investimentos norte-americanos. O México, ao contrário, apresenta profundos desníveis sociais, forte crescimento vegetativo e intensos movimentos migratórios. Não por acaso, o Nafta prevê livre circulação de mercadorias e capitais, mas não de pessoas. O México oferece ao vizinho poderoso uma farta reserva de mão-de-obra barata e imensa potencialidades naturais.
Os EUA tiveram que se adaptar às novas faces das relações globalizadas do mundo atual, em que a economia e a política pesam mais que o poderio militar – embora este ainda tenha lá suas vantagens. Cortou gastos, reduziu a força militar, encolheu sua máquina de guerra e trocou de governo. Havia cerca de 50 anos que os EUA era governado por Republicanos, conservadores em essência, beligerantes e megalomaníacos em atitudes. Mudou-se radicalmente para um governo sob a liderança de Bill Clinton, do partido Democrata, que investiu na abertura de novos empregos, reduzindo a participação na política mundial e cuidando mais da economia e interesses internos, em seus dois mandatos, atravessando os anos 90.
Todavia, os EUA passaram a ver o crescimento da influência da União Européia e do Japão sobre uma área tradicionalmente coberta pela sua hegemonia – a América Latina.
Clinton procurou acelera a unificação total do continente sob a égide de “um só mercado para as Américas”, mas acabou vendo suas pretensões esbarrarem em miniblocos locais. O Mercosul tornou-se o principal empecilho aos planos dos EUA.

EXERCÍCIOS


01.(NEWTON PAIVA)

O processo de unificação econômica da Europa Ocidental foi marcado pela criação de uma sucessão de organizações econômicas que começaram a surgir a partir dos anos 40. Estas iniciativas culminaram com a assinatura do Tratado de Maastrich, que prevê a unificação monetária e a formação de um único bloco entre 1997 e 1999.
Indique a alternativa em que aparecem apenas países que participaram do Tratado de Maastrich.

a) França, Alemanha, Inglaterra e Itália.
b) Rússia, Polônia, Hungria e Albânia.
c) Rússia, Alemanha, Inglaterra e Suíça.
d) Japão, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra.
e) Inglaterra, Grécia, Itália e Bulgária.
02.(UFLA) São afirmativas verdadeiras sobre o Mundo Contemporâneo, EXCETO:
a) Os conflitos étnicos têm aumentado em todas as parte do mundo, principalmente na Europa, África e Ásia.
b) Novos países surgiram na Europa e na Ásia com o desmembramento da União Soviética.
c) As diversas populações mundiais têm sido favorecidas igualmente com os avanços tecnológicos.
d) Blocos econômicos estão se formando nos diversos continentes com o objetivo de defenderem os interesses regionais.
e) Na América Latina os governos ditatoriais dão lugar a governos democráticos, na maioria dos países.


03.(FUMEC) A crescente diferenciação entre o Norte desenvolvido e o Sul empobrecido tende a se agravar mais nesse final de século. Por isso o temor, nos países ricos, de uma invasão de imigrantes é crescente, sendo comum eles se referirem a esses imigrantes como os novos “bárbaros do sul”.(Vicentino, Cláudio & outro, O mundo atual - SP. Scipione, p.30)
Essa crescente aversão aos estrangeiros tem apresentado formas radicais de extremismo, de intenso caráter racista.
Entre as ações racistas, ocorridas em países considerados do Primeiro Mundo, destaca-se os:
a) skinheads – neonazistas, na Alemanha.
b) stalinistas, na Rússia.
c) palestinos, no Oriente Médio.
d) sandinistas, na Nicarágua.
e) sérvios, na antiga Iugoslávia.

04.(UFOP) Leia a frase abaixo.
“Na Copa do Mundo de 2006, um turista americano poderá comprar em Paris uma bola de futebol de marca alemã fabricada no Paquistão e importada por uma empresa italiana administrada por gerentes de diversas nacionalidades, dentre elas a brasileira.”
O fenômeno apresentado descreve uma ordem econômica conhecida como:
a) globalização.
b) internacionalização.
c) massificação.
d) monopolização.
e) nacionalização.

05.(UFJF) Das alternativas abaixo, assinale aquela que se identifica com os princípios da ideologia neoliberal:
a) maior intervenção do Estado na economia;
b) proteção dos mercados nacionais através da regulamentação econômica;
c) abertura da economia ao mercado externo e proteção interna ao salário do trabalhador;
d) impedimento à participação política das camadas populares;
e) transnacionalização de mercados, abertura da economia e ausência de regulamentação econômica.

Tipos de poluição

Poluição
  1. Poluição é o termo empregado para designar a deterioração das condições físicas, químicas e biológicas de um ecossistema, que afeta negativamente a vida humana e de espécies animais e vegetais. A poluição modifica o meio ambiente, ou seja, o sistema de relações no qual a existência de uma espécie depende do mecanismo de equilíbrio entre processos naturais destruidores e regeneradores.
  2. Poluição da água
    Considera-se que a água está poluída quando não é adequada ao consumo humano, quando os animais aquáticos não podem viver nela, quando as impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso recreativo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação industrial.
    Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas costeiras, quando em alta concentração. A matéria orgânica transportada pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos, nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países, entre eles o Brasil.
    Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos microrganismos e a conseqüente redução da taxa de oxigênio nos rios, lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrantes, que se incorporam à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhecidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.
    Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em vazamentos de poços petrolíferos submarinos. Uma vez no mar, a mancha de óleo, às vezes de dezenas de quilômetros, se espalha, levada por ventos e marés, e afasta ou mata a fauna marinha e as aves aquáticas. O maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na incorporação de substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos que servem de alimento ao homem. Exemplo desse tipo de intoxicação foi o ocorrido na cidade de Minamata, Japão, em 1973, devido ao lançamento de mercúrio no mar por uma indústria, fato que causou envenenamento em massa e levou o governo japonês a proibir a venda de peixe. A poluição marinha tem sido objeto de preocupação dos governos, que tentam, no âmbito da Organização das Nações Unidas, estabelecer controles por meio de organismos jurídicos internacionais.
    A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no Brasil, em especial em rios como o Tietê, no estado de São Paulo, e o Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.
  3. Poluição do solo
    A poluição pode afetar também o solo e dificultar seu cultivo. Nas grandes aglomerações urbanas, o principal foco de poluição do solo são os resíduos industriais e domésticos. O lixo das cidades brasileiras, por exemplo, contém de setenta e a oitenta por cento de matéria orgânica em decomposição e constitui uma permanente ameaça de surtos epidêmicos. O esgoto tem sido usado em alguns países para mineralizar a matéria orgânica e irrigar o solo, mas esse processo apresenta o inconveniente de veicular microrganismos patogênicos. Excrementos humanos podem provocar a contaminação de poços e mananciais de superfície. Os resíduos radioativos, juntamente com nutrientes, são absorvidos pelas plantas. Os fertilizantes e pesticidas sintéticos são suscetíveis de incorporar-se à cadeia alimentar.
    Fator principal de poluição do solo é o desmatamento, causa de desequilíbrios hidrogeológicos, pois em conseqüência de tal prática a terra deixa de reter as águas pluviais. Calcula-se que no Brasil sejam abatidos anualmente trinta mil quilômetros quadrados de florestas, com o objetivo de obter madeira ou áreas para cultivo.
    Outra grande ameaça à agricultura é o fenômeno conhecido como chuva ácida. Trata-se de gases tóxicos em suspensão na atmosfera que são arrastados para a terra pelas precipitações. A chuva ácida afeta regiões com elevado índice de industrialização e exerce uma ação nefasta sobre as áreas cultivadas e os campos em geral.
  4. Poluição sonora
    O som também se revela poluente, sobretudo no caso do trânsito urbano. O ruído máximo tolerável pelo homem, sem efeitos nocivos, é de noventa decibéis (dB).Diversos problemas de saúde, inclusive a perda permanente da audição, podem ser provocados pela exposição prolongada a barulhos acima desse limite, excedido por muitos dos ruídos comumente registrados nos centros urbanos, tais como o som das turbinas dos aviões a jato ou de música excessivamente alta.
    No Brasil, além dos despejos industriais, o problema da poluição é agravado pela rápida urbanização (três quartos da população do país vivem nas cidades), que pressiona a infra-estrutura urbana com quantidades crescentes de lixo, esgotos, gases e ruídos de automóveis, entre outros fatores, com a conseqüente degradação das águas, do ar e do solo. Já no campo, os dois principais agentes poluidores são as queimadas, para fins de cultivo, pecuária ou mineração, e o uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações. Tais práticas, além de provocarem desequilíbrios ecológicos, acarretam riscos de erosão e desertificação.
  5. Poluição visual
    Dá-se o nome de poluição visual ao excesso de elementos ligados à comunicação visual (como cartazes, anúncios, propagandas, banners, totens, placas, etc) dispostos em ambientes urbanos, especialmente em centros comerciais e de serviços. Acredita-se que, além de promover o desconforto espacial e visual daqueles que transitam por estes locais, este excesso enfeia as cidades modernas, desvalorizando-as e tornando-as apenas um espaço de promoção do fetiche e das trocas comerciais capitalistas. Acredita-se que o problema, porém, não é a existência da propaganda, mas o seu descontrole. A poluição visual degrada os centros urbanos pela não coerência com a fachada das edificações, pela falta de harmonia de anúncios, logotipos e propagandas que concorrem pela atenção do espectador, causando prejuízo a outros, etc. O indivíduo perde, em um certo sentido, a sua cidadania (no sentido de que ele é um agente que participa ativamente da dinâmica da cidade) para se tornar apenas um espectador e consumidor, envolvido na efemeridade dos fenômenos de massas. A profusão da propaganda na paisagem urbana pode ser considerada uma característica da cultura de massas pós-moderna.
    Certos municípios, quando tentam revitalizar regiões degradadas pela violência e pelos diversos tipos de poluição, baixam normas contra a poluição visual, determinando que as lojas e outros geradores desse tipo de poluição mudem suas fachadas a fim de tornar a cidade mais harmônica e bonita aos olhos.