segunda-feira, 26 de julho de 2010

Exerícicio de Filosofia/Sociologia para o 3º Ano - recuperação

1 - Partindo do significado grego de política, por que é considerado correto não nos abstermos de praticá-la?
A palavra política vem do grego “polis”. Nesse sentido, a política está representada através da atuação do povo, ou moradores de uma cidade no sentido de participarem de sua administração, isto é, de seu governo. Assim, não devemos nos abstermos de praticá-la pois não é correto dizer que nada temos a ver com a política e de que ela não faz parte da vida do povo. No sentido mais original de política, ela não deve ser encarada como uma coisa externa e desligada de nós, mas, ao contrário, ela deve ser tomada como uma atividade inerente a qualquer pessoa que participe de uma sociedade.“A finalidade da política é o bem comum”

2 - A ação política, porém, não é exclusividade de alguns indivíduos especiais, tais como reis, presidentes e parlamentares. Desde as revoluções burguesas do século XVIII, os súditos aspiram a ser cidadãos, ainda que, em um primeiro momento, se tratasse de um privilégio de segmentos de maiores posses. À medida que se estendem as prerrogativas de cidadania, cada cidadão (filho da cidade) deveria conquistar participação efetiva. Esta, em absoluto, não se restringe ao exercício do voto, que é apenas um dos instrumentos da cidadania na sociedade democrática.
ARANHA, M.L.A e MARTINS, M.H.P. Temas de filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005. p. 259.
Cite pelo menos duas prerrogativas da cidadania.
Dentre outras, a participação na vida política pública, o acesso à justiça e a liberdade de expressão são prerrogativas da cidadania. “Desde as revoluções burguesas do século XVIII, os súditos aspiram a ser cidadãos, ainda que, em um primeiro momento, se tratasse de um privilégio de segmentos de maiores posses”.


3 - Dizemos, portanto, que a concepção política de Platão é aristocrática, pois supõe que a grande massa de pessoas é incapaz de dirigir a cidade e que apenas uma pequena parcela de sábios está apta para exercer o poder político. Aristocracia (do 8grego aristoi = melhores, e cracia = poder) é a forma de governo em que o poder é exercido pelos “melhores”, que, na proposta de Platão, seriam uma elite (do latim eligere = escolhido) que se distinguiria pelo saber. Trata-se, portanto, de uma “aristocracia do espírito”, que não está baseada no poder econômico.
COTRIM, G. Fundamentos da filosofia. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 272.
Tomando o texto como referência, qual a diferença que há entre a concepção política ateniense do século V a.C. e a concepção platônica?
A concepção política existente em Atenas no século V a.C. era a da democracia, na qual todos os cidadãos (homens atenienses maiores de 21 anos) tinham o direito e o dever de participar do governo da pólis. A concepção política de Platão contraria a democracia ateniense, como é possível identificar no texto, pois aponta que o governo de uma pólis deveria restringir-se a poucos, na verdade, apenas aos filósofos. É importante ressaltar que Platão se desiludiu com a democracia ateniense após a condenação de Sócrates à morte, em 399 a.C.

4 - Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap., XVIII, p.101-102.
O governante consegue se impor apenas pela força? Justifique sua resposta.
De acordo com as palavras de Maquiavel citadas no texto, podemos perceber que o governante não conseguirá se impor apenas e tão-somente pela força, o que implica que ele tenha a habilidade de saber quando empregá-la e quando utilizar-se de outros argumentos, se necessários, como a lei, por exemplo. Mais uma vez, a questão gira em torno da virtú, ou seja, saber reconhecer o momento certo, ou seja, “jogar com as cartas adequadas”.

5 - (ENEM - adaptado)Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada.
Dentre outras tendências que dialogam com as idéias de Hobbes, destaca-se a definida pelo texto abaixo.
Nem todas as guerras são injustas e, correlativamente, II. nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é um desvalor e a paz nem sempre um valor.
BOBBIO, N. MATTEUCCI, N. PASQUINO, G. Dicionário de política, 5ª ed. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.
Comparando as idéias de Hobbes (texto I) com a tendência citada no texto II,o que podemos concluir?
O texto sobre Hobbes afirma que a paz só existe no estado civil, isto é, naquela sociedade que abandona o estado de guerra permanente por meio do pacto social, o texto do Dicionário de Política coloca a guerra como uma ação relativa, evidenciando, assim, a idéia de que em alguns momentos ela pode ser necessária.

6 - (ENEM- adaptada) O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente de pensamento.
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
Coleção Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
Segundo Locke, por que é necessário a criação do governo civil?
Locke afirma ser necessária a criação do governo civil pelos seres humanos com vistas à “mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que ele chama de propriedade.”

7 - No início do século XIX, o naturalista alemão Carl von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (...). Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.
Carl von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982.
Que nome se dá a essa atitude de Von Martius? Justifique.
A atitude de Von Martius é típica do etnocentrismo adotado por milhares de europeus a partir do século XVI, colocando sua cultura como superior e desprezando, na maioria das vezes, a cultura do “outro”, do “não europeu”.

8 - (UFPA/PSS) É comum, nos mais diversos contextos sociais, ouvirem-se expressões negativas fazendo referência a pessoas negras, a exemplo de “Negro quando não suja na entrada, suja na saída”.
Diferencie preconceito de racismo.
O racismo pode ser distinguido do preconceito por uma série de características. O racismo repousa sobre uma crença na distinção natural entre os grupos, ou melhor, envolve uma crença naturalizadora das diferenças entre os grupos, pois se liga à idéia de que os grupos são diferentes porque possuem elementos essenciais que os fazem diferentes, ao passo que o preconceito não implica na essencialização ou naturalização das diferenças. Outra diferença entre racismo e preconceito é de que o racismo, diferentemente do preconceito, não existe apenas a um nível individual, mas também a nível institucional e cultural. Isto é uma conseqüência do fato de o racismo englobar os processos de discriminação e de exclusão social, enquanto que o preconceito permanece normalmente como uma atitude.

9 - (ENEM) Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como “nas casas das roças despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora”. Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham, descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros “lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar”. Aluísio Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe “sem talher, à mão”.
O que é sincretismo?
Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais).O Brasil é resultado da fusão de três grandes culturas: a ameríndia, a africana e a europeia. Além da culinária, podemos ressaltar também o sincretismo religioso, muito forte até hoje na região da Bahia.

10 - Em Antropologia e funcionalismo,qual é a diferença fundamental entre o funcionalismo e o evolucionismo?
O funcionalismo centra suas análises na diversidade cultural, o que o afasta da visão etnocentrista ou eurocentrista, ao contrário dos evolucionistas. Outra diferença básica está no método de trabalho: enquanto os evolucionistas fizeram a “antropologia de gabinete” e usaram o método comparativo, os funcionalistas primaram pela “observação participante”.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Avaliação de sociologia e filosofia 1º ano EM

01 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) nas inferências rela¬cionadas às características da atividade filosófica:
( ) A filosofia é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica fundamental é o uso de ar¬gumentos lógicos.
( ) Os filósofos analisam e clarificam conceitos.
( ) Os filósofos ocupam-se de questões acerca da religião, da política, da arte, dentre outras, que podemos chamar vagamente “o sentido da vida”.
( )A filosofia é uma ciência da mesma forma que a biologia.
( )A radicalidade, a particularidade e a visão de conjun¬to são características fundamentais da reflexão filosófica.
Marque a alternativa que apresenta a seqüência correta de cima para baixo:

a) V, V, V, V, F
b) V, V, V, F, V
c) F, F, V, V, F
d) V, F, V, V, F
e) V, V, V, F, F

A proposição 4 é falsa, pois há diferença entre o conheci¬mento filosófico e o científico, apesar de a ciência ter surgido como consequência do desenvolvimento filosófico. A propo¬sição 5 é falsa, pois a particularidade não é uma característi¬ca do conhecimento filosófico, mas sim do científico.

02 - Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles? VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Consi¬derando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.
a) A verdade do mito obedece a critérios científicos de comprovação.
b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimen¬to lógico-analítico para estabelecer suas verdades.
c) As explicações míticas constroem-se de maneira argu¬mentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.
e) A verdade do mito obedece a regras universais do pen¬samento racional, tais como a lei de não-contradição.

O mito não é necessariamente um pensamento racio¬nal e lógico, já que contém muita fantasia, imaginação e crença. Porém, trata-se de uma visão de mundo e deve ser entendido enquanto tal.

03 - Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento. Platão, Fédon. Brasília: UnB, 2000, p. 66.
Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta.
a) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si.
b) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de quem a ela se dedica para obtê-la.
c) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem.
d) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como demonstram, claramente, a Alego¬ria da Caverna e o texto acima.

Segundo Platão, o desejo de alcançar a luz do conhe¬cimento (filosofia) deve ser do próprio homem; é ele quem deve romper a barreira das sombras, da ignorância, a fim de buscar a verdade no mundo das ideias.

04 - De acordo com a filosofia de Aristóteles, considere o trecho a seguir e marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou (SO) sem opção.
Diferente de seus predecessores, Aristóteles considera que a essência verdadeira das coisas naturais e dos seres humanos e das suas ações não está em um mundo inteligível, separado do mundo sensível, onde as coisas naturais existem e onde vivemos. As essências, diz Aristóteles, estão nas próprias coi¬sas, nos próprios homens e nas suas ações e é a tarefa da filosofia conhecê-las ali mesmo onde existem e acontecem. Como conhecê-las? Partindo das sensações para alcançar a intelecção.CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2002. p. 217
1.(F) Segundo Aristóteles, as essências das coisas são meras ficções do pensamento, expressas em palavras, uma vez que no mundo real só existem seres singulares.
2.(V) Um dos predecessores de Aristóteles de que fala o texto de Platão.
3.(V) O conhecimento de idéias gerais se faz por abs¬tração: a partir das realidades singulares, o pensamento identifica o que há de universal nelas.
4.(F) Somente os seres humanos possuem essência, que é a sua alma.

A primeira proposição é falsa, pois, para Aristóteles, como o próprio texto afirma, a essência das coisas e do homem está contida nas próprias coisas e no próprio ho¬mem, daí a necessidade de se reconhecer a importância dos sentidos. A quarta proposição também está errada por dois motivos: segundo Aristóteles, tudo no mundo possui sua essência, sua finalidade; além disso, a essência humana não é necessariamente a sua alma, como queria Platão.

05 - (UFU-MG) No que diz respeito a todas as coisas que com¬preendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente, e este é o Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior, isto é: a virtude incomutável de Deus, a sempiterna sabedoria, que toda alma racional consulta, mas que se revela a cada um quanto é per¬mitido pela sua própria boa ou má vontade. Agostinho, Do Mestre, XIV. Citado em: INÁCIO, I. C. e LUCA, T.R. O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74.
O trecho acima, de Santo Agostinho (354-430), mos¬tra como esse pensador concebia o processo de aquisição do conhecimento verdadeiro. Após ler esse texto, marque para as afirmativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou (SO) sem opção.
(F) Para conhecer verdadeiramente, o homem precisa somente conhecer a Bíblia.
(V) Para elaborar a doutrina da iluminação divina, Agostinho combinou elementos da fé cristã com elementos da filosofia de Platão.
(V) Segundo a doutrina da iluminação, os ser humano é incapaz de conhecer a verdade usando tão somente a força da razão natural.
(F) Santo Agostinho rejeitou, em suas obras, qualquer possibilidade de compreensão racional dos mistérios da fé cristã.

De acordo com Santo Agostinho, o verdadeiro conheci¬mento advém de Cristo, que habita o interior de cada ser humano, o que anula a primeira proposição. Ainda segundo esse filósofo-teólogo, a razão é um instrumento a serviço da fé, ou seja, um meio para se chegar aos mistérios da fé cristã, o que ressalta, portanto, a sua importância.

06 - Quanto ao conceito de indústria cultural, é correto afirmar:
I - A indústria cultural produz bens cultu¬rais como mercadorias.
II - O objetivo da indústria cultural é esti¬mular a capacidade crítica dos indivíduos.
III - A indústria cultural cria a ilusão de fe¬licidade no presente e elimina a dimensão crítica.
IV - A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe dar tempo para pensar sobre as condições de exploração em que vive.

Assinale a alternativa correta.

a) II, III e IV estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas.
e) II e III estão corretas.
Ao contrário, os jornais, as revistas, o rádio, a televi¬são, o cinema, e hoje a internet servem como veículos de propagação da indústria cultural e esta faz cada vez mais uso dos anúncios pu¬blicitários, para criar o desejo de consumo e não fazer o indivíduo pensar, escolher por si mesmo. É por essa razão que empregaremos o termo indústria cultu¬ral. Esta indústria incentiva o consumo de uma cultura padronizada na forma de idéias, gostos, hábitos, formas de vestir e tudo o que faz parte da cultura.


07 - Relacionando democracia e meios de co¬municação de massa, aponte a alternativa correta.
a) Não há qualquer relação entre a atuação da imprensa e a defesa dos interesses de classe dos proprietários dos meios de produção e dos meios de comunicação de massa.
b) A concentração da propriedade de emissoras de rádio, televisão, jornais e editoras nas mãos de grupos empresariais restritos revelam como, numa sociedade democrática, as pessoas dotadas de com¬petência e competitividade obtêm suces¬so econômico.
c) A concentração da propriedade dos meios de comunicação nas mãos de certos gru¬pos empresariais tende a lhes proporcio¬nar maior capacidade tecnológica para fazer circular, democraticamente, as informações, funcionando, assim, como garantia do exercício da cidadania.
d) Não passa de um mito a afirmação segun¬do a qual os meios de comunicação de massa são porta-vozes dos interesses da coletividade, já que, no fundo, eles estão subordinados à lógica do capital que do¬mina o mundo da mercadoria.

Não podemos ser ingênuos a ponto de ignorar que esses veículos de comunicação, além de transmitirem diversão e informação, afirma¬m e consolidam ideologias e criam necessidades e hábitos de consumo.

Comunicação
Sigo o anúncio e vejo/Em forma de desejo o sabonete/ Em forma de sorvete acordo e durmo/ Na televisão/ Creme dental, saúde, vivo num sorriso o paraíso/ Quase que jogado, impulsionado no comercial/ Só tomava chá/ Quase que forçado vou tomar café/ Ligo o aparelho vejo o Rei Pelé/ Vamos então repetir o gol/ E na rua sou mais um/ cosmonauta patrocinador/ Chego atrasado, perco o meu amor/ Mais um anúncio sensacional/Ponho um aditivo dentro da panela, a gasolina/ Passo na janela, na cozinha tem mais um fogão/ Tocam a campainha, mais uma pesquisa e eu respondo/ Que enlouquecendo já sou fã do comercial... Edson Alencar e Hélio Matheus

08 - Faça a relação entre indústria cultural e consumo.
A indústria cultural estimula o consumo por meio de propagandas que transmitem ide¬ais de felicidade, satisfação e sucesso.

09 - Considerando a canção apresentada, de que maneira a indústria cultural direciona os hábitos e modifica a cultura dos indivíduos?
O direcionamento, a criação e a aquisição de hábitos e a mudança de padrões culturais são exeqüíveis por meio do uso dos meios de comunicação de massa, aliados aos recursos tecnológicos, que lançam maciças e atrativas campanhas publicitárias.

10 - Considere os fragmentos: Só tomava chá / quase que forçado vou tomar café. Diga o que você entendeu.
A insistência da propaganda e dos ideais nela veiculados condicionaram, à força, a mudança do hábito de se tomar chá para se tomar café.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Prova de sociologia e filosofia 2º e 3º ano

01 - (UFU-MG) Em sua obra Da divisão do trabalho social, Émile Durkheim explicita a noção de um “estado de anomia” que seria vivenciado pela sociedade, em sua totali¬dade ou parcialmente, em determinadas circunstâncias. Considere os exemplos abaixo e assinale a única alterna¬tiva que não é relacionada por Durkheim a uma situação anômica.
A) As falências, na sociedade industrial, como efeito dos desajustes das funções da economia.
B) O conflito entre o capital e o trabalho, como resul¬tado da inexistência ou inoperância das leis e regula-mentos.
C) A exagerada especialização da pesquisa científica, le¬vando à atomização e consequente ruptura da solidarie¬dade.
D) A ação das forças policiais, na sociedade moderna, vi¬sando combater a ação dos criminosos.

O fato de as forças policiais combaterem a ação dos cri¬minosos não corresponde a uma anomia, mas exatamente o contrário, pois, ao combater aqueles que não seguem a lei, a polícia ajuda a manter a ordem social.

(UFU-MG) No que diz respeito a todas as coisas que com¬preendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente, e este é o Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior, isto é: a virtude incomutável de Deus, a sempiterna sabedoria, que toda alma racional consulta, mas que se revela a cada um quanto é per¬mitido pela sua própria boa ou má vontade.Agostinho, Do Mestre, XIV. Citado em: INÁCIO, I. C. e LUCA, T.R.
O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74.
O trecho acima, de Santo Agostinho (354-430), mos¬tra como esse pensador concebia o processo de aquisição do conhecimento verdadeiro. Após ler esse texto, marque para as afirmativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa JUSTIFICANDO AS FALSAS.
2 ( F ) Para conhecer verdadeiramente, o homem precisa somente conhecer a Bíblia.
De acordo com Santo Agostinho, o verdadeiro conheci¬mento advém de Cristo, que habita o interior de cada ser humano, o que anula a primeira proposição.
3- ( V ) Para elaborar a doutrina da iluminação divina, Agos¬tinho combinou elementos da fé cristã com elementos da filosofia de Platão.

4 - ( V ) Segundo a doutrina da iluminação, os ser humano é incapaz de conhecer a verdade usando tão somente a força da razão natural.

5 - (F ) Santo Agostinho rejeitou, em suas obras, qualquer possibilidade de compreensão racional dos mistérios da fé cristã.
Ainda segundo esse filósofo-teólogo, a razão é um instrumento a serviço da fé, ou seja, um meio para se chegar aos mistérios da fé cristã, o que ressalta, portanto, a sua importância.

6 - (ENEM) Considere os textos abaixo.
(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empe¬nhados no campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé. Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da Igreja Católica sobre as relações entre fé e razão, 1998.
As verdades da razão natural não contradizem as verda¬des da fé cristã. São Tomás de Aquino, pensador medieval.
Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que:
A) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de São Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas.
B) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino, pois este colocava a razão natural acima da fé.
C) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encí¬clica de João Paulo II.
D) o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem relação com o pensa¬mento filosófico.
E) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão.

Os dois textos apontam na direção de conciliar a fé com razão, um tipo de pensamento característico da filosofia cristã.

7. Embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, através de um exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limi¬tes muito reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e pela experiência. HUME. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 36.
De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hume:
A) os sentidos e a experiência estão confinados dentro de limites muito reduzidos.
B) todo conhecimento depende dos materiais forneci¬dos pelos sentidos e pela experiência.
C) o espírito pode conhecer as coisas sem a colabora¬ção dos sentidos e da experiência.
D) a possibilidade de conhecimento é determinada pela liberdade ilimitada do pensamento.
E) para formar as ideias, o pensamento descarta os materiais fornecidos pelos sentidos.

O filósofo empirista David Hume entende que o verda¬deiro conhecimento só pode ser adquirido por meio das ex¬periências e dos sentidos, ao contrário dos racionalistas.

8 - Qual é a diferença básica entre o racionalismo e o empirismo?
A diferença básica está relacionada à teoria do conhe¬cimento, ou seja, como o saber é produzido. Enquanto os racionalistas acreditam na existência de ideias inatas ao homem, os empíricos afirmavam que o saber sempre tem origem nos sentidos humanos.

9 - A primeira corrente teórica sistematizada de pensamento sociológico foi o positivismo que teve como um de seus representantes o pensador francês Auguste Comte. Ele identificou na sociedade dois movimentos vitais: o estático e o dinâmico. Sobre esses movimentos, é correto afirmar que:
A) o movimento dinâmico é responsável pela conservação dos elementos permanentes de toda organização social.
B) as instituições que mantêm o equilíbrio e garantem a harmonia da sociedade seriam responsáveis por seu movi¬mento dinâmico.
C) o princípio dinâmico do progresso deve estar subordi¬nado ao princípio estático da ordem.
D) o movimento estático representa a passagem para for¬mas mais complexas de organização econômica da socie¬dade.
E) os movimentos revolucionários devem ser mantidos, pois não comprometem a ordem estabelecida e o progresso.

Para o positivismo de Comte, a ordem e o progresso cor¬respondem a movimentos que são vitais para o bom funcio¬namento das sociedades humanas.

10 - (UFPA/PSS) Para o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), os fatos sociais são:
A) leis e fenômenos psíquicos transmitidos para os indiví¬duos na forma de códigos secretos.
B) comportamentos e condutas sociais criados diretamen¬te pelos indivíduos.
C) normas sociais dispensáveis à conduta dos indivíduos.
D) ações individuais que orientam as condutas coletivas, voltadas para a organização da sociedade.
E) regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade e controlam as ações individuais.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Correção dos exercícios 9º ano -África

Atividade 33 - A África do Sul e o Apartheid

1 - Alternativa A

2. na África do Sul, 27 milhões eram negros, dos quais, mais da metade estava distribuída pelos dez bantustões criados pelo governo de Pretória: seis autônomos e quatro proclamados independentes.
a) O que eram bantustões e por que foram a) criados?
Bantustões eram reservas territoriais criadas na África do Sul, para abrigar os diferentes grupos étnicos. Sua criação visava a privar a maioria negra de qualquer direito nacional e a preservar a mão-de-obra abundante e barata.
b)Por que as autoridades sul-africanas persistiam nesta política territorial não reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas)?
Essa política, cujo horizonte era a independência de todos os bantustões, constituiu uma alternativa da elite branca, ao voto universal, e terá, por conseqüência, o estabelecimento de um governo representado pela maioria populacional negra.

3 - Sobre a África do Sul, responda ao que se pede.
Quais os fatores que favoreceram a exa) pansão industrial?
A existência de reservas minerais, especialmente ouro, diamante, cobre, ferro, manganês, platina e carvão mineral, e a ocorrência de um grande potencial hidráulico no rio Orange.
b) Quais as áreas de concentração industrial?
As indústrias se concentram nos centros urbanos, principalmente na cidade de Cabo, Durban e Port Elizabeth, onde se localiza grande parte da população.
c) Qual o setor industrial que mais se destaca?
As indústrias ligadas ao setor metalúrgico.

4 - Alternativa B

5 - Alternativa C
6 - A política do apartheid foi um feito histórico que marcou a África do Sul e deixou muitas marcas recentes nesse país. É comum falar em “apartheid social”. O que significa essa terminologia e quais as referencias à política sul-africana?
O “apartheid” social é muito usado para designar a exclusão a que uma parcela da população mundial é submetida pelas condições de miséria em que vive. A referência à política sul-africana é que as pessoas são, pelas condições socioeconômicas que possuem, discriminadas de forma semelhante ao que a política do apartheid determinava.

7 - Alternativa D

Atividade 34 - Os conflitos africanos - Exercícios de Aplicação

1 - Explique por que os conflitos internos nos países africanos se intensificaram nos anos 1990, com o fim da Guerra Fria.
reCom
o fim da Guerra Fria, o alinhamento político com os países africanos não interessava mais às superpotências. Assim, os antigos aliados das superpotências perderam poder, incentivando os adversários (clãs) a lutarem pelos espaços perdidos durante a Guerra Fria.

2 - Explique por que, no “chifre da África”,os conflitos mais graves foram na Etiópia ?
A Etiópia, além de arcar com as implicações decorrentes das lutas contra a Somália e de uma prolongada seca em seu território, teve de enfrentar um conflito interno que terminou em 1993, com a independência da Eritréia.

3 - Alternativa D
4 - Alternativa E

5 - Explique as características gerais dos conflitos que ocorreram em Angola e Moçambique e suas implicações gerais para os países.
Tanto em Angola quanto em Moçambique, após a independência, os grupos que lutaram passaram a disputar o poder entre si, dando início à guerra civil. Atualmente, os dois países encontravam-se em situação de extrema pobreza.

6 - Quais os grupos étnicos envolvidos nos conflitos em Ruanda? Quais fatores relacionados ao processo colonial aumentaram a rivalidade entre os dois grupos?
Em Ruanda e Burundi, hutus e tutsis lutam pelo poder. A rivalidade entre os dois grupos aumentou durante a colonização, porque os colonizadores belgas e alemães colocaram no poder a maioria tutsi, desagradando a maioria hutu.

7 - Alternativa C