O território de Minas Gerais é constituído de uma grande proporção de terras altas, as que acompanham planaltos e chapadas. Em decorrência, surge um relevo bastante acidentado, com a predominância de significativas elevações.
Do centro para o norte, destaca-se o Maciço do Espinhaço com importantes serras como as do Curral, da Piedade, do Caraça, do Itacolomi, de Ouro Branco, do Itabirito, do Mascate, da Moeda e a do Rola Moça, todas na região denominada Quadrilátero Ferrífero. Mais ao norte, ainda no mesmo Maciço, destacam-se as serras do Cipó e do Itambé. Convém lembrar que o Maciço do Espinhaço termina na Bahia, com o nome de Chapada Diamantina.
Em direção ao sul do Estado, encontra-se o Campo das Vertentes, onde se destacam as serras do Lenheiro e de São José. Fazendo divisa natural entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, está a imponente Serra da Mantiqueira, memória viva da colonização mineira, através da Estrada Real. Numa de suas importantes ramificações, está o Parque Nacional do Itatiaia, na divisa com o Rio de Janeiro, onde se sobressai o Pico das Agulhas Negras, com seus 2.787 metros de altitude. Na divisa entre os três estados, estão o Pico da Gomeira, com 2.068 m, e o dos Três Estados, com 2.665 m. Na divisa com São Paulo, está o Pico Pedra do Selado com altitude de 2.082 metros.
Localizada entre Minas Gerais e Espírito Santo, a Serra do Caparaó é a mais alta do Estado. O destaque está para o surpreendente Pico da Bandeira, com seus 2.890 metros de altitude, seguido pelo Pico do Cristal, com 2.780 m, e pelo Pico do Calçado, com 2.766 m. O Pico da Bandeira é o terceiro mais alto do país, precedido apenas pelo Pico da Neblina, com 3.014 m, e pelo Pico 31 de Março, com 2.992 m, ambos na Serra do Imerí, no Estado do Amazonas.
A sudoeste do Estado, ressalta-se a beleza da Serra da Canastra. Preservando um dos mais ricos ecossistemas de Minas e a nascente do Rio São Francisco, foi implantado ali o Parque Nacional da Serra da Canastra. Mais ao norte, a Serra da Mata da Corda complementa o belo cenário proporcionado pela geografia regional.
Todas essas serras são importantes, tanto historicamente quanto no contexto econômico e turístico. Contudo, não se pode deixar de mencionar a Chapada do Espigão Mestre, à noroeste, na divisa de Minas com Goiás, mesmo que ainda inexplorada turisticamente.
O clima de Minas Gerais pode ser definido como ameno e agradável. Nunca experimenta variações extremas tão comuns em outras regiões do País, nem mesmo nos pontos que sofrem as maiores incidências.
Das secas prolongadas no tropical semi-árido às temperaturas mais baixas no tropical de altitude, passando pelos verões chuvosos do tropical semi-úmido, não sofre alterações significativas que o levem a extremos exagerados.
Clima
Três são os tipos básicos de clima que ocorrem em Minas, conforme a região:
· tropical semi-árido, ao norte;
· tropical semi-úmido, no centro-sul;
· tropical de altitude, nas regiões mais altas.” (Perfil de Minas Gerais 2001)
Dos três tipos de clima, o tropical de altitude, que é o dominante, é o que mais favorece o desenvolvimento turístico no Estado.
Diversos recursos naturais, dentre eles, o clima, o relevo e as bacias hidrográficas são os fatores preponderantes na constituição da variada cobertura vegetal de Minas Gerais.
Esta vegetação pode ser resumida nos seguintes tipos de vegetais:
· floresta úmida costeira, na parte oriental;
· floresta seca, que ocupa uma posição intermediária entre a floresta costeira e as formações arbustivas do interior;
· floresta subtropical mista, que ocorre em determinados trechos elevados da Serra da Mantiqueira;
· cerrado, que reflete um clima quente semi-úmido, com estações seca e chuvosa bem marcadas, apresenta veredas, capões de matas, às vezes densas, tendo como elementos predominantes os arbustos e a vegetação rasteira;
· campo, caracterizado por uma cobertura vegetal pobre, com predomínio da vegetação herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas, é encontrado nos pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e Canastra;
· caatinga, constituindo formações vegetais caracterizadas por plantas espinhosas, galhos secos e poucas folhas.” (Perfil de Minas Gerais 2001)
Minas Gerais é um estado muito rico em nascentes de água. As grandes bacias hidrográficas do país têm suas origens no território mineiro, como é o caso das bacias do São Francisco, do Paraná e a do Leste.
A bacia do Rio São Francisco tem como principais componentes os rios São Francisco, das Velhas e Paracatu.
A bacia do rio Paraná banha parte do oeste, o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas, e é composta das sub-bacias dos rios Paranaíba e Grande.
A bacia do Leste tem várias nascentes em Minas Gerais. Elas dão origem a bacias menores, cujos rios correm nas seguintes direções: para a Bahia, correm os rios São Francisco, Pardo, Jequitinhonha, Buranhém, Jucuruçu, Itanhém / Alcobaça, Mucuri e Peruípe; para o Espírito Santo, correm o Rio Itaúnas - quase na divisa com a Bahia - e os rios São Mateus, Doce e Itapemirim; também no sentido leste, separando o Espírito Santo do Rio de Janeiro, corre o Rio Itabapoana; para o Rio de Janeiro, corre o Paraíba do Sul; e para São Paulo, o Rio Jaguari.
Região Noroeste
A rede hidrográfica que banha a região noroeste de Minas é constituída de afluentes do rio São Francisco, como os rios Paracatu, Urucuia e Pardo, dentre outros que são aproveitados para o transporte fluvial, escoando produtos agrícolas regionais.
Região Norte
No norte do Estado, o rio São Francisco e seus afluentes banham uma região muito seca e pobre. Para piorar a situação, o processo de poluição das suas águas está em níveis alarmantes. Rejeitos de várias áreas urbanas são levados até o Velho Chico, principalmente através do rio das Velhas e do Paraopeba. Mas, já se percebe também nessa região a execução de alguns projetos agropecuários e industriais da Sudene como o cultivo da uva, de frutas tropicais - como a manga e a pinha – e a produção de cana-de-açúcar com seus respectivos alambiques. A Represa de Três Marias, além de produzir energia elétrica, tem proporcionado o desenvolvimento do Turismo em seu entorno, já que suas águas são um convite às atividades náuticas, à pesca e aos esportes aquáticos.
Região Centro-Oeste
Esta região do Estado também possui inúmeras nascentes. O destaque fica para a nascente do rio São Francisco, onde as comunidades regionais e ongs lutam para protegê-la e para amenizar o grau de poluição das águas ao longo do rio. Em Formiga, por exemplo, o Projeto da Codema coordena junto aos presidiários um viveiro de mudas de plantas típicas da região. Lagoa da Prata, por sua vez, desenvolveu um importante projeto para resgatar o ecossistema local. O município foi submetido a um amplo reflorestamento para recompor o desgaste do solo e dos mananciais. Milhares de mudas nativas foram replantadas ali, culminando numa das maiores concentrações de árvores replantadas em um mesmo município.
Região Nordeste
O clima quente e seco do nordeste mineiro, o desmatamento em larga escala e as dragas de garimpos vêm comprometendo o volume de água do histórico rio Jequitinhonha, tanto que seus afluentes chegam a secar nos períodos de estiagem, fazendo desta região uma das mais castigadas e miseráveis do país.
Região Leste
A bacia do Mucuri e a bacia do rio Doce, com suas várzeas úmidas, férteis e de tamanhos significativos, por banharem áreas industriais, também estão afetadas pela poluição e pelo assoreamento. Em decorrência, as comunidades de muitos dos municípios ribeirinhos acabam sendo vítimas das freqüentes inundações. Destaca-se,
Região Sul
Os rios Grande e Sapucaí correm em uma região agroindustrial de planalto ondulado, que faz parte da Serra da Mantiqueira. É a região de Minas que concentra o maior número de circuitos turísticos, a maioria deles voltada para o Ecoturismo e o Turismo Rural. Mas, as chuvas e enchentes também afetam muito as cidades e estradas e comprometem o desenvolvimento do Turismo.
Região Centro-Sul
Nesta região, os rios são de menor porte, afinal, grande parte das nascentes está nas áreas mais montanhosas como o Maciço do Espinhaço, as serras da Moeda, do Cipó e do Caraça. Chamam a atenção, dentre outras, a bacia do rio das Velhas e a do Paraopeba. Grande parte de seus percursos está em áreas industriais e de intensa atividade mineradora. Em conseqüência, as águas estão comprometidas para o abastecimento das áreas urbanas.
Enfim, mesmo com uma natureza tão generosa, o assoreamento, os lixões, a poluição, a falta de consciência da própria população e o descaso do poder público são fatores que interferem muito negativamente na preservação desse imenso potencial hídrico de Minas Gerais.
A origem do nome do Estado está diretamente associada à atividade mineradora, em função dos primeiros núcleos instalados pelos bandeirantes em todo o território. O mais antigo documento que registra o nome Minas Gerais é de 1700, quando o jesuíta Codeo faz, em seu mapa, referência à região do Quadrilátero Ferrífero com o nome Minas Gerais dos Cataguás. Mas, a oficialização do nome se dá por volta de l732, através de uma carta régia.
As descobertas de minerais de alto valor na região das Minas foram significativas desde o final do século XVII, quando o ouro e, um pouco mais tarde, o diamante passam a ser a causa do povoamento do território e da formação de uma sociedade com características muito peculiares, que ainda hoje dão ao povo mineiro uma distinção no cenário nacional.
A busca pelas riquezas minerais, em especial, por ouro e pedras preciosas, ganhou tanta intensidade que se transformou em uma verdadeira corrida, principalmente com a divulgação da lenda da Serra Resplandecente, do Sabarabuçu, onde estariam as cobiçadas esmeraldas.
No século XIX, a exploração das pedras preciosas, as águas minerais, a agropecuária e a produção do café deram novo impulso ao povoamento das demais áreas de Minas Gerais. A indústria do ferro vem contribuir nesse período com a economia da província, tanto que em 1864 já existiam 120 fábricas de artefatos ferro de pequeno porte na região. A fundação da Escola de Minas de Ouro Preto, em 1876, formando engenheiros geólogos, engenheiros de minas e engenheiros metalúrgicos, muito contribuiu para as descobertas de grandes jazidas de minerais ferrosos, não ferrosos e materiais industriais, e também para a implantação de várias indústrias de transformação não só em Ouro Preto, mas também em cidades como Congonhas, Caeté, Sabará, Itabirito, dentre outras.
Grandiosos são os recursos naturais em variedade e quantidade no solo e subsolo de Minas Gerais. Às pedras preciosas e semipreciosas, bem como às águas minerais e termais, somam-se os minerais metálicos, explorados em larga escala. Na categoria dos não-metálicos, chamam a atenção, o calcário, amianto, caulim, fertilizantes fosfatados, quartzo, mica e grafita. Na dos metálicos, predominam as jazidas dos minérios de ferro, manganês, bauxita, estanho, cromo, níquel, rutilo, zircônio, prata, platina, etc.
A estrutura econômica atual (2003) do Estado é bastante influenciada pelo setor industrial, responsável por 42,8% do PIB de Minas Gerais, enquanto a agropecuária contribui com cerca de 8,5% e o setor de serviços, com 48,7%.
Esses indicadores caracterizam a grande transformação ocorrida nas últimas décadas.
O estado de Minas Gerais disputa com o Rio de Janeiro o segundo lugar em importância econômica no país, após São Paulo. Participa com 10% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) e se destaca no cenário nacional em diversos setores industriais: 30% da produção nacional de automóveis; 38% da produção de aço; 53% da produção nacional de ferro gusa; e 25% da produção de cimento. A agropecuária de Minas Gerais, que mantém a liderança nacional, ocupa quase 70% do território, principalmente no Triângulo Mineiro, Sul e Sudeste do Estado. Sua participação é relevante em diversos segmentos: possui o maior rebanho bovino do país, com 22 milhões de cabeças (13% do total); é o maior produtor de leite (32% da produção nacional); responde por metade da produção nacional de café; e se destaca ainda entre os principais estados produtores de abacaxi (34%), batata (27%), alho (21%) feijão (12%) e milho (10%), entre vários outros produtos agrícolas. (Fonte: Itamaraty - Ministério das Relações Exteriores)
No setor de mineração, destaca-se como grande reserva mineral do país: o valor de sua produção corresponde a 1/3 do total brasileiro.
As exportações do estado representam cerca de 13% do total nacional, ressaltando-se que entre os principais produtos exportados por Minas Gerais estão automóveis, autopeças, minério de ferro, produtos de aço e café.
As regiões central, do sul de Minas, do Triângulo Mineiro, do Rio Doce e a Zona da Mata são as de maior relevância econômica do estado, sendo responsáveis por 76% do PIB. Os municípios que mais contribuíram para a geração do PIB estadual, em 1995, foram Belo Horizonte (24,3%), Contagem (4,2%) e Betim (3,6%).